Para quem nunca viu de perto uma onça-parda, o segundo maior felino das Américas, a oportunidade retorna após dois anos, na capital federal. Três felinos resgatados entre 2012 e 2014 estão em exposição no Zoológico de Brasília desde outubro: o macho Fred e as duas fêmeas Cristal e Nala. Os animais ficaram sob os cuidados do Hospital Veterinário da unidade durante o período de reforma no recinto onde se encontram atualmente.
O diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Wallison Couto, explicou que um novo paisagismo foi feito no ambiente dos animais; além disso, as estruturas foram reformadas. Após cuidar da grama, das podas e da troca das madeiras, as equipes realizaram a pintura do local e recuperaram a parte de serralheria. O gestor comentou também sobre a recepção positiva do público com o retorno dos felinos.
“É muito bacana ver que são animais da nossa fauna – o público tem esse apreço maior, também pelo fato de serem animais de resgate, às vezes de tráfico ou de incêndios. A gente recebe esses animais aqui, dá o tratamento devido e é feita uma análise entre a nossa equipe e a do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é responsável pela devolução à natureza, dependendo da situação do animal. Se a espécie não estiver bem ou não conseguir se alimentar sozinha, pode ficar no zoo”, detalhou.
Público encantado
Fazendo sucesso entre brasilienses e turistas, as três onças-pardas atraem diversos elogios, seja pelo tamanho, seja pela elegância da espécie, que pode medir entre 1,6 e 2,75 metros e pesar até 100 kg. A professora Valquíria Guimarães, 47, mora em Palmas (TO) e contou que não há um zoológico na cidade, apesar dos diversos jardins que fazem parte da região. Ela comemorou o fato de poder levar o filho pequeno para conhecer as onças. “Ficamos muito encantados e felizes em saber que tivemos a sorte de vir bem na data em que elas retornaram”, acentuou.
A professora Marise de Almeida Pantel, 61, foi ao Zoológico com a família toda, incluindo alguns parentes que vieram do Rio de Janeiro para visitar a capital. “Trouxe meu netinho, que estava louco para ver os bichinhos daqui, e vimos as onças-pardas. As crianças adoram e sabemos que esses animais são super bem cuidados aqui. O Zoológico de Brasília é muito bom, acho maravilhoso”, frisou.
Também parte da família Pantel, as estudantes Marina, 23, e Maria Eduarda, 23, são primas e moram no Rio de Janeiro. Elas destacaram o quanto gostaram do passeio ao zoo. “Como temos um primo pequeno, queríamos apresentar os animais para ele e foi super interessante com as novas espécies. E saber dessa parte do resgate, que estamos vendo animais que estão sendo bem cuidados e antes talvez não estivessem em boas condições, é muito bom”, ressaltou Marina. Maria Eduarda observou que nunca viu uma onça-parda, nem no Zoológico do Rio de Janeiro. “É bem legal estar aqui e ver animais de outras partes do Brasil com os quais a gente não tem contato”, afirmou.
Há também quem tenha vindo de outro país e se encantado com os animais do Zoológico de Brasília. O aposentado alemão Klaus Gressbach, 73, veio visitar um amigo e aproveitou o tempo livre com a esposa para o passeio. “Fizemos uma tour pela cidade e agora viemos ao zoológico. Eu acho esses animais muito bonitos e creio que estão em boas mãos aqui, vão viver uma vida boa”, comentou.
Curiosidades
A onça-parda, ou puma, também conhecida no Brasil por suçuarana e leão-baio, é um mamífero carnívoro da família dos felídeos e do gênero Puma, nativo das Américas. Podem ser encontradas na natureza desde o Canadá até a região meridional da Cordilheira dos Andes, o que faz deste animal um dos mamíferos ocidentais vivos com a área de distribuição mais extensa.
É um felino de médio porte e os machos são maiores do que as fêmeas. Os filhotes nascem com pintas escuras, que vão praticamente desaparecendo à medida que crescem, sendo substituídas por uma pelagem parda no dorso e esbranquiçada com pintas amarronzadas no ventre. As onças-pardas habitam uma grande variedade de ambientes, desde florestas tropicais densas, savanas (como o Cerrado), regiões semidesérticas, montanhas e até florestas de coníferas. No entanto, desapareceram ou tiveram sua população drasticamente reduzida em várias áreas.
De acordo com a educadora ambiental do Zoológico de Brasília, Tamires Carvalho, há uma importância não apenas em preservar as espécies no equipamento público, mas também em levar conhecimento a quem frequenta o zoo e tem um contato mais próximo com as espécies ameaçadas. “Muita gente não conhece a história dos animais e acaba falando coisas erradas; então, informamos como eles chegaram e o que estão fazendo aqui, além da importância desse trabalho de preservação”, observou.
Fonte: Agência Brasília