O Dia Nacional do Condutor de Ambulância é celebrado neste sábado (10). Muitas perguntas vêm à mente quando uma ambulância aproxima-se com as sirenes ligadas em meio ao trânsito. Mas, nesse momento, a única resposta que importa é dar passagem imediatamente.
Não importa se a ambulância está a caminho de um resgate ou levando um paciente para uma unidade de saúde. Tudo o que importa é que esse atendimento aconteça o mais rápido possível e, para isso, o caminho para o condutor precisa estar livre.
R$ 293,47é o valor da multa para quem não da passagem
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as ambulâncias têm prioridade de trânsito e livre circulação. Isso está previsto no artigo 189 do CTB, Lei nº 9503 de 23 setembro de 1997, em que veículos de socorro como ambulâncias e carros de resgate possuem prioridade de passagem no trânsito, quando devidamente identificados e com alarme sonoro ligado.
No entanto, nem sempre isso ocorre. “O que a gente tem de maior dificuldade é isso: o tempo que leva para esse deslocamento por conta dos outros motoristas não darem passagem para ambulância”, lamenta o condutor socorrista do Serviço Médico de Urgência (Samu), Jenecy José dos Santos.
Conforme sua experiência, infelizmente nem todos praticam o que é recomendado, o que afeta diretamente o trabalho e põe em risco o sucesso do resgate. “É como a gente fala: cada minuto importa para essa vida, para esse familiar que está esperando. O que a gente pede é que todos tenham empatia com o próximo”, acrescenta Jenecy.
Essa agilidade no atendimento é reforçado pelo médico pediatra do Samu Luís Henrique Jorge e Costa. Ele ressalta que, ao receber o chamado, a equipe não sabe a real situação do paciente e a agilidade para chegar ao local de atendimento é primordial.
“A demora pode ser decisiva na sobrevivência ou não nas paradas cardiorespiratórias, engasgos ou nos traumas. Na maioria dos nossos atendimentos controlamos a situação de emergência no local e conseguimos fazer um transporte com mais tranquilidade à unidade de saúde”, conta o médico pediatra.
Acidentes de motocicleta, automobilísticos e queda de altura estão entre os atendimentos mais comuns prestados pelos socorristas do Samu.
Por trabalhar no socorro especializado de pacientes pediátricos, o médico destaca o quão importante é facilitar o trabalho do condutor. Ele explica que muitos dos pacientes são prematuros, o que exige maior cuidado e estabilidade.
“Nesses casos não aceleramos muito. Tentamos manter a velocidade constante e precisamos da cooperação dos motoristas para dar a passagem com antecedência, quando damos sinal de luz a distância. Um condutor desatento pode forçar a ambulância a freadas bruscas, o que pode levar a sangramentos intracranianos ou outras lesões importantes desses pequenos pacientes”, arremata Luís Henrique.
Penalidades
Está previsto no Código de Trânsito Brasileiro, artigo 189, penalidades aos que não derem passagem para ambulância em serviço. Segundo o agente de trânsito Luiz Fabiano Costa, além de o motoristas cometer uma infração gravíssima, com penalidade de sete pontos na carteira, ele pode receber uma multa no valor de R$ 293,47.
“Infelizmente, muitos não tem consciência que um segundo a mais para uma ambulância pode salvar a vida de uma pessoa. Por isso, depende muito do motorista não ficar no caminho. Os veículos devem dar passagem e, no caso dos pedestres, devem aguardar para fazer a travessia enquanto uma ambulância estiver passando”, recomenda o agente de trânsito.
* Com informações da Secretaria de Saúde