O assentamento Estrela da Lua, na região do Paranoá, é o primeiro do Distrito Federal a ter um sistema de irrigação com utilização de energia fotovoltaica. Um complexo sistema de condução vai levar a água até um sistema de tanques e caixas, viabilizando a produção agrícola no assentamento.
São sete glebas que terão acesso aos recursos hídricos, beneficiando 35 pessoas. O assentamento foi criado em 2013, próximo ao parque Ivaldo Cenci – onde é realizada a AgroBrasília. Cada propriedade tem 2,5 hectares (25 mil metros quadrados); a área coletiva, 5,73 hectares (57,3 mil metros quadrados).
O geógrafo Tupac Petrillo, que coordena o programa de energia fotovoltaica da Emater-DF, disse que o sistema resolve a questão da irrigação da comunidade e ainda contribui para atenuar a falta de energia – o assentamento não ainda não tem fornecimento regular de eletricidade.
O programa tem como proposta a instalação de módulos fotovoltaicos em pequenas propriedades, como forma de reduzir custos para os produtores e garantir uma produção agropecuária mais sustentável.
“Desta forma, aliam-se a viabilidade econômica, a sustentabilidade ambiental e o papel social das tecnologias de ponta”, diz Petrillo. “A aplicação destas tecnologias demonstra a importância do uso eficiente da água, inteligência no gerenciamento da energia fotovoltaica e o uso social da terra.”
A presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, lembrou da importância da água para a produção de alimentos no campo. “Irrigação é tudo na agricultura. Não é só abrir a torneira e deixar a água correr. Irrigação é para produzir cada vez mais com menos água”, disse. “A Emater está de portas abertas. Alimentação é serviço essencial, como saúde.”
Além do sistema de energia fotovoltaica, o assentamento recebeu da Secretaria de Agricultura (Seagri), em maio, um kit de irrigação para atender a comunidade. A entrega atende a um anseio antigo do assentamento.
O agricultor Claudionor Pereira disse que a comunidade esperava pelo kit de irrigação desde 2014. “Essa gestão tem sido muito parceira. Resolveram o que a gente pede e espera há anos. Antes não dava para a gente produzir nada. Agora a gente vai conseguir”, afirmou.
Com o kit de irrigação, que inclui caixa d´água, encanamento e sistema de bombeamento, será possível fornecer água para plantio em uma área de mil metros quadrados em cada chácara.
Pereira pretende usar a água para irrigar uma área de cultivo de folhagens e produzir hortaliças orgânicas em um canteiro agroflorestal. “Não sabemos nem como agradecer”, disse a agricultora Marizangêla de Fátima da Silva Reis, esposa de Pereira.
O subsecretário de Agricultura, João Pires, afirmou que o kit vai fazer a diferença para os assentados. “Espero que vocês concretizem aqueles sonhos tão discutidos naqueles momentos de acampamento, de sonhos de prosperidade, de dignidade para as famílias dos assentados”, declarou.
* Com informações da Emater-DF