Quando o tratamento parece uma batalha solitária e a internação se arrasta por meses, o que pode fazer a diferença para um paciente? No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), a resposta veio numa festa simples, porém cheia de afeto, que uniu cuidados médicos e emoção para resgatar a esperança de uma família.
Fernanda de Souza Norberto, 39 anos, enfrenta há três meses uma osteomielite crônica — uma infecção grave nos ossos que a deixou triste, resistente ao tratamento e afastada da vida que antes levava. A dor maior vinha da distância da filha caçula, Ayla, de apenas 2 anos, e da angústia de perder momentos importantes da família. Foi essa fragilidade que despertou a sensibilidade da equipe multidisciplinar do HRSM.
Ao tomar conhecimento de que o aniversário de 15 anos da filha mais velha, Victória, se aproximava, o infectologista Paulo Giovanni enxergou além do tratamento clínico e propôs: “Nosso compromisso não é só tratar a doença, mas também cuidar da pessoa como um todo. Momentos como esse são essenciais para devolver a esperança e a força para seguir em frente.”
A festa foi organizada como um estímulo afetivo, um lembrete de que Fernanda não era apenas uma paciente, mas uma mãe que precisava se sentir próxima dos seus. A decoração simples, os doces e o reencontro com as filhas transformaram o ambiente hospitalar em um espaço de esperança e acolhimento.
Fernanda ficou visivelmente emocionada ao rever Ayla, que não via desde o início da internação, e comentou: “Não esperava que pudesse celebrar o aniversário da minha filha aqui, isso aqueceu meu coração e me deu coragem para continuar lutando.”
Victória, que chegou ao hospital esperando uma visita comum, foi surpreendida pela festa. Ela confessou: “Ver minha mãe cercada de carinho no meu aniversário fez com que eu me sentisse mais forte, mesmo sabendo das dificuldades dela.”
A psicóloga que acompanha a paciente, Keren César, explicou: “Gestos como esse ajudam a fortalecer os laços familiares e fazem com que o paciente se veja além da doença, o que é fundamental para que ele aceite e se dedique ao tratamento.”
A situação de Fernanda se agravou em agosto de 2023, quando perdeu subitamente os movimentos das pernas. Desde então, enfrentou internações sucessivas e o diagnóstico de osteomielite crônica. Sua mãe, Josefa de Souza, acompanha a luta da filha e reconhece que o cuidado humano da equipe do hospital tem sido um alívio para toda a família. Ela afirmou: “É difícil ver minha filha passando por isso, mas saber que ela recebe um cuidado cheio de respeito e carinho faz toda a diferença para nós.”
Essa celebração no HRSM revela como o cuidado em saúde vai muito além dos procedimentos técnicos: envolve empatia, acolhimento e a construção de esperança, mesmo diante das maiores dificuldades. A festa pelos 15 anos de Victória foi mais do que um evento, foi um gesto que renovou forças para toda a família seguir em frente.