O Governo do Distrito Federal está investindo R$ 160 milhões na reconstrução da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), com o objetivo de transformar a via em um moderno corredor viário que prioriza o transporte coletivo. Com seis frentes de obra ativas, a intervenção vai beneficiar cerca de 30 mil motoristas por dia e promete reduzir em até 25 minutos o tempo de deslocamento dos usuários de ônibus.
As obras abrangem duas etapas principais. No trecho 1, que liga a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) à Epig, está prevista a liberação de um viaduto nos próximos dias, o que vai integrar o corredor exclusivo de ônibus para quem vem da Estrada Setor Policial Militar (ESPM). No trecho 2, que vai da Octogonal até o Parque da Cidade, a construção do viaduto já foi concluída, e as equipes trabalham na pavimentação e no início das escavações para conectar a Epig ao Sudoeste e à Octogonal por passagens inferiores.
“O foco dessa obra é oferecer uma alternativa mais rápida e confortável para quem depende do transporte coletivo, além de melhorar o trânsito para os motoristas”, explica o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro. Segundo ele, o corredor exclusivo para ônibus começará no Sol Nascente e Hélio Prates, passará pela EPTG, onde já está em operação e seguirá até o Terminal da Asa Sul e o Eixo Monumental, conectando importantes regiões do Distrito Federal.
Parte das melhorias inclui a construção de viadutos que vão eliminar semáforos e interseções, promovendo um tráfego mais fluido. No primeiro viaduto liberado, o fluxo será dividido entre veículos leves e ônibus, que terão faixas exclusivas para seguir com maior rapidez. “Estamos trabalhando para garantir que o transporte público circule sem paradas desnecessárias, o que traz benefícios diretos para quem depende do sistema”, afirma Casimiro.
Uma preocupação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) levou à construção de uma rotatória no trecho entre Sudoeste e Octogonal, preservando a convivência entre motoristas, pedestres, ciclistas e usuários da ciclovia, sem a necessidade de passagens subterrâneas que poderiam causar separação física entre os modais.
A estudante Kailane Souza, 21 anos, que mora em Samambaia e utiliza o ônibus todos os dias, vê com otimismo as mudanças. “Com as faixas exclusivas, o transporte vai andar mais rápido, principalmente na hora do rush. Isso ajuda muito quem depende do ônibus para trabalhar ou estudar”, comenta.
Para o motorista de ônibus Fernando Fialho, que atua no setor há mais de 30 anos, os transtornos durante a obra são compreensíveis diante dos benefícios futuros. “Obras sempre incomodam, mas essa é necessária. A demanda só cresce e esses corredores exclusivos facilitam a vida de quem usa o transporte coletivo. Os passageiros já percebem que o tempo de viagem diminui e isso faz toda a diferença”, destaca.
Além das melhorias para os ônibus, a obra prevê passagens inferiores para pedestres, eliminando os antigos semáforos e garantindo mais segurança para quem caminha ou pedala. Com a conclusão, a Epig deixará de ser uma via de perfil rodoviário para se tornar um corredor urbano moderno, mais seguro e eficiente, que atende às necessidades de mobilidade de Brasília.