Com eventos realizados em 12 cidades do DF durante esta semana, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) encerrou, nesta quinta-feira (10), a fase das oficinas de diagnóstico para atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do Distrito Federal (PMUS).
No período de 10 de março a 10 de abril, as oficinas percorreram todas as 35 regiões administrativas do DF, com sessões presenciais abertas à participação da sociedade. O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, disse que todas as manifestações apresentadas nas oficinas serão analisadas pela equipe técnica que elabora o projeto do PDTU.
“As oficinas foram consultivas, recebemos as sugestões que a população apresentou por escrito e por meio de manifestações que foram gravadas”
Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade
“As oficinas foram consultivas, recebemos as sugestões que a população apresentou por escrito e por meio de manifestações que foram gravadas. Agora, os técnicos vão debruçar sobre esse material para elaborar um projeto juntamente com as informações colhidas nas pesquisas que foram realizadas. Em maio nós teremos uma audiência pública e depois serão realizadas novas oficinas, para chegarmos ao prognóstico do transporte urbano e da mobilidade sustentável do DF”, disse o secretário.
Mais linhas, mais ônibus
As principais manifestações nas oficinas foram sobre a qualidade e a oferta de transporte coletivo no DF | Foto: Divulgação/Semob-DF
As principais manifestações nas oficinas foram sobre a qualidade e a oferta de transporte coletivo no DF. De maneira geral, todas as regiões solicitaram cumprimento de horários, aumento de viagens, novas linhas, aumento da frota e melhoria da estrutura em pontos de ônibus e terminais rodoviários.
As regiões que mais relataram problemas com o transporte coletivo são as que têm áreas de expansão habitacional, como Paranoá, Itapoã e Jardim Botânico. Juntamente com Planaltina, Sobradinho, São Sebastião, Recanto das Emas e Riacho Fundo, essas regiões também solicitaram faixas exclusivas para reduzir o tempo de viagem, além de mais ônibus para atender à crescente demanda. As RAs novas, como Arapoanga e Água Quente, acrescentaram à lista a necessidade de estrutura, como pontos de ônibus e novos terminais.
Nas cidades mais consolidadas, como Taguatinga, Ceilândia e Águas Claras, as manifestações envolveram também a mobilidade ativa, com solicitações de melhorias para quem anda a pé ou de bicicleta. Os moradores de Águas Claras relataram os problemas de trânsito na cidade e de carros utilizando ciclovias e calçadas para circular ou estacionar. As melhorias para o metrô também foram cobradas, inclusive a criação de novas linhas e estações. O transporte sobre trilhos é um desejo também das regiões do Gama e Santa Maria, além de melhorias no sistema do BRT.
Mais Zebrinhas

Márcia Elizabeth Sanchez Oliveira reconhece que o transporte público melhorou no Park Way
Os moradores de várias regiões também solicitaram aumento na oferta de transporte circular nas RAs, principalmente com linhas do serviço de transporte de vizinhança. A advogada Marcia Elizabeth Sanchez Oliveira, que mora há três anos no Park Way e participa da Associação Comunitária do Park Way (ACPW), reconhece as melhorias no transporte público da região, como a criação de linhas de Zebrinha, mas afirma que o Park Way ainda precisa ampliar a oferta de ônibus.
“É difícil conseguir ou manter funcionários, que muitas vezes moram longe, e há quem tenha que pagar mais caro para a pessoa utilizar lotação para não ter de andar até o ponto de ônibus. Isso influi até em desvalorização imobiliária do Park Way, porque a gente vê muita gente com restrição de se mudar para cá devido a essa dificuldade de utilizar o transporte coletivo e de manter funcionários, além do risco de utilizar lotações. Precisamos melhorar a nossa segurança e a mobilidade da região”, afirmou.
Próximos passos
Encerrado o período de oficinas de diagnóstico, os técnicos que elaboram o PDTU e o PMUS farão análise das contribuições e vão preparar os documentos para compor o prognóstico do transporte público e a mobilidade urbana. Depois, virão outras etapas de debate com a população. No próximo mês de maio, será realizada uma audiência pública sobre os dois planos.
Em julho ou agosto deste ano, a população terá oportunidade de participar de mais uma rodada de oficinas, quando serão debatidas as propostas que forem consolidadas pela equipe técnica. A audiência pública sobre as propostas escolhidas pela população será em outubro, e a elaboração do projeto de lei do PDTU e PMUS até o mês de dezembro.
*Com informações da Semob-DF
Fonte: Agência Brasília