É numa área de 80 mil m² na cidade Estrutural que o Distrito Federal vai abrigar um dos mais modernos complexos de reciclagem do país. O espaço físico está em fase final de construção e será entregue em julho, restando apenas a definição de quem vai geri-lo e a chegada do maquinário para começar a funcionar.
Com investimento de R$ 53 milhões, o complexo de reciclagem vai gerar mais de 750 postos de trabalho para catadores de materiais recicláveis. Todo esse corpo de trabalhadores será distribuído dentro do complexo, que é formado por duas Centrais de Triagem e Reciclagem (CTRs) e uma Central de Comercialização (CC).
A construção deste espaço é importante pois, eleva a vida útil do Aterro Sanitário de Brasília (ASB) com a destinação ambientalmente adequada dos resíduos. Um ganho direto para o meio ambiente e para a população.
“Em breve, após os ajustes para a instalação dos equipamentos, a Central estará funcionando. Os três galpões, de triagem, reciclagem e o de comercialização irão gerar mais de 750 postos de trabalho”, afirmou o secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, em visita ao local durante a semana.
A execução da obra é fruto de um trabalho integrado em várias frentes. A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) é responsável pela execução do contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a Companhia Urbanizadora de Brasília (Novacap) executou a obra e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), junto às cooperativas e associações de catadores e à Sema, definirá quem vai operar o complexo.
“No complexo vão funcionar recepção, triagem, classificação, prensagem, armazenamento e comercialização dos materiais recicláveis advindos da coleta seletiva. A projeção é que sejam processadas até 5 mil toneladas de resíduos recicláveis por mês”, acrescentou o secretário.
Equipamentos
O investimento feito no complexo envolve a compra de equipamentos, materiais de operação, assessoria técnica e capacitação de catadores. Do total de R$ 53 milhões, R$ 21 milhões foram destinados às obras físicas.
As unidades foram erguidas em estrutura metálica com alvenaria e contam com dois pavimentos. O superior abrigará esteiras de separação, compartimentos para lançamento dos resíduos não aproveitados e silos de armazenagem do material bruto.
No térreo funcionarão as áreas de prensagens, separação secundária, armazenamento do resíduo separado, depósito de material. Além do galpão de triagem e área de administração, os catadores contarão com refeitório, vestiário com armários, banheiros e chuveiros, sala multiuso e equipamentos de segurança individual. A obra ainda envolve 5.000 m² de calçadas e redes de captação de águas pluviais.
“A infraestrutura será fundamental para a gestão integrada de resíduos sólidos e o reaproveitamento dos materiais recicláveis no DF, gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos, garantindo a destinação correta dos materiais recicláveis, reinserindo-os na cadeia produtiva, minimizando as demandas por matérias-primas e reduzindo os impactos ambientais da produção”, explica o coordenador de Implementação da Política de Resíduos Sólidos da Sema, Glauco Amorim.
Coleta seletiva
Os dois centros de triagem, com a metragem de 2,8 mil m² cada, serão destinados ao adequado tratamento da parcela seca dos resíduos da coleta seletiva do DF.
“Eles serão destinados ao adequado tratamento da parcela seca, maximizando o retorno de resíduos passíveis de reciclagem à cadeia produtiva do DF e do país”, acrescenta Sarney Filho.
A Central de Comercialização de Materiais Recicláveis receberá o material pré-selecionado para beneficiamento dos materiais advindos tanto das centrais de triagem quanto das demais cooperativas de catadores do DF pertencentes à rede Centcoop-DF, a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal.
Por meio do SLU, o GDF mantém 28 contratos com cooperativas e associações, envolvendo 1.137 catadores de recicláveis que atuam na prestação de serviços de coleta seletiva e triagem.
Saiba mais
Central de triagem é o local que recebe inicialmente os resíduos que vêm da coleta seletiva. Esse material é separado, classificado, pesado, prensado e então transportado para a central de comercialização, que, por sua vez, é onde ocorre o processo de beneficiamento, estocagem e comercialização. No complexo de reciclagem, todo esse trabalho será feito com aparelhos de última geração e instalações com acessibilidade.
O complexo vai atuar com quatro vertentes fundamentais para o melhor uso dos resíduos e coleta seletiva: técnica, econômica, social e ambiental. O caráter técnico visa a recuperação desses rejeitos, de materiais que iriam para o aterro e, com a nova estrutura, voltam para a cadeia produtiva de reciclagem.
A questão econômica e social diz respeito à contratação de catadores, a geração de renda e a rentabilidade no mercado de reciclagem. Não menos importante, a causa ambiental agradece. Afinal, os resíduos deixam de ser enterrados.