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Agentes comunitários levam saúde para onde o paciente está

Por vezes, o atendimento à população exige ações de porta em porta, em especial para os pacientes em situação de vulnerabilidade. E é aí que se enquadra o trabalho dos 1.034 agentes comunitários de saúde (ACSs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), que integram as equipes de Saúde da Família (eSF) nos serviços de atenção primária.

A atuação dos profissionais compreende uma variedade de ações que vão desde o levantamento de informações sobre uma comunidade até o acompanhamento de perto das pessoas atendidas, do recém-nascido à terceira idade.

A rede pública de saúde do DF conta com 1.034 agentes comunitários | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF

“O trabalho do ACS, em um primeiro momento, consiste em mapear o território de sua microárea, por meio do cadastramento das famílias que ali residem. Dentro desse cadastro, existem perguntas específicas sobre escolaridade, renda familiar, doenças, medicações controladas, gravidez e outros indicadores, como a falta ou não de saneamento, o consumo de álcool e drogas, a estrutura familiar”, descreve o agente comunitário Manoel Morais, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Candangolândia.

“A Atenção Primária à Saúde é um espaço próximo da casa das pessoas e conta com equipes multiprofissionais, com servidores que conhecem esses pacientes e sabem a melhor forma de tratá-los”

Sandro Rodrigues, diretor de Estratégia de Saúde da Família da SES-DF

Morais explica que os dados colhidos são inseridos no e-SUS do Ministério da Saúde, responsável por gerar informações sociodemográficas em âmbito nacional. Após realizar o cadastro das famílias, os ACSs devem ainda assistir as demais demandas dos pacientes. “No caso de uma gestante, o pré-natal é acompanhado de perto, e marcamos consultas. Caso ela falte, nós fazemos uma busca ativa para saber se está tudo bem. Também cuidamos de hipertensos, diabéticos… Se houver um paciente acamado, fazemos visitas domiciliares com médico e enfermeiro, acompanhamos se o idoso está tomando as medicações, entre outras tarefas”, diz.

‌Porta de entrada

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada preferencial do cidadão ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o diretor de Estratégia de Saúde da Família da SES-DF, Sandro Rodrigues, por volta de 85% dos problemas de saúde da população podem ser resolvidos pelas equipes da APS.

Depois de cadastrar as famílias visitadas, os ACSs cuidam das demandas dos pacientes, acompanhando de perto a saúde da comunidade

“A atenção primária à saúde é um espaço próximo da casa das pessoas e conta com equipes multiprofissionais, com servidores que conhecem esses pacientes e sabem a melhor forma de tratá-los. Então, para as ocorrências mais frequentes, do dia a dia, a população procura os serviços da APS em uma UBS de referência. Lá as pessoas são atendidas, avaliadas e podem até ser encaminhadas à atenção especializada, caso necessário”, explica Rodrigues.

O agente comunitário também pode inserir o paciente em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, o programa Prato Cheio ou o Cartão Gás, conforme as circunstâncias em que o cidadão se enquadre

O papel dos ACSs ultrapassa o campo da saúde, em especial quanto às populações vulneráveis. “Nós colhemos informações e debatemos com a equipe multidisciplinar, formada por profissionais como assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos, que podem acompanhar os ACSs para uma visita in loco”, relata Morais.

“A partir das observações, buscamos alternativas como acionar outros órgãos, a exemplo do Cras [Centro de Referência de Assistência Social], do Conselho Tutelar e, dependendo do caso, do Caps [Centro de Atendimento Psicossocial]”, completa Morais, que atualmente está no oitavo semestre do curso de psicologia e espera ajudar sua UBS com mais essa especialidade no futuro.

O agente comunitário também pode inserir o paciente em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, o Prato Cheio ou o Cartão  Gás, conforme as circunstâncias em que o cidadão se enquadre. “Hoje, passados 13 anos, tenho orgulho em ser agente de saúde. Eu me sinto abraçado pela comunidade, reconhecido por todos, e isso me impulsiona a querer fazer melhor meu trabalho”, afirma Morais.

Em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou a saúde como um direito humano fundamental, enfatizando desde então que a atenção primária é a chave para garantir esse direito às pessoas.

Do ponto de vista acadêmico, tem grande influência a contribuição da pesquisadora Barbara Sterfield, da Universidade Johns Hopkins (EUA), que atribuiu à APS quatro características essenciais: primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, longitudinalidade (garantia de uma fonte continuada de atenção, assim como sua utilização ao longo do tempo), integralidade da atenção (acesso a todos os serviços necessários) e coordenação da atenção dentro do sistema.

*Com informações da Secretaria de Saúde 

Fonte: Agência Brasília

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