Um total de 51 propostas de melhoria e investimentos foi apontado pelas cooperativas de catadores de materiais recicláveis do Distrito Federal como resultado do 1º Fórum Distrital de Resíduos Sólidos, realizado nesta quinta-feira (28), em Brasília. Idealizado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o evento reuniu durante todo o dia mais de 130 participantes, entre lideranças e trabalhadores das cooperativas.
O SLU possui 30 contratos com cooperativas de catadores. 19 são contratos de triagem dos resíduos recebidos nos galpões e 11 são contratos para a coleta seletiva porta a porta. Esse trabalho gera mais de 1,4 mil empregos diretos
Realizado em parceria com o sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal (OCDF-Sescoop/DF), o encontro teve como objetivo debater desafios e propostas para melhorar a coleta seletiva e aumentar os índices de reciclagem na capital do país.
Entre as reivindicações e sugestões apontadas pelas cooperativas do DF estão o aumento da participação das entidades na coleta seletiva (hoje realizada por cooperativas e empresas terceirizadas), a maior atuação na área de educação ambiental e também o maior envolvimento dos órgãos públicos na gestão adequada de resíduos sólidos, servindo como exemplo para a reciclagem.
Durante o fórum, diversos painéis foram apresentados ao público e, ao final da tarde, quatro grupos de trabalho foram divididos para discussão e apontamento de sugestões. Estiveram presentes a deputada federal Celina Leão, o deputado distrital Roosevelt Vilela, além de representantes das secretaria do Meio Ambiente e Cidades, DF Legal e Instituto Brasília Ambiental.
“Recentemente tivemos o primeiro catador aposentado pelo INSS. Isso é algo que me emociona. A parceria entre OCDF e SLU é muito importante e estar aqui é um reconhecimento de todos nós de que é hora de somar esforços”Lúcia Fernandes, diretora da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF
Atualmente, o SLU possui 30 contratos com cooperativas de catadores, sendo que desse total, 19 são contratos de triagem dos resíduos recebidos nos galpões e 11 são contratos para a coleta seletiva porta a porta. Esse trabalho gera mais de 1,4 mil empregos diretos. Assim, os catadores trabalham em ambientes dignos, com direitos, benefícios e segurança jurídica.
A diretora da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF, Lúcia Fernandes, participou do evento e reconheceu os avanços. “Hoje nós temos um endereço. Hoje trabalhamos de maneira digna e isso é muito gratificante. Recentemente tivemos o primeiro catador aposentado, oficialmente, pelo INSS. Isso é algo que para mim, como mulher e como liderança, me emociona. A parceria entre OCDF e SLU é muito importante e estar aqui é um reconhecimento de todos nós de que é hora de somar esforços”.
Cooperativas
As cooperativas são responsáveis pela comercialização de mais de 15 mil toneladas de recicláveis todos os meses. São resíduos como plástico, alumínio, papel, papelão e outros que deixam de ir diariamente para o Aterro Sanitário de Brasília (ASB) e retornam ao ciclo produtivo.
Esse processo gera renda a centenas de famílias e ajuda a preservar o meio ambiente, já que evita que mais espaço seja utilizado para aterramento do que pode ser reaproveitado.
No encerramento do evento, o presidente da OCDF, Remy Gorga Neto, destacou a importância de uma construção participativa. “A intenção era essa mesmo, que a gente pudesse sair daqui com ideias, com propostas, num clima de muita harmonia e construção conjunta”.
O diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira, afirmou que todas propostas serão consideradas e que nas primeiras semanas após o feriado haverá uma mesa-redonda para identificar prioridades e encaminhamentos das sugestões apresentadas.
“Quem tem medo de água não sai na chuva. Essa é uma ação conjunta, não temos medo. Temos é que realmente buscar soluções juntos para todas as questões levantadas pelas cooperativas. Vamos fazer uma reunião do SLU junto com a OCDF, junto com as redes para a gente debater cada assunto apontado. Quero agradecer à OCDF por essa parceria com o SLU. Nos sentimos honrados também em fazer parte desse tema tão importante que é a preservação do meio ambiente”, disse o diretor-presidente.
*Com informações do SLU
Fonte: Agência Brasília