Crianças de associação comunitária ganham brinquedos confeccionados por internos da UP Pacatuba

Publicado em: 22/10/2025 12:20







22 de outubro de 2025 – 11:59
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Natasha Ribeiro – Ascom SAP – Texto e fotos


As policiais penais e internos da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), em parceria com o Instituto VOO, promoveram a celebração do Dia das Crianças da Associação Comunitária Lucas Dantas (Acold) com a entrega de 62 bonecos no estilo amigurumis, na última segunda-feira (20). A ação beneficente contou com a mão de obra voluntária dos internos do projeto “Rede Artesã”, que também contribuíram com a matéria-prima para a confecção dos brinquedos.

A Acold é uma instituição que oferece acolhimento e apoio a crianças e adolescentes com câncer, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. A associação atua na promoção da saúde, fortalecimento comunitário e desenvolvimento humano, com atividades de assistência, visitas domiciliares, ações educativas, culturais e de prevenção.

A entrega dos presentes proporcionou momentos inesquecíveis de alegria às crianças, tornando a ocasião mais humanizada e divertida. Participaram da ação as policiais penais responsáveis pelo projeto, a direção da Acold e voluntários do Instituto Vou, que se fantasiaram para interagir com os pequenos, criando um ambiente lúdico e contagiante.

Além da entrega dos brinquedos, as crianças aproveitaram um passeio no “Trenzinho da Alegria”, receberam lanches e assistiram a uma peça de teatro, encerrando o evento com um momento de oração.

A coordenadora da Associação Comunitária Lucas Dantas, Josevânia Gonçalves, agradece a ação. “A ação da SAP com o Instituto VOO é um verdadeiro presente. As crianças ficam na expectativa, já começam o mês de outubro perguntando se vai ter bolo, salgado, presente, festa… Mesmo sem ter certeza, eu sempre digo que sim, porque acredito — e, graças a Deus, eles vêm. Estiveram conosco no ano passado, voltaram este ano, e isso enche nosso coração. É um momento de alegria, amor e muita gratidão. Para uma instituição que vive apenas de doações, sem nenhum apoio governamental, essa iniciativa vai muito além da festa: ela mostra que ainda existem pessoas e empresas dispostas a cuidar do outro, a fazer a diferença de verdade”, afirma.

A policial penal da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), Raysa Pitanga, comemora mais uma iniciativa. “Dessa vez, a ação teve um motivo ainda mais especial: a amiga e policial penal Pâmera Torres está enfrentando essa doença. A iniciativa do Instituto Vou foi realizada inteiramente de forma voluntária pelos internos da UP Pacatuba, que dedicaram tempo e carinho para criar e doar amigurumis a crianças que lutam contra o câncer. Mesmo no ambiente prisional, esses homens encontram uma forma de levar esperança e alegria, mostrando o verdadeiro significado da ressocialização. Participar dessa iniciativa nos faz valorizar a vida e compreender a dor profunda das famílias afetadas. Levar sorrisos, afeto e amor a essas crianças é a maior recompensa que podemos receber”, disse.

A diretora do Instituto Vou, Vanessa Queiroz, agradece a parceria. “Acold, Associação Comunitária Lucas Dantas, presta assistência social e de saúde para crianças e adolescentes que vêm de diversas regiões do Ceará para receber tratamento contra o câncer no Peter Pan. Os internos da UP Pacatuba confeccionaram brinquedos para presentear essas crianças, e essa tarde representa um momento de muita alegria para elas. Acreditamos que, com essa ação, estamos contribuindo para formar vidas e transformar um instante em um momento que se eterniza. Esse é o verdadeiro objetivo: construir um legado de fé, esperança e alegria por onde passamos. Há dois anos a direção da UP Pacatuba nos apoia com essa parceria, e os internos trabalham com muita satisfação para fazer parte dessa corrente do bem. Juntos, construímos algo muito maior, como essa ação que estamos vivendo agora”, concluiu.

A mãe do Miguel Duarte,Amanda Teixeira, expressa sua gratidão pela ação. “É um sentimento de muita alegria. Essas iniciativas tiram as crianças da rotina do hospital e da casa de apoio, trazendo elas de volta para a infância, que muitas vezes a doença rouba. Esses momentos são fundamentais porque devolvem às crianças um pouco de conforto e da leveza que merecem viver. Saber que o amigurumi que meu filho recebeu foi feito com carinho por um interno do sistema prisional me emociona muito. É uma ação que ajuda duas vidas ao mesmo tempo: quem está preso, ao praticar um ato de amor, e as crianças que recebem esse presente especial. Isso é muito satisfatório e importante”, atenta.

O interno da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), Diego Escorcio, comemora a participação na ação. “Foi transformador. Mesmo dentro do sistema prisional, tive a chance de fazer algo bom, algo que levasse alegria a crianças que enfrentam uma realidade tão difícil. Confeccionar os amigurumis e doar o material foi mais do que um trabalho manual — foi um gesto de empatia, de humanidade. A gente erra, mas quando surge a oportunidade de reparar, de contribuir de alguma forma, isso ressignifica tudo. Ver o sorriso de uma criança, saber que aquele presente saiu das minhas mãos, me fez sentir útil de verdade. Essa experiência despertou em mim o desejo de seguir mudando, de continuar nesse caminho de ressocialização”, concluiu.

Rede Artesã

O artesanato é uma das principais atividades desenvolvidas para os internos no sistema prisional do Ceará. Além da perspectiva artística e o retorno financeiro, a prática também contribui para a qualificação, a ocupação, a elevação da autoestima, a projeção de futuro positivo e a remição de pena para as pessoas privadas de liberdade.

O projeto “Rede Artesã”, desenvolvido pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, com apoio das direções das unidades prisionais e policiais penais, vem fortalecendo esse trabalho de forma diferente e possibilitando uma nova realidade aos internos e seus familiares.

Ao todo, são 2600 internos artesãos em 16 unidades prisionais participando dessa ação. Além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena e ajudam na renda familiar mesmo estando privados de liberdade. Todas as peças produzidas pelos internos são entregues aos familiares para que possam ser comercializados como uma forma de renda extra ou até renda principal para o núcleo familiar dos detentos. Além disso, o vínculo familiar é fortalecido devido a presença da família na comercialização e encaminhamento dos insumos.

O Crochê é a técnica principal trabalhada pelos internos. Para a produção dos artigos, todo o material usado é fornecido pelos próprios familiares. Os principais materiais utilizados são agulhas, botões, linhas e fios de malha. Por ser um material de fácil acesso, barato e com diversas cores, a confecção tem uma enorme variedade de produtos. Os apenados produzem bolsas, caminho de mesa, tapetes, toalhas de bandeja, redes entre outras peças.

Para participar, o interno passa por uma seleção onde a unidade prisional seleciona os candidatos por interesse, habilidade na técnica e condições da família em se responsabilizar pelo fornecimento de material para a produção das peças.

Associação Comunitária Lucas Dantas (Acold)

A Acold foi fundada em 2006 por Lucas Dantas, após sua cura de um câncer infantil. Inspirado por sua experiência, ele criou, ao lado da mãe e de voluntários, uma associação voltada ao acolhimento de pessoas com câncer em situação de vulnerabilidade social.

Com sedes no Cariri e em Fortaleza (CE), a Acold promove saúde, assistência social e fortalecimento comunitário. Suas ações incluem apoio a pacientes e famílias, visitas domiciliares e hospitalares, doações de itens essenciais, atividades lúdicas e culturais, além de projetos com jovens voluntários.

A entidade também atua com prevenção de doenças, educação sexual, combate ao uso de drogas, sustentabilidade por meio do artesanato e preservação ambiental.

Em 2013, criou o Lar São Francisco de Assis, em Barbalha. Em 2018, inaugurou uma casa de apoio em Fortaleza, com foco em crianças em tratamento no Hospital Peter Pan.




Fonte: Agência de Notícias do Estado do CE

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