Estudantes e profissionais de Saúde participaram, na última segunda-feira, (22), da abertura do curso online Cuidados Transdisciplinares em Saúde da População LGBTQIA+. A ação é uma parceria entre a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, por meio da Coordenadoria Especial de Política Públicas para LGBTQIA+, Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares e Faculdade Estácio (FMJ). O evento busca discutir e capacitar profissionais para a conscientização e sensibilização na abordagem e prática de atendimento da comunidade LGBT nas unidades de saúde do Estado Ceará e do Brasil. O curso contou com mais de 700 inscritos, e alcançou mais de mil visualizações.
O coordenador Especial de Políticas Públicas para LGBT da SPS, Narciso Júnior, explica que a capacitação é o caminho. “Nesse primeiro momento, tivemos uma adesão muito positiva. Foram mais de 700 pessoas inscritas para o curso. Nesse sentido, podemos ter um diagnóstico de demanda muito grande de profissionais que buscam entender o que é a política de saúde da população LGBTQIA+”, explica.
Narciso ressalta que o curso surgiu da necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o entendimento dos corpos LGBTs, bem como suas especificidades, o uso correto de nomenclaturas, forma de atendimento de acordo com identidade de gênero e orientação sexual dessa comunidade. “Seja no campo da saúde pública ou privada, os profissionais têm que estar preparados para entender essa população”, pontua.
Durante a aula inaugural, os profissionais conversaram sobre os desafios e as possibilidades de inclusão em saúde. O diálogo foi conduzido pela médica integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, Alyne Alencar: “Nós temos muita dificuldade, desde a formação acadêmica, não há literatura disponível, não há práticas disponíveis. O acesso à saúde é um direito garantido por lei. Oferecido pelo sistema público ou particular, o serviço deveria atender todas as pessoas de forma humana, respeitosa e integral. Porém, essa não é a realidade de muitos integrantes dessa comunidade”.
Brendha Vlazack, mulher trans e educadora social em saúde, que participa do curso, destaca a importância da discussão. “Fico muito feliz quando um curso nos é ofertado com muita pertinência e significância. É preciso debater e conversar para que haja um atendimento mais humanizado nas unidades de saúde”, diz a educadora.
O curso reuniu participantes de Juazeiro do Norte; Itapipoca; Orós; Iracema e Fortaleza. Com transmissão on-line, a primeira aula teve a audiência de estudantes de graduação, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas e professores do Ceará e de outros estados brasileiros.
As aulas estão sendo transmitidas (e ficam disponíveis) no YouTube da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares.
Programação
24 de fevereiro (quarta-feira)
18h – A Medicina e a manutenção da cisheteronormatividade
Palestrante: Lucy Rivka (Mulher, travesti, lésbica, médica e integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares)
20h – Saúde Mental da População LGBTQIA+
Palestrante: Bruno Branquinho (Psiquiatra)
26 de fevereiro (sexta-feira)
18h – Coordenadoria Especial de Políticas Públicas: historicidade, avanços e Retrocessos
Palestrante: Narciso Junior (Coordenador Especial de Políticas Públicas para LGBT da SPS)
20h – Processo de Hormonização para População Trans
Palestrante: Wanderson Padilha (Médico de família e comunidade)