Dor incomoda, causa estresse e, a depender da intensidade ou frequência, gera até depressão. No caso de dores por postura inadequada no ambiente de trabalho, acompanhamento especializado e adaptações estruturais podem amenizar o problema. É o que explica o fisioterapeuta Antônio Viana Júnior, que integra a equipe da Clínica de Fisioterapia do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), unidade de média complexidade do Governo do Estado.
Antônio Viana conta que atende diariamente pessoas com dores causadas pela ergonomia ruim no ambiente de trabalho. São manicures, motoboys, trabalhadores braçais, recepcionistas, analistas de sistemas, entre outros profissionais. Incômodos na coluna ou desgastes nos tendões devido ao esforço repetitivo realizado com posturas inadequadas são queixas frequentes. “Isso é algo que dá para prevenir. A ergonomia faz isso e beneficia patrões e empregados, pois reduz as faltas e assegura um ambiente saudável de trabalho”, afirmou o fisioterapeuta.
Boa iluminação; bancadas, mesas e cadeiras com altura adequada; ginástica laboral; ausência de ruídos excessivos; ambiente agradável e alimentação saudável são práticas relacionadas à boa ergonomia. “Até mesmo o fator emocional é importante. Muitas empresas já têm psicólogos e nutricionistas no quadro de trabalhadores pensando nisso”, explicou o fisioterapeuta.
O especialista ressalta que a ausência de ergonomia pode ocasionar dores na coluna ou gerar desgastes nos tendões. Nestes casos, com Fisioterapia e um ambiente de trabalho adaptado, o problema pode ser resolvido em até três meses. “Como fisioterapeutas, sempre fazemos sugestões de adaptações e orientamos alongamentos que podem ajudar ao retornar para o ambiente de trabalho”, disse Antônio.
Se não tratadas, as dores podem se tornar crônicas. “Aí entra o trabalho da equipe multidisciplinar. Às vezes precisa de medicamentos mais específicos para dores. O paciente fica mais ansioso, podendo fazer uso de ansiolítico. Alguns precisam, inclusive, de antidepressivos. Como fisioterapeutas, buscamos sempre melhorar as condições físicas dos pacientes para reduzir o uso de medicamentos e deixá-los mais confortáveis”, explica.
O analista de sistema Antonio Viana Júnior, de 54 anos, sofre com dores crônicas no ombro esquerdo diariamente e usa analgésicos regularmente. “É sofrido. Tenho sido atendido na clínica de Fisioterapia aqui do Martiniano e, sempre que passo por uma sessão, tenho uma melhora. Fora que sou sempre bem acolhido”, disse.
Prevenção
Entre os dias 12 e 16 de outubro, o Hospital Martiniano de Alencar vai realizar a primeira semana de Fisioterapia na unidade e, entre os assuntos abordados, estará a ergonomia. Todos os setores da unidade serão visitados pela equipe de fisioterapeutas, que analisará a postura dos funcionários e sugerir correções. “Além das adaptações, há os vícios posturais que prejudicam os trabalhadores, isso também é importante. É um cuidado do hospital, mas também temos o objetivo de fortalecer esse princípio também nos trabalhadores”, disse Antônio.
Clínica de Fisioterapia
A Clínica de Fisioterapia do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Todos os pacientes atendidos são provenientes da Central de Regulação do Estado.