“Irmã Ruiva” é a segunda foragida presa pelo Estado em uma semana
Apontada como chefe de uma organização criminosa com atuação na Grande Fortaleza, com mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa, e listada no Programa Estadual de Recompensa. Era dessa forma que Almerinda Marla Barbosa de Sousa (39), a “Irmã Ruiva”, é conhecida pelas forças policiais do Ceará. Ela foi capturada por equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), na última sexta-feira (20), em Jijoca de Jericoacoara, no Interior Norte do Estado. A partir de agora, a mulher será isolada da sociedade para responder pelos crimes que cometeu em reclusão, além de ser investigada por outros delitos que estão em apuração. “Irmã Ruiva” é a segunda foragida do Programa de Recompensas capturada em menos de uma semana.
Mesmo com o rosto estampado no cartaz de procurada pelas forças de segurança do Estado e compartilhado na imprensa e em redes sociais, “Irmã Ruiva” continuava à frente de atividades criminosas no Estado, conforme investigações iniciais da Draco sobre a atuação da mulher, que tingiu os cabelos de preto para não ser associada à imagem do cartaz de procurada divulgado desde o mês passado. Ela tinha um mandado de prisão decorrente de decisão condenatória pelos crimes de tráfico de drogas, corrupção ativa e por integrar organização criminosa. A pena imposta pela Justiça cearense pelos crimes é de dez anos.
Ainda de acordo com os levantamentos da Draco, “Irmã Ruiva” é investigada por ser mentora de diversos homicídios na área do Grande Mondubim, na Área Integrada de Segurança 9 (AIS 9) em Fortaleza. Some-se a isso a participação efetiva dela no comércio ilícito de entorpecentes em municípios do Interior Norte, região na qual ela escolheu para se esconder das autoridades policiais e onde foi presa. Todos as condutas criminosas da mulher seguem em apuração.
A Polícia Civil do Ceará também irá aprofundar os indícios de que ela teria participado ativamente da série de ações criminosas, ocorridas em janeiro de 2019, patrocinada pelo coletivo criminal da qual ela faz parte. A Draco investiga ainda a atuação da suspeita dentro do grupo criminoso no Ceará sob o comando direto da cúpula da organização criminosa, já que ela é considerada uma “conselheira de guerra”, responsável por gerenciar ações criminosas localmente com a autorização da cúpula nacional. A Draco irá se debruçar sobre o caso no intuito de reunir outras provas das atividades criminosas da mulher no Ceará.
O trabalho para capturar outros suspeitos de integrarem organizações criminosas no Estado, principalmente aqueles que estão em posição de chefia, segue em andamento, como destaca o secretário da SSPDS, Sandro Caron. “Nos últimos 30 dias, cinco chefes de uma mesma organização criminosa foram presos em razão de investigações da Polícia Civil do Estado do Ceará. Nós seguimos a estratégia de realizar a prisão dos principais chefes desses grupos, bem como atingir através de investigação qualificada o patrimônio e a estrutura dessas organizações, levando ao seu enfraquecimento e consequentemente, em razão desse trabalho que segue de maneira incansável pela segurança pública do Estado do Ceará, temos o objetivo de levar a redução dos índices de criminalidade. Cada um desses cinco chefes que foram presos nos últimos 30 dias são acusados de narcotráfico e de serem mandantes ou até mesmo executores de grande quantidade de homicídios nosso Estado”.
“Detento”
Essa é a segunda prisão de um foragido que consta na lista do Programa Estadual de Recompensa em uma semana. Lindemberg Vieira Viana (25), vulgo “Detento” foi preso na sexta-feira, dia 13 de novembro, no município de Itaitinga, na Área Integrada de Segurança 12 (AIS 12) do Estado. Na ocasião, foram apreendidos 27,3 quilos de maconha, 3,5 quilos de pó branco utilizado na mistura dos entorpecentes, uma pistola calibre .40, um revólver 38, três carregadores de pistola, além de 45 munições de calibres variados, caderno com anotações do tráfico, quatro aparelhos celulares, uma balança de precisão e uma tornozeleira eletrônica quebrada de uma mulher que foi presa na mesma ofensiva policial.
A captura do homem foi resultado de uma ação integrada do Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da PCCE e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), com informações de inteligência da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS, do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PCCE e da Coordenadoria de Inteligência (Coint) da SAP.
Programa de Recompensa
O Programa de Recompensa do Ceará tem o objetivo de estimular o auxílio da população nas operações policiais e nas investigações criminais a cargo dos órgãos estaduais de segurança pública em troca de um valor estipulado pela Comissão Estadual do Programa de Recompensa. Os valores são definidos a partir da gravidade do crime, pela repercussão e reprovação social do crime, pela complexidade do crime e sua investigação, bem como pela dificuldade para elucidação do caso, de sua autoria ou da localização de suspeitos. O Programa Estadual de Recompensa foi instituído pela Lei Estadual nº 16.829/2019 e regulamentado pelo Decreto Estadual nº 32.929/2019.
Desde o fim de setembro, o Governo do Estado disponibilizou nove nomes de pessoas foragidas da Justiça, bem como os valores que serão pagos por informações que levem ao paradeiro deles no site Recompensas. A lista ficará disponível até o dia 26 janeiro de 2021, quando vence o prazo final para recebimento de denúncias. Ainda restam sete nomes.
Denúncias
O Disque-Denúncia da SSPDS é o canal disponibilizado para o recebimento de informações que auxiliem os órgãos de segurança pública do Ceará. As ligações para o número 181 são gratuitas e os números telefônicos não ficam registrados no sistema. As informações prestadas pelo denunciante serão mantidas em absoluto sigilo.