InícioCEARÁLaços da maternidade: gestações em comum e o sentimento de renovação

Laços da maternidade: gestações em comum e o sentimento de renovação

Bárbara Danthéias – Ascom HSJ e Teresa Fernandes – Ascom HRN – Texto
Bárbara Danthéias – HSJ, Teresa Fernandes – HRN e Arquivo Pessoal – Fotos
Iza Machado – Sesa – Infografia

Anny Eukária grávida de Larissa, sua segunda filha; ela já é mãe de Lucas, 12 anos

Na semana que antecede o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (12), a Saúde do Ceará, por meio de uma série de reportagens, explora a força e a beleza dos laços que as unem aos filhos, transcendendo os desafios e celebrando essa jornada única. Na terceira reportagem, você confere histórias de mulheres que atuam em unidades da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e têm uma ligação especial com seus setores e a maternidade. No Hospital São José (HSJ), sem combinar, profissionais administrativas engravidaram no mesmo período e dividem a experiência de maternar. Já no Hospital Regional Norte (HRN), trabalhadoras da saúde viveram a experiência de trocar de lugar: passaram de assistentes a assistidas, tendo seus filhos no equipamento onde atuam.

Três gestações aproximam profissionais administrativas do Hospital São José; colegas de trabalho brincam sobre a “fertilidade” do setor

Em agosto de 2023, a assistente administrativa do HSJ Anny Eukária dava a notícia às colegas de trabalho: “Vocês vão ser titias!”. A novidade foi recebida com um misto de surpresa e felicidade por todos do Anexo Administrativo do hospital, uma vez que a gestação não havia sido planejada, sendo inesperada até mesmo para a própria Anny.

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No entanto, as surpresas não pararam por aí. Na mesma época, outra funcionária também foi contemplada com um gravidez que, embora não planejada, foi muito bem-vinda: a auxiliar administrativa Cibele Figueiredo, assim como Anny, descobriu estar grávida do seu segundo filho.

“A Anny ficou radiante quando compartilhei a notícia. Compartilhamos muitas informações sobre a gravidez, trocas de experiências, conselhos. A conexão entre nós cresceu ainda mais à medida que as barrigas cresciam”, conta Cibele. Anny confessa que demorou alguns dias para acreditar que a informação era mesmo verdadeira, já que Cibele também não planejava ter mais filhos. “Não acreditava. Depois entendi que era verdade e trocamos muitas figurinhas na gestação e agora no puerpério também”, comenta.

Andreia Barbosa, secretária da direção-geral do HSJ, é uma das novas mamães de segunda viagem da unidade (Foto: Bárbara Danthéias)

Em meio ao clima de comemoração pela chegada de dois bebês, os trabalhadores do Anexo Administrativo descobriram que uma terceira criança estava a caminho. Dessa vez, Andreia Barbosa, secretária da direção-geral do HSJ, anunciou, já neste ano de 2024, que também estava esperando seu segundo filho — ou filha, pois ainda não se sabe o sexo do bebê. “Eu e meu marido planejamos a gravidez e, depois de quase um ano, Deus nos deu essa graça. A descoberta foi natural e emocionante”, compartilha.

A notícia do terceiro bebê foi recebida com muita alegria pelas outras mamães e acompanhada de vários comentários espirituosos sobre a “fertilidade” do setor. Anny, por exemplo, brinca e diz que deve haver alguma substância diferente na água do Anexo, mas também ressalta que a chegada de uma nova vida sempre vem carregada de esperança. “A gente passou por períodos tensos no hospital com a pandemia, época em que a morte virou rotina diária. Acredito que estamos num novo tempo de vida, esperança e renovação”, reflete.

Vida profissional e maternidade

Embora a notícia de uma nova gestação — aguardada ou não — seja sempre recebida com alegria e comemoração, as mães são unânimes ao afirmar que conciliar maternidade e carreira não é uma tarefa fácil. “É um desafio diário, mas não imaginaria minha vida de outra maneira”, declara Andreia.

Cibele Figueiredo logo após o nascimento de Samuel, no dia 18 de abril

Cibele destaca que manter o equilíbrio entre as duas áreas exige organização. “O coração fica apertado. Porém, encontrar a maneira de equilibrar responsabilidades envolve organização e dedicação, garantindo sempre o bem-estar dos meus filhos e o meu compromisso profissional”, pondera.

Já para Anny, o acúmulo de funções que costuma recair sobre as mulheres é uma tema que deve ser debatido em sociedade. “É muito difícil para a mulher esse acúmulo de funções: mãe, dona de casa, profissional, dentre outras funções que desempenhamos. É um prazer, mas é também uma sobrecarga. Acredito que precisamos, enquanto sociedade, repensar sobre tudo isso de forma muito empática”, pontua.

Trabalhadoras da saúde vivem experiência de parir no mesmo hospital onde atuam

Pesar, medir e verificar os sinais vitais logo que o bebê nasce, além de vacinar, trocar fraldas e dar o primeiro banho são rotinas normais para a equipe de enfermagem da Obstetrícia e da Neonatologia. Mas tudo ganhou um tom diferente quando a enfermeira da Neonatologia do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, Lorena Kelle Miranda, pariu suas bebês gêmeas Julia e Manuela, em novembro de 2022, na mesma unidade onde trabalha. A filha mais velha da profissional, Helena, também nasceu no HRN.

Por conta da gemelaridade e por ter desenvolvido diabetes gestacional, Miranda foi acompanhada no pré-natal de alto risco do Centro de Especialidades Médicas (CEM), vinculado ao HRN. O esposo de Lorena Kelle, Oscar Correia Júnior, também é enfermeiro da UTI Neonatal.

Julia e Manuela, bebês gêmeas de casal de enfermeiros da Neonatologia do HRN, nasceram no hospital onde os pais trabalham (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela lembra que, embora já conhecesse as rotinas do serviço, foi uma novidade estar como paciente. “A ansiedade é pessoal, acabamos esquecendo naquele momento que somos profissionais. Conhecemos os processos, mas tem toda a expectativa e até o medo”, conta. Para esse momento de internação, a enfermeira reconhece que o trabalho da equipe é fundamental. “Vimos o quanto é importante a comunicação da equipe, os cuidados, avaliamos o quanto uma palavra faz toda a diferença no internamento, a forma como somos acolhidas”, exemplifica. Segundo ela, viver essa experiência a fez trazer uma linguagem ainda mais simples para o atendimento das mães do seu serviço.

Foram quatro dias de internação e, embora a via de parto inicialmente escolhida fosse a vaginal, as bebês acabaram nascendo no Centro Cirúrgico Geral (CCG), com 35 semanas e 4 dias. “O parto cesáreo foi indicação pela gemelaridade monocoriônica diamniótica”, lembra. A enfermeira diz ser grata à equipe que a atendeu. “Fui muito bem acolhida”, completa.

Quando os dados se transformam em histórias

Experiência parecida viveu a assistente administrativa do Núcleo de Gestão e Segurança do Paciente (Nugesp) do HRN, Crisiane Miranda. A profissional é responsável pela organização e compilação de dados assistenciais do hospital, como atendimentos e procedimentos. “É uma experiência nova viver a realidade do trabalho, participar e me incluir nos números”, conta. Pedro Arthur nasceu no dia 18 de abril deste ano no Centro de Parto Normal (CPN) do HRN. Após o nascimento da criança, Crisiane ainda fez o procedimento de laqueadura por via umbilical, também no HRN.

Assistente administrativa do HRN, Crisiane Miranda vive experiência de trazer os dados que trabalha para a vida

Ela foi acompanhada pelo pré-natal de alto risco da Policlínica de Sobral e vinculada ao HRN por ter uma gestação de risco aos 38 anos. “O HRN é muito bom e não só porque trabalho aqui, mas porque toda a equipe faz um trabalho bem feito, com dedicação”, garante.

Fonte: Governo do Estado do Ceará

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