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G20 no Ceará: Visita ao Banco Palmas promove intercâmbio de iniciativas que visam a democratização do sistema financeiro

Elizeuda Lobo – Governo do Ceará – Texto
Hiane Braun – Casa Civil – Fotos

O Banco Palmas tem por objetivo democratizar o acesso a serviços financeiros e bancários para a população da periferia de Fortaleza

A colaboração internacional partilhada nas discussões do Grupo de Trabalho Trilha de Finanças do G20 no Ceará atinge um marco significativo de interatividade e compartilhamento de boas práticas de desenvolvimento econômico sustentável, com a visita do GT ao Banco Palmas, no Conjunto Palmeiras. Na tarde dessa terça-feira (2), o GT esteve no equipamento para conhecer de perto o modelo inovador de gestão bancária e o arcabouço de iniciativas desenvolvidas pela instituição desde o final da década de noventa, visando a melhoria das condições de vida de segmentos populacionais desassistidos economicamente.

Idealizada pelo Banco Central, a visita é um desdobramento do projeto de cooperação internacional tratado no encontro do GT Parceria Global, que acontece de segunda-feira (1°) até a quarta-feira (3), reunindo importantes lideranças do Brasil e do mundo. Assim, a ida do GT ao Palmas nasceu da ideia de mostrar para os demais países membros do G20 o método inovador que existe no Ceará e a importância de trazer o acesso ao sistema financeiro para dentro de comunidades mais carentes.

O chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do BC, Luis Mansur, destaca que a inovação pode acontecer em qualquer lugar, nos lugares mais inesperados e mudar a realidade das pessoas. “Temos aqui uma comunidade carente que desenvolveu uma solução de oferta de crédito mais adequada para sua população e que trouxe o serviço financeiro para dentro da sua realidade. Eles foram precursores em promover o acesso financeiro e com isso, a gente mostra para a população mundial, que há a possibilidade de manter renda circulando dentro da comunidade para que o crédito fique ali, que o que foi vendido ali, promovendo o desenvolvimento econômico local”, ressalta.

Uma visita, muitos significados

Para Joaquim Melo, diretor-geral do Banco Palmas, o encontro com o Grupo de Trabalho do G20, mais do que a valorização da iniciativa, trás também o reconhecimento do significado do equipamento para a comunidade. “Nós criamos um sistema financeiro alternativo, que distribui renda, que promove a igualdade e que melhora a vida das pessoas e o G20 estar aqui no Ceará e querer vir exatamente aqui é reconhecer que a gente está no caminho certo”, pontua.

De acordo com o gestor, o momento também foi uma mão dupla de inspiração e aprendizados: “A gente conversou, trocou ideias, eu conversei muito com os argentinos que estavam presentes, eles têm um trabalho parecido lá, mas o modelo de banco e moeda social circulando na comunidade e gerando riqueza aqui é o que mais encanta eles. Eu acho que conhecer as experiências deles tem uma contribuição muito grande e tecnológica, principalmente de se pensar em criar uma grande rede internacional de experiências de finanças solidárias”, acrescenta.

Cultura, conhecimentos e vivências: um giro pelo Banco Palmas

O grupo formado por mais de 100 pessoas de diversas nacionalidades chegou ao Palmas por volta das 15 horas, bem disposto e com roupas leves, condizentes com o calor alencarino.

A visita foi iniciada pelo espaço Parlamento, uma espécie de auditório comunitário da Associação de Moradores do Conjunto Palmeiras, onde foi recebido por integrantes da organização. Na oportunidade, os anfitriões entregaram para cada um o cartão digital do Banco; o mimo, que trazia o nome de cada participante, também continha o valor simbólico de R$ 5,00, e a sugestão de consumo na pequena feira de economia solidária, em exposição noutro ambiente do equipamento.

Um momento de encontro com a cultura local foi marcado pelos tambores do Grupo Batuque da Juventude, um coletivo de jovens que fazem parte do Ponto de Cultura Bate Palmas, inciativa apoiada pelo Banco Palmas e pela quadrilha junina “ABL”, do Colégio Estadual Aloísio Barros Leal.

Após um breve momento de apresentação do equipamento e dos membros da equipe de colaboradores, conduzida pelo diretor geral da Instituição, os visitantes se deslocaram para os demais espaços do equipamento, onde tiveram acesso a projetos como o Laboratório de Agricultura Urbana (horta comunitária), curso de costura, feira de economia solidária com produtos da terra e artesanato cearense, projeto Prato Colorido e o Palma Tech, uma inciativa de qualificação em energia solar. “Nós mostramos também o nosso sistema de tecnologia, mostramos como a gente começou com moeda de papel, depois migramos para o digital, mostramos o nosso Palmas Lab, que é o nosso departamento que produz tecnologia, que produz software e como é possível fazer isso numa periferia, eu acho que esse é o grande destaque e o que impactou mais eles”, destaca o diretor Melo.

O Banco Palmas

O Banco Palmas tem por objetivo democratizar o acesso a serviços financeiros e bancários para a população da periferia de Fortaleza. Fundado em janeiro de 1998 pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras (ASMOCONP), a iniciativa possui hoje uma ampla participação social e mobilização de associações locais, buscando o desenvolvimento socioeconômico de bairros e favelas e é considerado uma das principais experiências de economia solidária no Brasil.

De 2014 a 2024, a plataforma digital E-dinheiro desenvolvida pelo Banco, conta com mais de dez mil usuários e movimentou P$ 14.500.000,00 neste período, favorecendo a economia do bairro.

Fonte: Governo do Estado do Ceará

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