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Farmacêuticas da Casa de Cuidados do Ceará detalham benefícios de chás para a saúde

Márcia Catunda – Ascom Sesa – Texto
Divulgação – Fotos

É preciso ter cautela para não consumir chás além da quantidade recomendada, caso contrário, podem provocar desconforto estomacal, náuseas e alterações intestinais

“Chá de boldo alivia a dor de barriga, chá de marmeleiro ajuda a aliviar o estresse e chá de camomila acalma. Babosa hidrata os cabelos e mel com limão alivia a dor na garganta”. É muito comum algumas pessoas falarem frases como essas. Segundo a farmacêutica da Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e gerido pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Consuelo Bernal, os chás funcionam como um medicamento natural e trazem benefícios para a saúde, especialmente aqueles produzidos com uso de folhas, flores e caules.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que a L-teanina, substância presente no chá, alcança um efeito positivo no fortalecimento do sistema imunológico contra possíveis ataques virais ou bacteriológicos. Outro composto do chá verde chamado EGCG aumenta o número de células reguladoras que controlam a atividade imunológica. Além disso, um estudo do National Agriculture and Food Research Organization, do Japão, mostrou que compostos do chá verde têm efeitos para amenizar sintomas de rinite e problemas respiratórios.

“Entre os chás que aumentam a imunidade, podemos citar o chá de limão, gengibre, de canela, de alho e de romã. Esta, por exemplo, possui um componente chamado ácido elágico, que tem bons resultados quando se trata de reduzir a inflamação e fortalecer a imunidade. Também tem propriedades que previnem câncer e envelhecimento”, explica Pedriane Barroso, também farmacêutica da CCC.

Em casos de gripes e resfriados, comuns nesta época do ano, os chás mais indicados são os de alho, gengibre, limão e própolis, que também dão mais resistência à imunidade e são anti-inflamatórios, de acordo com as profissionais. “Para esses, o indicado é preparar o chá por meio de infusão, pois as plantas contém princípios ativos voláteis sensíveis ao calor prolongado”, orienta Bernal. “O ideal é ferver a quantidade de água necessária até a formação das primeiras bolhas e colocar sobre as folhas ou flores em uma xícara e abafar por 5 a 10 minutos. É recomendado coar e utilizar o chá no mesmo dia”, acrescenta.

Ainda de acordo com as especialistas, os chás podem ser bons adjuvantes na melhora da imunidade e no alívio dos sintomas, principalmente nos períodos de síndromes gripais. “Em casos de manifestações como febre e dor de cabeça, podemos citar o mastruz, que contém propriedades antipiréticas e analgésicas, além de ser um bom tratamento para gripe e expectorante. O ideal é utilizar suas folhas frescas e sementes. Entretanto, ao perceber a piora dos sintomas, a procura de uma assistência médica é indispensável ao paciente”, reforça a Bernal.
Saiba mais sobre o chá

O chá é uma das bebidas mais antigas e consumidas do mundo, perdendo apenas para a água. Entre os benefícios da bebida, estão o alívio do estresse, a melhoria da qualidade do sono, a diminuição do nível de colesterol, o controle da pressão arterial, além de ajudar na prevenção de diabetes, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.

Consumo de alguns chás não é indicado para todas as pessoas, como gestantes

Apesar de aliados daqueles que desejam uma vida mais saudável, é preciso ter cautela para não consumir além da quantidade recomendada, caso contrário, podem provocar desconforto estomacal, náuseas e alterações intestinais, como diarreia e aumento de flatulência, bem como reações adversas, em casos de alergia, por exemplo.
“Pessoas que tomam medicamentos de forma contínua e que têm o hábito de consumir chás devem ficar atentas, pois pode ocorrer interação medicamentosa, com consequências danosas para a saúde. É sempre bom estar conversando com seu médico ou procurar um farmacêutico para tirar qualquer dúvida”, afirma Consuelo Bernal

Além disso, nem todas as pessoas são indicadas a fazer consumo da bebida. É contraindicado o consumo de chás para gestantes, por exemplo, pois não há estudos que comprovem a segurança para este público. “Em pacientes grávidas, é importante evitar certos tipos de chá que podem causar sangramentos, contrações uterinas, como a camomila e melissa. No caso das gestantes, é primordial que se converse com o médico quando for utilizar chás e fitoterápicos”, alerta a farmacêutica.

Pacientes com gordura no fígado também devem evitar o consumo da bebida, especialmente os chás verde e branco, que aumentam a mobilidade de gordura. É importante, ainda, que o paciente não use medicamento por conta própria ou faça uso de chás para substituir algum medicamento com frequência.

“De uma forma geral, tanto os medicamentos quanto os chás e os fitoterápicos precisam ser informados ao médico sobre o uso. Podem haver reações alérgicas, intoxicações e, o principal, que são as interações com outros medicamentos que a pessoa utilize de forma contínua. Isso acaba prejudicando a resposta terapêutica dos medicamentos”, detalha Pedriane Barroso. “É preciso ter cuidado com o excesso de uso, como no caso dos chás verde, chá-mate, de canela e de gengibre. Por serem termogênicos, podem acabar causando insônia, excitação nervosa ou náuseas”, complementa a profissional.
Saúde mental

De acordo com um estudo da Universidade de Newcastle, os chás verde e preto têm propriedades que melhoram a atividade cerebral. Com isso, auxiliam na memorização e nos processos de tomada de decisão, e ainda diminuem as chances de desenvolvimento da depressão. “Diante da pandemia de Covid-19, muitas pessoas passaram a desenvolver estresse e insônia. Nestes casos, os chás mais indicados são os de melissa, camomila, capim-cidreira , maracujá e valeriana, que podem atuar reduzindo a ansiedade e distúrbios do sono”, diz Consuelo Bernal.

Fonte: Governo do Estado do Ceará

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