Felipe Regino – Ascom SSPDS – Texto
Cícero Oliveira e Paulo Cavalcanti – Ascom SSPDS | Arquivo – Foto
Enquanto o torcedor acompanha a partida, as Forças de Segurança do Ceará acompanham o torcedor
O esporte mais popular em todo o mundo também é responsável por proporcionar grandes festas no Ceará. Nas arquibancadas, as torcidas cearenses, que já são conhecidas pela paixão por seus clubes, entregam muito barulho e emoção não somente durante os 90 minutos de bola rolando, mas também antes do apito inicial e após o término das partidas. Para garantir a segurança de todos os presentes nos estádios, as Forças de Segurança do Ceará montam, para cada partida, um planejamento operacional alinhado com todos os órgãos esportivos, com as torcidas organizadas e com os órgãos de segurança envolvidos. Neste dia 19 de julho, Dia Nacional do Futebol, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) destaca o trabalho daqueles que estão sempre presentes nos estádios, mas focados apenas em garantir que a festa seja com segurança para todos os presentes.
Para a logística de segurança em dias de jogos, são destinadas equipes do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), Comando Tático Motorizado (Cotam), Forças Táticas (FT), Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), do Regimento de Polícia Montada Coronel Moura Brasil (RPMont) e do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), todos da Polícia Militar do Ceará (PMCE); equipes dos demais órgãos vinculados à SSPDS, como Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE); além das Forças Amigas, como Guardas Municipais, Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).
Batalhão de Polícia de Choque
A realização dos jogos de futebol e outros eventos esportivos, na Capital e na Região Metropolitana de Fortaleza, é resultado de intensos planejamentos contínuos entre as Forças de Segurança do Estado e órgãos responsáveis pelos eventos. O planejamento das missões de grandes eventos é executado pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), da PMCE, possibilitando que os espetáculos esportivos ocorram de forma segura para todos.
O comandante do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), tenente-coronel Gerlúcio Vieira, explica a preparação das equipes policiais para os eventos esportivos. “Antes da realização dos jogos, o BPChoque, através da Companhia de Eventos, realiza diversas reuniões preparatórias para o evento esportivo. As reuniões são realizadas com as diretorias das agremiações esportivas, com as torcidas organizadas, com os diversos órgãos públicos e com os oficiais da PMCE que irão trabalhar no dia do jogo. Nesses eventos, sempre destacamos a atuação do CPRaio, responsável pelas escoltas dos clubes e torcidas, e do Cotam e RPMont, pelas escoltas das torcidas organizadas”, destacou o comandante.
Além das reuniões de alinhamento e planos operacionais, os policiais militares que atuam nas partidas passam por capacitações contínuas e utilizam equipamentos específicos para as ocasiões. “Nossos policiais são treinados e preparados para gestão de multidões e controle de distúrbios civis, o que nos credencia para atuar nessa modalidade de policiamento. Também fazemos uso de recursos especiais, como é o caso do nosso veículo blindado de choque, que pode realizar lançamento de jatos de água para dispersar uma manifestação mais violenta”, pontuou o tenente-coronel Gerlúcio.
Para garantir a segurança de todos, a elaboração dos planejamentos operacionais e planos de ações para de eventos contam com a integração entre diversos órgãos, não somente da Segurança Pública. As ações são planejadas em conjunto entre representantes da Polícia Militar do Ceará (PMCE), PCCE, CBMCE, Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), da Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (Sesporte), além das prefeituras municipais, órgãos de trânsito, Federação Cearense de Futebol (FCF) e dos próprios clubes envolvidos na partida.
“Temos um Grupo de Trabalho para o Futebol, presidida pela Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), onde é realizado a Avaliação de Risco do Evento Esportivo (AREF) e é providenciado, a depender de cada caso, os encaminhamentos necessários ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para a solução de eventuais problemas”, concluiu o tenente-coronel Gerlúcio.
Companhia de Eventos
Na Capital, seja na Arena Castelão ou no estádio Presidente Vargas, o PV, ou nas partidas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), as equipes da Companhia de Eventos (3ª Companhia do BPChoque) iniciam os trabalhos horas antes do início da partida.
O comandante da 3ª Cia/BPChoque, capitão André Gaya, explicou como são realizados os trabalhos para receber os torcedores nos estádios. “Via de regra, a tropa tem que estar em condições no terreno três horas antes do jogo, para que duas horas antes a gente possa fazer a abertura dos portões e receber o torcedor. Antes da abertura dos portões, a tropa faz a varredura do equipamento, passa em todos os banheiros, todas as salas, todas as partes da arquibancada para visualizar e fazer uma varredura mesmo, procurando qualquer tipo de material que possa ser utilizado para atos de violência dentro do estádio ou até mesmo qualquer ilícito, como bebidas ou drogas que possam ser deixadas dentro do estádio”, destacou o comandante.
Com a bola rolando, as equipes realizam patrulhamento por todo o estádio. Uma vez no interior do estádio, o torcedor vai ocupar a arquibancada, além das áreas de circulação, bares e banheiros dos respectivos setores. Enquanto o torcedor acompanha a partida, o policiamento acompanha o torcedor. “Se o torcedor desce da arquibancada para a área de circulação, o policiamento desce junto. Se o torcedor, quando acaba o intervalo, sobe novamente para a arquibancada, o policiamento acompanha e sobe novamente para o topo da arquibancada ou para a área da arquibancada, juntamente com o torcedor”, destacou o comandante.
“É importante salientar que durante todo esse procedimento, as ocorrências, os ilícitos, os flagrantes que nós encontramos aqui dentro do estádio, são conduzidos para a Delegacia da Arena Castelão ou para a Delegacia do Estádio Presidente Vargas e em seguida esse procedimento já é direcionado para o Juizado do Torcedor que existe dentro dos próprios estádios. Ou seja, é possível fazer todo o ciclo de policiamento e o policial não precisa sair do equipamento, não se ausenta, e com isso não perdemos efetivo, salvo os casos de prisão em flagrante, que tem a necessidade de ser encaminhado à delegacia distrital plantonista”, concluiu o capitão André.
Delegacia do Torcedor
Em dias de jogos, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) monta uma estrutura no interior da Arena Castelão, a Delegacia do Torcedor. A unidade funciona como uma delegacia plantonista para receber as ocorrências trazidas pelo policiamento ostensivo presente no jogo. A cada partida, é destinada uma equipe de plantão para realizar os trabalhos de polícia judiciária, onde são registrados Boletins de Ocorrências (BO) e autos de apreensão, para que assim o efetivo militar não tenha a necessidade de se deslocar para outra delegacia.
Novo quartel
Até o início desta semana, a Companhia de Eventos do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) se apresentava para os trabalhos no quartel que ficava localizado no interior da Arena Castelão, porém, nessa quarta-feira (17), o Governo do Ceará inaugurou um novo quartel para a (3ª Companhia do BPChoque), contando com novas instalações e uma localização mais estratégica. A solenidade contou com as presenças do governador Elmano de Freitas; do secretário da SSPDS, Roberto Sá; do coronel comandante-geral da PMCE, Klênio Savyo Nascimento; entre outras autoridades da cúpula da Segurança Pública.
Durante o evento, o governador Elmano de Freitas reforçou o compromisso de investir para fortalecer a atuação das Forças de Segurança do Estado. “Essa sede é um reconhecimento ao trabalho exitoso que esses policiais fazem. Nós precisamos garantir a todos os policiais militares do Ceará, a todos os profissionais da Segurança, aos nossos servidores públicos, condições dignas de trabalho”, pontuou o governador no evento de inauguração do novo quartel.
A nova sede da Companhia de Eventos, da PMCE, irá facilitar a logística das operações da companhia, garantindo ainda mais conforto para toda a tropa. A companhia atua no planejamento e controle de multidões em eventos esportivos, religiosos, culturais e comemorativos no Ceará. O efetivo é composto por 110 policiais, 16 viaturas, quatro veículos para transporte de tropas, um posto de comando móvel e quatro plataformas de observação elevadas.
Coordenadoria de Planejamento Operacional
Visando o alinhamento de ações voltadas para garantir e reforçar a segurança nos estádios e em eventos esportivos na Capital, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio da Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol), promoveu, em março deste ano, uma reunião com representantes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio de delegados lotados nas delegacias plantonistas que recebem ocorrência em estádios na Capital; da Companhia de Policiamento em Eventos do Batalhão de Choque (BPChoque), da Polícia Militar do Ceará (PMCE); de representantes do Juizado do Torcedor do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE); e do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).
O encontro ocorreu com o objetivo de debater pautas como a nova Lei Geral do Esporte, antigo Estatuto do Torcedor, que foi instituída em junho do ano passado. Na ocasião, em especial, foram discutidos os artigos que tratam do direito à segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização.
Três dias após o encontro, uma articulação entre o Governo do Ceará, por meio da SSPDS e a Secretaria dos Esportes, com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e o Ministério Público do Ceará (MPCE), 31 torcedores suspeitos de briga foram presos em flagrante, na cidade de Caucaia – Área Integrada de Segurança 11 (AIS 11) do Ceará. Com a ação, também foram encontrados artefatos explosivos no bairro Cidade dos Funcionários, na AIS 7 de Fortaleza.
Operação Estádio Seguro
Após os alinhamentos entre os órgãos, mas já com o objetivo de capturar suspeitos de envolvimento com crimes no Ceará que frequentavam os estádios de futebol na Capital, a Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol), da SSPDS, desenvolveu a “Operação Estádio Seguro”. Os trabalhos operacionais já foram deflagrados em cinco partidas, desde o início de junho deste ano, e resultaram na captura de 12 pessoas que estavam com mandados de prisão em aberto. Dentre os crimes presentes nas ordens de prisão estão homicídio, tráfico de drogas, roubo, estelionato e receptação, além dos mandados de prisão civil.
O coordenador da Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol), da SSPDS, Harley Filho, destacou a parceria entre as Forças de Segurança do Ceará com outros órgãos para garantir que os trabalhos operacionais sejam realizados da melhor maneira possível. “A integração entre as vinculadas e coordenadorias da SSPDS, com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Núcleo de Defesa do Torcedor do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), acarretou o sucesso dessa operação. Esse resultado é apenas o início das ações exitosas que ainda existirão na Operação Estádio Seguro”, ressaltou o coordenador.
Somente no mês de junho, foram realizadas nove prisões decorrentes da “Operação Estádio Seguro”. Dentre as capturas, três suspeitos foram presos no dia 19 de junho. Na ocasião, um homem, de 42 anos, estava com um mandado de prisão definitiva em aberto por um crime de roubo, ele também possui duas passagens por roubo de veículo e uma por receptação. Os outros dois presos estavam com mandados de prisão civil em aberto, em razão do não cumprimento de obrigações legais, como pagar pensão alimentícia, ou dívidas determinadas pela Justiça. Já no dia 30, dois suspeitos foram capturados momentos antes de entrar no estádio para acompanhar uma partida – um dos homens, de 30 anos, possuía mandado de prisão civil e passagens por violência doméstica, e o outro, de 37 anos, possuía apenas um mandado de prisão civil em aberto, em razão do não cumprimento de obrigações legais, como pagar pensão alimentícia.
Fonte: Governo do Estado do Ceará
