Maria Ísis veio ao mundo há apenas dois meses, com 820 gramas, e já passou por muitos desafios para sobreviver. Considerada prematura extrema, a bebê nasceu com 25 semanas de gestação no Hospital Geral César Cals (HGCC) e dois dias depois foi transferida para o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidades da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado.
Apesar do quadro de saúde considerado de risco, a criança apresentou uma rápida evolução e recebeu alta antes do tempo previsto, inicialmente estimado em 150 dias. A melhora foi motivo de alegria para a equipe do Centro de Terapia Intensiva Pediátrico (Cetip) do HGWA e para toda a família, que mora em Canindé, a cerca de 120 quilômetros de Fortaleza.
“A gravidez da Maria Ísis foi muito desejada. Estamos todos muito gratos e com o coração em paz, porque foi um medo muito grande sair do interior em busca de um hospital sem saber se chegando aqui ele sobreviveria. Se ela tivesse nascido no caminho, como seria? Esse era nosso medo maior. Talvez nem eu estivesse aqui contando essa história”, conta Vanessa emocionada.
Com vestido e tiara vermelhos, Maria Ísis se despediu da equipe do HGWA e partiu para Canindé no dia 23 de junho. Agora, com 2,2 quilos. “O caso dela se destaca pelo resultado positivo e pela pouca necessidade de intervenção. Ficou em oxigênio e usou antibióticos por pouco tempo. Os exames de triagem que avaliam riscos próprios da prematuridade, como perda visual e auditiva, apresentaram resultados satisfatórios. Pela condição dela, seria esperado que esses exames mostrassem alterações. Ela tem um anjo da guarda bom”, ressalta Luiz de Moraes, pediatra do Cetip.
Um dos últimos desafios vencidos pela pequena foi o de aprender a mamar, atividade bastante estimulada por Vanessa com apoio das profissionais da sala de ordenha do HGWA. “Nós consideramos que a dedicação da mãe foi fundamental para esse resultado, pois a amamentação permitiu um ganho de peso mais rápido e deu mais estímulos para a bebê”, explica a Jocélia Bringel, coordenadora médica da Unidade Neonatal do HGWA.
Durante todo o período em que esteve internada no HGWA, Maria Ísis contou com a assistência da equipe multidisciplinar do Cetip e com atividades de humanização. “Ela recebeu atendimento de fisioterapeutas e fonoaudiólogos, teve estimulação musical. O resultado dela simboliza uma vitória nossa e, sobretudo, da família da bebê”, afirma Luiz de Moraes.
Nos próximos dois anos, a família continuará vindo a Fortaleza para consultas no HGWA com pediatra, além de receber acompanhamento com terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo.