InícioCEARÁCentro Estadual de Referência LGBT+ realizou 500 atendimentos em seis meses

Centro Estadual de Referência LGBT+ realizou 500 atendimentos em seis meses

O Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues realizou 500 atendimentos nos seis primeiros meses de funcionamento e já se consolida como ponto de apoio para a comunidade LGBT+ que busca por orientações tanto para retificar nome e gênero na documentação, quanto para denunciar as violações de seus direitos. Coordenado pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), o espaço oferta atendimentos com assistente social, psicólogo e advogada.

Mulher trans, Iris Alencar, 65 anos, frequenta o Centro há dois meses e conta que tem encontrado neste espaço o suporte para enfrentar todas as dificuldades decorrentes do divórcio e da falta de oportunidades no mercado de trabalho. “Eu tenho tido um acompanhamento semanal com o psicólogo do Centro, o que tem me feito muito bem. Sempre saio das sessões com outra perspectiva dos meus problemas e sou muito grata por ter acesso gratuito a todos estes serviços”, conta a cabeleireira, que também é artesã e costureira. Ela lembra que no início precisou da assessoria jurídica e foi muito bem atendida também neste setor. “Na assessoria jurídica recebi todos os encaminhamentos necessários e a total atenção que precisava naquele momento”, desabafa Iris.

“A nossa equipe estava ciente dos desafios quando começamos este trabalho e todos se comprometeram integralmente com a causa. O resultado é que conseguimos conquistar neste pouco espaço de tempo a confiança do nosso público, e isto, nos enche de orgulho, pois sabemos que aqui estamos atuando nas políticas públicas para corpos que são ainda alvos de uma sociedade LGBTfóbica, machista e sexista. Nossa missão é construir pontes para que a nossa comunidade também acesse seus direitos com dignidade e respeito”, frisa a coordenadora do Centro Thina Rodrigues, Silvinha Cavalleire.

A coordenadora destaca ainda que um dos serviços mais procurados é o da retificação de nome e gênero nos documentos de pessoas trans e que o equipamento está disponível para auxiliar pessoas que sofrerem lgbtfobia, orientando e direcionando para quais órgãos reclamar e intermediando o diálogo com as delegacias.

Bento Gonçalves, 31 anos, foi atendido no Centro em novembro do ano passado, quando pediu auxílio para retificar seu nome. “Eu fui acolhido pela equipe do Centro logo que cheguei buscando ajuda e isso me deu ainda mais segurança para seguir na busca pela retificação dos meus documentos. Recebi todas as orientações e encaminhamentos necessários, além do cuidado e atenção antes de fazer minha mastectomia”, conta Bento, que hoje mostra com orgulho seu documento de identidade retificado.

Narciso Júnior, coordenador Especial de Políticas Públicas para LGBT da SPS, ressalta que o Centro é resultado de uma luta histórica da população LGBT+ para conquistar seus direitos. “Se hoje nós temos este espaço é porque vieram outres antes de nós abrindo estes caminhos, e a nossa maior missão é seguir construindo e fortalecendo estas políticas para que a comunidade LGBT + tenha seus direitos respeitados e possa amar e expressar seus afetos sem medos”, pontua o coordenador.

Parcerias

O Centro tem firmado parcerias com instituições e pessoas ligadas à causa LGBT+. A ideia é ampliar tanto o acesso desta população aos serviços de cidadania quanto ao mercado de trabalho. “Uma das primeiras parcerias do Centro foi com o SENAI, que nos disponibilizou 140 vagas para pessoas LGBT+ nos cursos de Beach Wear, Corte e Costura em Lingerie Feminina e Cozinheiro Industrial. A maioria das pessoas já foram certificadas e algumas delas, inclusive pessoas trans, já conseguiram emprego após os cursos”, lembra Silvinha Cavalleire.

A parceria mais recente é com o Programa de Educação Tutorial (PET) de Psicologia, da Universidade Federal do Ceará. Estudantes do curso conduzirão cinco rodas de conversa entre os meses de maio e julho, com o objetivo de formar um grupo de convivência que discuta temas de relevância para quem se identifica entre os segmentos LGBT+. Os encontros serão gratuitos e abertos ao público.

Os atendimentos são agendados e podem ser de forma presencial, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou por meio eletrônico. A população pode buscar mais informações no e-mail [email protected] e no telefone (85) 98993-3884. O Centro pode orientar sobre direitos, denúncias de LGBTfobia, de violências doméstica, familiar e institucional; discriminação em ambientes públicos ou privados, negação de atendimentos, entre outras violações de direitos.

 

Fonte: Governo do Estado do Ceará

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