Com os decretos de isolamento social, o fechamento de restaurantes e hotéis em Paraipaba, no Litoral Oeste cearense, fez despencar as vendas da tradicional galinha caipira. Sem os clientes tradicionais, a opção das 25 mulheres da Associação das Agricultoras Familiares do município foi utilizar as redes sociais para se aproximar dos clientes e realizar vendas. O resultado é uma maior união entre os agricultores familiares e um lucro que ajuda a manter as contas em dia.
A utilização de máscaras de proteção e a higiene pessoal são alguns dos cuidados no escoamento da produção agrícola. “Quem vem sempre chega de máscara e não saio de casa se não for na hora da entrega”, assegura Silvanira Mendes, presidente da associação comunitária, que mora às margens da rodovia Sol Poente (CE-085). “Nunca vendi assim, mas os últimos três meses foram difíceis porque precisava de dinheiro para pagar as contas”, justifica a iniciativa.
Toda semana, Silvanira abate pelo menos sete galinhas caipiras junto ao marido. As aves são preparadas e entregues na forma de marmitas aos domingos, junto vai o arroz, o cuscuz, o feijão verde, abóbora, macaxeira e a batata doce. A porção alimenta até sete pessoas e custa apenas R$ 50 ao consumidor. “Eu e meu marido tiramos um dia para fazer o abate e corte. A pessoa liga, ou envia mensagem, e já deixo tudo armazenado, ensacado e pronto pra entrega”, narra o próprio cotidiano.
Além do drive thru, a agricultora familiar ajuda a vender produtos de outros membros da associação comunitária pelas redes sociais. No cardápio, itens como uma variedade bolos tipicamente nordestinos; tapioca; salgados; polpas de acerola, cajá, cajú, goiaba, graviola, manga e morango; feijão verde, banana, macaxeira e hortaliças. “Quando não tenho um produto, compro das outras (agricultoras), o imporante é nos ajudarmos”, conclui a presidente orientada pela Ematerce.