Caso Bia: MPRS denuncia publicitário Ricardo Jardim por feminicídio e outros sete crimes

Publicado em: 03/11/2025 12:48

Em entrevista coletiva ocorrida nesta segunda-feira, 3 de novembro, em Porto Alegre, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) divulgou que denunciou Ricardo Jardim, 66 anos, por matar, esquartejar e esconder parte do corpo da namorada em uma mala na rodoviária de Porto Alegre. A vítima é Brasília Costa, 65 anos, conhecida por amigos e familiares como Bia.

Estiveram presentes o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz; a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Isabel Guarise Barrios; os coordenadores do Centro de Apoio Operacional do Júri, Marcelo Tubino, e Criminal e de Acolhimento às Vítimas, Alessandra Moura Bastian da Cunha; além das promotoras de Justiça responsáveis pela denúncia apresentada ao Poder Judiciário: Luciana Casarotto, titular da ação; e Luciane Wingert, designada para atuar no caso por já ter acompanhado processo anterior envolvendo o investigado.

O procurador-geral Alexandre Saltz disse que “este é um crime que chocou a todos por várias razões, pela crueldade, pela forma como ocorreu e por situações que apareceram. Uma delas foi um fato cometido por uma pessoa que deveria estar presa e, mais recentemente, pelo vazamento de depoimentos, algo que prejudica a instrução e expõe situações próprias do processo. Este vazamento, inclusive, está sendo investigado”.

Já promotora Luciana Casarotto, ressaltou: “Até agora, se falou muito do investigado, mas hoje, o MPRS está com a voz de Brasília Costa. Peço que não tratem mais de caso da mala, não é uma mala, é uma mulher de 65 anos covardemente morta e tem nome, Brasília Costa. E nossa proposta é chamarmos de Caso Bia.”

A promotora Luciane Wingert lembrou ainda que “o fato de Ricardo Jardim ter sido condenado pela morte violenta da mãe fará com que ele tenha uma pena mais elevada, no caso de condenação no Caso Bia, gerando uma reincidência específica e interferindo na execução da pena, reduzindo a possibilidade de liberdade”.

DENÚNCIA

O MPRS denunciou o publicitário por oito crimes: feminicídio envolvendo violência doméstica, qualificado pela idade da vítima e recurso que dificultou a defesa; vilipêndio de cadáver; ocultação de cadáver; falsa identidade; falsificação de documentos; uso de documentos falsos; invasão de dispositivo informático; e furto. Após o homicídio, Jardim desmembrou o corpo da vítima e ocultou partes em diferentes locais da cidade, utilizando documentos falsos e o celular de Brasília Costa para simular que ela ainda estava viva.

CASO BIA

Conforme a investigação, os membros superiores e inferiores da vítima foram encontrados em uma sacola na Rua Fagundes Varela, no Bairro Santo Antônio, em 13 de agosto. As pernas foram localizadas nos dias 6 e 7 de setembro, em áreas próximas ao Guaíba, na zona sul da cidade. O torso foi deixado em uma mala no guarda-volumes da rodoviária, sendo descoberto em 1º de setembro. A cabeça da vítima, até o momento, não foi localizada. O crime chocou pela brutalidade e pela tentativa de ocultação sistemática.

O investigado, já condenado por matar a própria mãe e concretar o corpo em um armário em apartamento de Porto Alegre em 2015, foi preso no dia 4 de setembro.

Assista na íntegra a coletiva de imprensa do MPRS sobre a denúncia do Caso Bia:

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VILIPÊNDIO DE CADÁVER: ultrajar, menosprezar ou desrespeitar o corpo de uma pessoa falecida ou suas cinzas, com a intenção de desprezá-lo.

Fonte: Agência de Notícias do Estado do RS

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