A indústria brasileira é uma das mais complexas do mundo. O fato de um modelo estar detonando nas vendas não significa que a fabricante conta com o toque do Rei Midas, da mitologia grega, em que tudo se torna ouro.
Partindo disso, a reportagem do IG Carros elege 5 modelos vendidos por fabricantes que performaram bem em 2020, mas que não seduziram o público ao ponto de se destacarem nas concessionárias. Como o fechamento da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos) com o balanço completo de vendas de 2020 ainda não foi publicado, levaremos em consideração os resultados do mês de novembro.
1 – VW Amarok
A Volkswagen teve ótima performance de vendas no período da pandemia. Com mais de 290 mil unidades vendidas entre janeiro e novembro, a fabricante conquistou a bela fatia de 16,88% do mercado nacional, ficando na segunda colocação no ranking geral. Seu grande destaque foi o Gol, mas a Amarok não performou tão bem quanto as principais rivais.
Em novembro, a picape média da VW emplacou apenas 343 unidades, contra 3.675 da Chevrolet S10, 3.068 da Toyota Hilux e 2.321 da Ford Ranger. Feita na Argentina, a Amarok deverá ganhar uma nova geração nos próximos dois anos , compartilhando sua estrutura com a Ford Ranger.
2 – Honda City
Outro modelo que perdeu fôlego ao longo de 2020 foi o Honda City , apesar da grande conquista da fabricante não ser ultrapassada no ranking geral de vendas, segundo o levantamento da Fenabrave. Sem o brilho dos anos anteriores, o sedã compacto apostará na renovação para virar o jogo em 2021.
Apenas 526 unidades do City foram vendidas em novembro de 2020, número bem abaixo dos 12.135 emplacamentos do Chevrolet Onix Plus, líder da categoria. O sedã da Honda também perdeu para o Volkswagen Virtus (3.179), Ford Ka Sedan (2.316) e Toyota Yaris (1.901). Confira todas as novidades sobre a próxima geração do City – e sua inédita versão hatchback – clicando aqui .
3 – Chevrolet Cruze Sedan
Nem a campeã de vendas consegue escapar de alguns escorregões. Apesar do sucesso absoluto de Onix, Onix Plus, Tracker e S10, a Chevrolet patinou nas vendas do Cruze Sedan . O sedã médio, vale lembrar, já deu adeus a diversos mercados ao redor do mundo, mas persiste com bravura na América Latina, com produção na Argentina.
Em novembro de 2020, o Chevrolet Cruze Sedan emplacou apenas 428 unidades, ficando bem abaixo das 5.017 unidades vendidas do Toyota Corolla e 2.350 do Honda Civic. Segundo o site Argentina Autoblog, a Chevrolet estuda vender o Monza chinês nas Américas , decretando o fim do sedã médio que foi lançado em 2011 para substituir o Vectra.
4 – Fiat Dobló
Se somarmos as vendas acumuladas de Fiat e Jeep, as principais marcas do Grupo FCA, teremos a maior fabricante de veículos do país. Mas continua sendo muito difícil escapar de deslizes, uma vez que a fabricante ainda conta com a minivan Dobló nas concessionárias.
Em todo o Brasil, apenas 399 unidades do Dobló foram vendidas, revelando que o modelo fabricado em Betim (MG) está próximo do canto do cisne. O monovolume dificilmente deixará um substituto.
5 – Toyota Etios Sedan
Assim como a Honda, a Toyota manteve posições no ranking geral de vendas no Brasil. Seu grande destaque foi o sedã médio Corolla, seguido pelas versões hatch e sedã do Yaris, respectivamente. Para o veterano Etios Sedan , a história foi bem diferente.
O modelo emplacou apenas 418 unidades em novembro, novamente ficando atrás de Onix Plus (12.135), VW Voyage (3.425) e Hyundai HB20S (2.705). A baixa nas vendas fez a Toyota bater o martelo para declarar o fim de sua produção em Sorocaba (SP), para alocar a nova linha do Corolla Cross .