Acima dela estão Apple, Amazon, Microsoft e Alphabet. Todas estão envolvidas com tecnologia e atuam na internet com força. A Tesla, contudo, fabrica carros, mas tão ou mais conectados que iPhone, Alexa, Windows e Android, respectivamente. Antes um quarteto, agora o clube do trilhão virou quinteto com a montadora de Freemont, Califórnia.
Nesta segunda, a Tesla superou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado. É a primeira vez que uma montadora de veículos chega a essa marca impressionante, da qual apenas empresas de tecnologia faziam parte. Em parte, a marca de Elon Musk também não fica longe delas, afinal, dado que seus carros são considerados iPhones com rodas e ainda dirige (quase) sozinho.
Para chegar ao trilhão de dólares, a Tesla precisou de uma locadora de veículos, a conhecida Hertz, que adquiriu 100.000 carros da montadora californiana num negócio de US$ 4,4 bilhões, envolvendo o Model 3. Tendo pedido falência em 2020, a empresa de aluguel quer dar a volta por cima e focará na eletrificação.
Ainda que US$ 4,4 bilhões não sejam adicionados ao valor da empresa, o negócio foi comemorado no mercado financeiro, onde as ações da Tesla subiu 14,9% neste início de semana, chegando a US$ 1.045,02 por ação e fechando em 12,7% de alta com valor de US$ 1.024,86. O aumento expressivo das ações surpreendeu até mesmo Elon Musk.
O chefe da Tesla disse: “Estranho, isso mudou a avaliação, já que a Tesla é um problema de rampa de produção, não um problema de demanda”. Em outro tuíte, o bilionário (agora ainda mais rico), comemorou a façanha da marca: “Wild $ T1mes!”
Graças à Hertz, a Tesla catapultou sua posição para o clube e pode ainda superar alguns dos membros do grupo se mais empresas do porte da Hertz, acertarem compras de milhares de carros para frotas de compartimento ou aluguel. Capitaneada por Mark Fields, ex-Ford, a tradicional locadora americana acredita agora no potencial dos elétricos.
Fields disse: “Os veículos elétricos agora são populares e apenas começamos a ver o aumento da demanda e do interesse globais”. Os carros atuarão também na Europa. Na Tesla, a ambição de Musk não é nada humilde. Segundo o CEO, a empresa busca crescimento anual de 50%, chegando à marca de 20 milhões de carros por ano. Isso é o dobro de VW ou Toyota atualmente.
Em termos globais, seria dispor de 20% do mercado mundial de automóveis (em tempo bom). Mesmo assim, hoje, a Tesla enfrenta a ameaça da escassez de componentes e o desafio de acelerar a produção de duas Gigafactories (Austin e Berlim) no próximo ano, atingindo 1 milhão de unidades nessas plantas.
Na China, a empresa criou um centro de dados para não exportar informações dos chineses, o que deve acalmar as coisas por lá. Naquele mercado, a Tesla tem seu maior desafio, uma vez que as marcas de carros elétricos locais não estão brincando em serviço…
[Fonte: Reuters]
Fonte: Agência Brasil