Um entusiasta de automóveis não tem apenas o veículo em si como fonte de admiração, mas tudo o que o envolve, incluindo fotos antigas, revistas, jornais, vídeos, livros, manuais, peças sobressalentes, acessórios e, evidentemente, os catálogos originais, entre outras coisas. No Japão, contudo, estes últimos viraram caso de polícia…
Na terra do sol nascente, o mundo automotivo ainda é um mistério para muitos ocidentais e o mercado local é um universo à parte em termos globais.
Com centenas de modelos diferentes, marcas e submarcas variadas, infinitas versões e todo tipo de personalização que se possa (ou não) imaginar, identificar um determinado veículo numa investigação policial pode exigir a ajuda de algo além de um perito.
Nesse caso, a “ajuda” vem de uma enorme coleção de catálogos de carros antigos do Japão, que engloba quase todos os modelos feitos por lá. Quem tem isso por lá é a polícia da província de Aichi, cuja capital é a famosa Nagoia.
A Divisão de Investigação de Tráfego tem um acervo de mais de 17 mil brochuras com catálogos de carros japoneses e estrangeiros, alguns com mais de 40 anos. Quase todos os veículos que se pode encontrar em ruas e estradas do Japão estão nas estantes desse entusiástico departamento da polícia de Aichi.
O “entusiástico” não foi mencionado por acaso. Os policiais que trabalham nessa divisão, por obrigação do ofício, são imersos na história automobilística nipônica para resolver crimes ou determinar as causas de um acidente.
Essa imersão nos catálogos converteu os agentes em grandes conhecedores de automóveis e alguns deles tomaram isso para si como hobby.
No período de trabalho, eles precisam identificar veículos que pouca gente conheceria de fato, usando imagens ruins de câmeras e fotos imperfeitas para determinar qual é o carro em questão.
Para isso, eles não só consultam os catálogos, mas também registram detalhes dos carros que veem nas ruas. Isso acabou fazendo com que alguns façam isso mesmo quando estão de folga.
Com este vasto conhecimento, que faria qualquer entusiasta de carros nipônicos considerar uma vaga na polícia de Aichi, os agentes conseguem identificar determinado carro apenas através do depoimento de testemunhas.
Ainda assim, nem todos os carros japoneses são de conhecimento dos policiais de Aichi, especialmente os mais recentes. Por isso, é necessário pedir ajuda aos revendedores de carros. No acervo, até mesmo ambulâncias e veículos de serviço estão listados.
A agente Misaki Hamaguchi, que não andava de carro antes de entrar para a polícia, explica: “se encontrarmos informações sobre um carro novo em uma revista ou online, entraremos em contato com a concessionária imediatamente”.
O motivo é que no Japão existe uma infinidade de edições especiais e pacotes de personalização criadas ao longo da geração de cada produto para mantê-lo em evidência, num ritmo superior à média global.
Então, se caso envolver uma edição “estranha” do Toyota Mirai, a polícia de Achi vai acionar os contatos de revenda.
Já, se um AE86 Sprinter Trueno estiver envolvido no caso, Hamaguchi e seus parceiros só precisarão consultar seu acervo. Isso se já não souberam de cara, ano de fabricação e outros detalhes que só um entusiasta saberia responder… Confira na galeria abaixo, algumas preciosidades do acervo da polícia de Aichi:
Coleção de Catálogos da Polícia de Aichi – Galeria de fotos
[Fonte: Auto.cz]
Fonte: Agência Brasil
