Produza e distribua para as concessionárias venderem. Esse é o método comum de vendas dos fabricantes tradicionais e até de algumas marcas de luxo. Essa forma garante sempre aquele carro de pronta-entrega para o consumidor que aparece na loja.
Contudo, esse esquema gera estoques que não são vendidos imediatamente e alguns modelos e/ou versões, acabam demorando mais que o ideal para sair das lojas. Aí, então os descontos de fábrica e das lojas para esvaziar os pátios.
Para a Reuters, a Ford reconheceu que perde muito dinheiro com descontos nos preços dos carros novos. O prejuízo é ainda maior quando a crise do chip se acentua nos EUA, onde a montadora de Dearborn perdeu nada menos que 700.000 carros em 2021.
Assim, Jim Farley, CEO da Ford, decidiu que a empresa mudará sua estratégia de vendas, baseando-se em um modelo que a Tesla conhece bem. Mesmo com aumento do lucro operacional no primeiro semestre, a empresa só obteve isso por conta das vendas de picapes e SUVs.
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Contudo, mesmo neles, os descontos existem e isso significa menos dinheiro no cofre da Ford. Assim, a montadora decidiu parar de produzir carros para estoque e fará somente modelos pedidos pelos clientes.
Dessa forma, a Ford conseguirá dispor dos chips necessários para produção e ainda reduzir os descontos ao cliente. Jim Faley em manter estoques de 50 a 60 dias com os fornecedores de suprimentos, eliminando também o just in time.
Com os estoques nas lojas baixando, a Ford e outras marcas apostaram nos modelos de alto valor agregado para compensar a produção menor.
Foi daí que a empresa obteve um lucro operacional US$ 1,5 bilhão maior no último trimestre, ganhando quase US$ 5.000 a mais por carro vendido. Comenta-se que a Ford está mais próxima dos fornecedores de chips e está estocando semicondutores.
Para 2021, a Ford espera um lucro operacional (antes dos impostos) entre US$ 9 bilhões e US$ 10 bilhões, em torno de US$ 3,5 bilhões a mais. Ou seja, mesmo perdendo em produção, a marca americana está ganhando na venda de carros caros.
[Fonte: Reuters]
Fonte: Agência Brasil