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Anfavea prevê mais demissões e recuperação lenta do mercado


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Fábrica
Divulgação

Setor automotivo passa mais um mês de dificuldades no meio da pandemia do coronavírus

A Anfavea reune a imprensa para divulgar o balanço de agosto, analisar as conjunturas do setor automotivo e falar sobre previsões. Ainda num reflexo da crise provocada pela pandemia, a venda de veículos no país recuou 24,5% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram licenciados 183,4 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea , o setor entra no terceiro trimestre mais ajustado e começa a se adaptar à nova demanda. O setor terminou o mês com estoque suficiente para 23 dias de vendas, igual ao de julho. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o volume de vendas recuou 35%, para 1,16 milhão de veículos, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Após as medidas mais duras de restrição social, as fábricas retomaram a atividade em ritmo mais lento, para atender a uma demanda menor no mercado interno e nas exportações. Com 210,9 mil unidades, a produção no mês passado ficou 21,8% menor do que em igual período de 2019.

Segundo Moraes, o resultado de 2020 indica até agora uma perda de quatro meses de produção em relação a 2019. No acumulado do ano, deixaram as linhas de montagem 1,11 milhão de veículos, o que representou uma retração de 44,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, boa parte do setor automotivo ajustou o nível de mão de obra nos últimos meses por meio de programas de demissão voluntária ou não renovando contratos temporários de trabalho. Com isso, mais de 4 mil vagas foram eliminadas durante a pandemia.

Em agosto, as montadoras empregavam 103,2 mil pessoas, quantidade 4,8% menor do que um ano atrás. O presidente da Anfavea voltou a dizer que há excesso de pessoal nas empresas, o que leva à conclusão de que haverá mais demissões.

Vendas
Guilherme Menezes/iG

Concessionárias são a ponta da cadeia automotiva, e dificuldades nas vendas refletem diretamente no desemprego

“A retomada da atividade é lenta e é visível o excesso de mão de obra na indústria. Todas as empresas estão tentando usar as ferramentas possíveis para proteger o emprego pela qualidade da mão de obra. Mas é inevitável prever que haverá uma redução num futuro próximo”, destacou na entrevista para divulgar os resultados do ano.

A exportação da indústria automobilística caiu 23,4% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos oito meses, foram embarcados 176,7 mil veículos, um recuo de 41,3% em relação ao mesmo período de 2019.

O presidente da Anfavea destacou a pequena participação do Brasil em mercados vizinhos. Nos países da América Latina, os veículos produzidos no Brasil, representaram 11,4% das vendas em 2019. A Argentina continua sendo o principal mercado.

Metade dos veículos vendidos no mercado vizinho são feitos no Brasil. A receita com exportações das montadoras de janeiro a agosto somou US$ 3,1 bilhões, uma queda de 34% na comparação com o mesmo período de 2019.

Fonte: IG CARROS

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