Distritais protestam contra retirada do CAPs do Setor Comercial Sul

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Em sessão extraordinária remota da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta quarta-feira (12), parlamentares protestaram contra a possibilidade de transferência do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Setor Comercial Sul (SCS) para outro local. De acordo com a deputada Arlete Sampaio (PT), há uma pressão do empresariado do SCS para retirar o serviço público à saúde mental daquela área, o que ela classificou de “absurdo”. Ao destacar que o CAPs atende a pessoas com sofrimento psíquico, a parlamentar argumentou que o SCS é um lugar ideal pela facilidade de acesso, principalmente dos mais pobres.

“O CAPs naquela localização é fundamental”, reforçou o deputado Fábio Félix (PSOL). Segundo ele, que trabalhou como assistente social, atendimentos dessa natureza em territórios como SCS e Rodoviária são essenciais. Felix frisou que tem havido pressão pelo fim de equipamentos públicos em áreas comerciais, o que ele considera uma “perspectiva higienista de isolas as pessoas em situação de vulnerabilidade”.

Do mesmo modo, o deputado Leandro Grass (Rede) corroborou que se trata de uma “visão higienista e preconceituosa a retirada do CAPS III do Setor Comercial Sul, o coração da cidade”, onde, segundo ele, é necessário o serviço público para atender à população mais pobre.

CAPs III

Inaugurado em dezembro de 2014 no SCS, o CAPs III foi considerado pelo então diretor de saúde mental do DF, Augusto César Farias, como um marco na reestruturação da saúde mental pela proximidade dos usuários em situação de rua. Uma das prioridades do CAPs III é o atendimento a usuários de drogas e álcool.

Servidor público

Também na sessão de hoje (12), a deputada Arlete Sampaio nomeou como “desonesta” a reportagem da Rede Globo, veiculada na última segunda-feira (10), que qualificou de “inchado” o serviço público brasileiro. Ela rebateu os dados da matéria e disse que os servidores públicos no Brasil representam apenas 12%, enquanto que nos EUA eles são 15% e nos países nórdicos chegam a 35%. “Essa matéria está a serviço da reforma administrativa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer fazer”, considerou Arlete, ao argumentar que “ninguém protesta quando o Ministério da Economia destina R$1,3 trilhão para os bancos durante a pandemia”. Por fim, ela defendeu a importância do serviço público de qualidade.

Franci Moraes
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

 

Fonte: CLDF