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Deputados distritais fazem alertas sobre situação crítica dos hospitais


A situação enfrentada pela rede pública de saúde ante o aumento de pacientes com Covid-19 que necessitam ser internados ou precisam de um leito de UTI foi debatida pelos deputados distritais, que ainda pediram atenção do GDF à vacinação e aos setores econômicos que sofrem com a crise. O deputado Chico Vigilante (PT) classificou o momento como de “falência completa do sistema de saúde”. Já Fábio Felix, relatando visita ao HRAN, disse que “o cenário lembra uma guerra”. Enquanto Jorge Vianna (Podemos) acrescentou que também falta leitos de internação.

“O HRAN está um caos, com pessoas no chão, outros em cadeiras conectados a oxigênio”, contou Felix, que ainda pediu ao governo que restabeleça o fornecimento de equipamentos de proteção individual para aquela unidade. Vianna observou que a situação em Ceilândia é mais dramática: “Estão fazendo gambiarras para que o oxigênio chegue a vários pacientes ao mesmo tempo”. O parlamentar avisou que há problemas na manutenção do sistema e “muitos estão vazando”.

A deputada Arlete Sampaio (PT) calculou, considerando os dados atuais, que o número de vidas perdidas em todo o país para a Covid-19 pode chegar aos 270 mil no dia de hoje. “E aqui acompanhamos o colapso da rede pública de saúde”, declarou, frisando que também recebeu “pedidos de socorro” dos profissionais que atuam no HRAN. “A Secretaria de Saúde não acompanhou a tendência de crescimento do coronavírus. Achou que íamos passar ilesos e não se preparou. Já são registradas mortes por falta de atendimento”, lamentou.

Na avaliação de Júlia Lucy (Novo), o governador está mal assessorado. Para ela as últimas decisões acenderam um sinal de alerta: “Ibaneis não sabe o que está fazendo, suas atitudes não têm embasamento”. Para justificar, salientou que desde a edição do último decreto que restringiu algumas atividades, “não houve melhora na taxa de isolamento”. O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) concordou e, por esse motivo, ponderou que “causa estranhamento o toque de recolher”. Também afirmou ser necessário acompanhar minunciosamente os gastos do GDF a partir da decretação, nesta data, de situação de calamidade na saúde.

Urgência na aquisição de vacinas

Para Leandro Grass (Rede), as deliberações do Palácio do Buriti são definidas ao acaso. “Governa no cara ou coroa”, ironizou. O distrital preocupou-se com o anúncio de novos hospitais de campanha. “Temos de lembrar os gastos com outras unidades já desativadas, além dos atrasos nas obras. Na Ceilândia, o hospital de campanha foi entregue nove meses após o prazo”, discorreu. Grass reclamou ainda da falta de mobilização do GDF para a compra direta de imunizantes: “Falta vontade política”.

O deputado Agaciel Maia (PL) reforçou a necessidade de investimento na aquisição dos fármacos: “É preciso comprar vacinas, pois, sem saúde não existe economia e nem trabalho. Neste momento, todos estão preocupados em sobreviver, por isso, esse esforço é primordial”. Na análise do deputado Cláudio Abrantes (PDT), mesmo com a vacina, as demais normas indicadas pelos especialistas são imprescindíveis.  “Vivemos um momento difícil, de grande complexidade, e o isolamento é essencial”, completou, colocando-se ao lado de Ibaneis: “O GDF tem lutado incessantemente e não age por meio de achismos”.

Na mesma linha, discursou o deputado Hermeto (MDB), líder do governo na CLDF. Ele relatou que tem acompanhado as reuniões do secretariado com o governador e é testemunha das preocupações e das atitudes para combater a pandemia. Depois, conclamou os colegas a unirem-se na busca de soluções para a crise na saúde. “De fevereiro pra cá, foram abertos mais 144 leitos de UTI, mas não é isso que vai resolver o problema. Só a imunização”, complementou.

Por sua vez, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Rafael Prudente (MDB) fez um breve balanço das ações da Casa: “Até agora, fizemos tudo o que era possível. Aprovamos diversas proposições e os créditos suplementares ao Orçamento, necessários para sustentar as atividades de combate à pandemia. Mas, se for preciso um maior aporte, estaremos prontos para colaborar”.

Apoio ao setor econômico

Os deputados distritais também relataram iniciativas visando minimizar os efeitos da pandemia sobre o setor econômico. O deputado Delmasso (Republicanos) calculou que a crise pode deixar cerca de 25% da população em idade ativa do Distrito Federal fora do mercado de trabalho. “Hoje, o índice de desemprego é de 16%, mas pode atingir um quarto dos brasilienses, ou seja, mais de meio milhão de pessoas”, explicou. Para evitar mais dificuldades, o distrital anunciou que sugeriu ao GDF medidas para ajudar, principalmente as micro e pequenas empresas, que estão endividadas acima de sua capacidade, por meio da criação de um “fundo emergencial de manutenção de empregos”. Com o mesmo objetivo, os deputados Chico Vigilante e Júlia Lucy comunicaram que estão fazendo gestões junto ao governo local para que sejam elaboradas propostas de auxílio às empresas para evitar mais demissões.

Marco Túlio Alencar
Foto: Sílvio Abdon/CLDF
​​​​​​​Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

Fonte: CLDF

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