Apresentando dados do Atlas da Violência 2020, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de 2018, o deputado Fábio Felix (Psol) chamou a atenção para a “violência racista” registrada no país. “A população negra é o principal alvo de homicídios e de encarceramento em massa”, disse, durante a sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (20).
O distrital também observou que “os pretos foram a grande maioria dos assassinados pelas mãos do Estado”, no período. “Assistimos a um verdadeiro extermínio da população afrodescendente”, avaliou, salientando práticas como a negação ao acesso à educação formal de qualidade e a oportunidades de trabalho qualificado. Assim como a constatação de que 75% dos desempregados no DF são negros e negras, entre outras estatísticas. “Queremos o povo preto vivo e vivendo com dignidade. O racismo estrutural os escolhe como alvo. Por isso, enquanto não for debatido esse tema, não vamos avançar nas garantias à população negra”, declarou.
Elogiando o discurso do colega, o deputado Agaciel Maia (PL) afirmou que “a política é o único instrumento capaz de diminuir as desigualdades”, destacando que é possível encontrarmos, no Distrito Federal, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) semelhante ao da Noruega e aos países africanos mais pobres. Sobre este último caso, citou a comunidade de Santa Luzia, na Estrutural. Falou ainda sobre a necessidade de investimentos em programas que possam dar mais oportunidade aos jovens de baixa renda, como o Jovem Candango, “que foi copiado com sucesso em outros estados e aqui, onde foi criado, tem dificuldades de funcionamento”.
Marco Túlio Alencar
Imagem: Reprodução/CLDF
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