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Audiência pública discute sistema de trilhas ecológicas


Nesta quarta-feira (9), a Câmara Legislativa do Distrito Federal reuniu deputados e representantes do governo e de coletivos sociais em audiência pública remota para debater a criação do Sistema Distrital de Trilhas Ecológicas. A reunião foi pautada pela tramitação do Projeto de Lei nº 1543/2020 e presidida pelo deputado Leandro Grass (Rede), um dos autores do PL elaborado pela Frente Parlamentar Ambientalista.

Atualmente, há três trilhas que percorrem Brasília e totalizam cerca de 400 quilômetros. A representante do projeto Caminhos do Planalto Central, Bárbara Lins, citou a importância delas para o turismo na capital. “Passa por lugares históricos, por templos, cachoeiras. A área é tão rica que precisamos de três arcos para contemplar tudo que o DF tem, para contemplar toda a diversidade que existe aqui”, destacou a jornalista.

Um dos objetivos do projeto é a democratização e a ampliação da acessibilidade desses locais, por esse motivo, apesar de algumas dessas áreas fazerem parte de unidades de conservação, a maioria é acessível para pessoas com deficiência, algo que o PL prevê que seja expandido de forma com que todas possam ser percorridas por meios de locomoção não motorizados, como cadeiras de rodas por exemplo.  

“A gente tem trilha para todos os gostos e em um espaço totalmente democrático. Muitas delas são inclusivas, são adaptadas para cadeirantes, com sinalização em braile para deficientes visuais e sensitivas para deficientes auditivos. Dá para ir de crianças até idosos e é isso que queremos: trilhas acessíveis para toda a sociedade”, explicou a presidente do Fórum de ONGs Ambientalistas do DF, Mara Moscoso ao frisar esse aspecto do projeto.

Para João Carlos Machado, representante do Grupo de Caminhadas Brasília, o Sistema de Trilhas é reflexo da necessidade de tratar políticas ambientais com a mesma importância de políticas públicas voltadas ao meio urbano. “O trabalhador que pega sua bicicleta e se desloca diariamente por esses locais, tem direito a um espaço bem estruturado, preservado e protegido, assim como são as calçadas e ciclovias outras vias urbanas de transporte”, exemplificou.

Essa fala foi reiterada por Márcio Bittencourt, coordenador do grupo de ciclismo Rebas do Cerrado ao falar sobre a ocorrência de casos de violência em trilhas, com a da Floresta Nacional, devido ao abandono, mas que uma maior movimentação de pessoas assegura maior segurança a essas áreas: “Quanto mais pessoas frequentando, mais pessoas estarão fiscalizando voluntariamente esses locais”. Grass concordou e afirmou que a visibilidade que a proposição traria a esses locais resultaria em grandes vantagens. “O próprio cidadão vai ser um agente fiscalizador. Ele estará aproveitando e preservando esses ambientes. É um projeto importante do ponto de vista cultural, sócio-ambiental, patrimonial, e que vai acentuar a relevância de uma educação ambiental”, declarou o parlamentar.

Marcus Vinícius Paredes, chefe da Unidade de Educação Ambiental do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) também frisou esse posicionamento por acreditar que tratar unidades de conservação de modo isolado e externo à sociedade em geral é um método datado de tentar promover a preservação ambiental. “Tem que incluir o ser humano na preservação porque ele faz parte do meio ambiente. A presença dele é importante”, observou.

Acerca da aprovação da propositura, os representantes do Governo do DF se mostraram entusiasmados com os possíveis resultados. O secretário-geral do Instituto Brasília Ambiental, Thúlio Moraes, acredita que, além do valor que o PL tem para a legislação ambiental, a iniciativa vai fomentar a educação sobre o meio ambiente no DF. Já Edgar Fagundes, assessor especial da Secretaria do Meio Ambiente afirmou que o órgão irá analisar a matéria e propor contribuições.

Rodrigo Costa, subsecretário de produtos e políticas da Secretaria de Turismo, por sua vez, enxerga na proposta uma maneira de mudar a opinião geral sobre Brasília ao introduzir uma nova perspectiva além da modernidade e arquitetura que fazem a capital famosa. “É um projeto que ressignifica Brasília em vários aspectos. É uma visão diferente da nossa cidade. As pessoas ainda tem uma ideia muito urbana daqui, mas não conhecem a imagem do bioma da cidade”.

Victor Cesar Borges (estagiário)
Imagem: Reprodução/TV Web CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

Fonte: CLDF

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