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Saúde dos moradores de rua é tema de debate da Comissão dos Direitos Humanos


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KAMILA MARINHO
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Em reunião comandada pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), na tarde desta quinta-feira, (24/9), a Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Cidadania debateu a saúde de pessoas em situação de rua durante a pandemia na cidade de São Paulo. A discussão aconteceu de forma virtual e teve transmissão, ao vivo, pelas plataformas digitais do Legislativo paulistano. A vereadora Soninha Francine (CIDADANIA) também participou do debate.

Segundo os parlamentares que compõem a Comissão, a população de rua está mais suscetível a ser contaminada pelo vírus causador da Covid-19, por vários fatores, como a falta de condições de higiene, além da dificuldade de acesso às informações da área da saúde na capital.

Aumento da população de rua

O último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que levantou dados sobre a população de rua, realizado em 2019, constatou que existem 24. 344 pessoas em vulnerabilidade em São Paulo, o que representa uma alta de 53% em relação ao censo anterior do ano de 2015. Deste total, metade da população vive em centros de acolhida e a outra metade são moradores de rua.

Transparência dos dados

Para Robson Mendonça, idealizador do Movimento Estadual dos Moradores de Rua, as informações repassadas pelos representantes do Executivo são contraditórias. “Nós suspeitamos que exista omissão de alguns dados. Alguma coisa está errada, algo não está batendo. Como por exemplo, a ausência de testes para identificar a contaminação dos vulneráveis pelo novo coronavírus. Ninguém está imune nas ruas”, lamentou.

Robson também questionou as vagas de acolhimento, fornecidas pela Prefeitura. “Volta e meia tem gente procurando por abrigos na capital e a resposta é que não há vagas”, completou.

Coordenadora do Movimento A Cor da Rua, a médica psiquiatra Carmen Santana concordou com as indagações sobre os dados apresentados pela Prefeitura. “Sobre essa questão de suspeita referente aos dados, eu concordo 100%, pois não existe transparência de informações.

“Não dá para a gente pensar em política, se não temos acesso aos dados. E a população das ruas é muito mais suscetível à doença. É muito importante que tenhamos uma política específica, como para a saúde mental, já que estamos falando de uma população muito vulnerabilizada”, observou a psiquiatra.

Atenção Primária

De acordo com Silvana Kamehame, coordenadora da Divisão de Atenção Primária, que faz parte da Coordenadoria de Atenção Básica de Saúde em São Paulo, nesse período de pandemia equipes que trabalham em equipamentos da Prefeitura, como os consultórios de rua e as unidades básicas de saúde estão realizando visitas e vistorias em todos os centros de acolhida em busca de possíveis casos de Covid-19 para um diagnóstico precoce e medidas de isolamento e tratamentos dos doentes. “Foram criados dois centros de acolhida para acompanhamento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 para receber a população de rua”, explicou.

Secretaria dos Direitos Humanos

Representando a Secretaria Municipal De Defesa Dos Direitos Humanos e Cidadania, Juliana Quarenta falou sobre as ações da pasta no combate ao coronavírus na capital em alinhamento com as ações da Saúde e Assistência Social do município. “Entre nossas ações, temos a cozinha cidadão, que distribui 7.500 marmitas diariamente para a população em situação de rua na cidade de São Paulo”, exemplificou Juliana.

Confira a íntegra da reunião completa aqui.

 

 

 

 

 

 

 

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