KAMILA MARINHO
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A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher realizou na tarde desta quarta-feira (26/8), Audiência Pública virtual sobre a reorganização Secretaria Municipal de Saúde, conforme Decreto 59.685/2020 e a remoção dos profissionais da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde). A reunião foi conduzida pela vereadora Patricia Bezerra (PSDB), presidente da Comissão, e contou com a presença do secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
Reorganização da Secretaria da Saúde
Segundo apresentação do secretário, “o processo tem como objetivo ampliar o olhar para as ações de vigilância no território, promovendo uma visão generalista e completa da vigilância em saúde, com o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para todos os integrantes do sistema”.
Covisa
Ainda de acordo com Edson Aparecido, 560 funcionários estavam distribuídos em 33 equipamentos de saúde da Covisa, sendo que 493 pertenciam à sede da Coordenadoria de Saúde. A partir da reorganização, permaneceram na sede 261 trabalhadores e outros 231 foram distribuídos para outras áreas da capital.
Manifestações
Autor de um dos requerimentos para realização da audiência sobre a reorganização da secretaria, o vereador Celso Giannazi (PSOL) se posicionou contrário à apresentação do representante do Executivo.
“Tem chegado até o nosso gabinete muitas reclamações. Eu tenho ido aos territórios e não é essa realidade encontrada. Não sei se há uma falha de comunicação entre a cúpula da secretaria e a base, mas essas informações apresentadas não chegam aos trabalhadores da saúde”, comentou Celso.
Também solicitante da Audiência Pública, a vereadora Juliana Cardoso (PT) questionou a situação dos trabalhadores da Covisa e a remoção de vários servidores. “Esses funcionários não foram para lugar algum. Quando eles chegam às subprefeituras, não tem condições de trabalho, não tem mesa, cadeira e nem computador”, disse Juliana.
Servidores da Covisa
De acordo com Selma Costa, médica da Vigilância de São Matheus e plantonista da Covisa, em momento algum os servidores foram consultados sobre as mudanças. “A estrutura foi totalmente desmantelada. Onde eu trabalho não chegou nenhum técnico para o trabalho, por exemplo. Como funcionária eu digo que a realidade não é a apresentada pelo secretário. Em nenhum momento, nós funcionários, fomos ouvidos”.
João Batista, representante do sindicato dos servidores municipais da Saúde e funcionário da Covisa, questionou sobre a redistribuição que está ocorrendo em plena pandemia. “O que o secretário chama de restauração, na essência é um desmonte dos serviços de saúde”.
Esclarecimentos do secretário
Em resposta aos questionamentos, Edson Aparecido disse que, ao contrário do que foi falado pelos participantes da Audiência virtual, houve um diálogo entre a Prefeitura e os servidores. “O esforço que foi feito nessa ação de reorganização e descentralização, me parece que ninguém foi contra”, observou o secretário que sugeriu uma nova Audiência Pública na Câmara Municipal para aprofundar nas questões de remanejamento na Covisa.
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