Laura sonhava há mais de um ano com o abraço de reencontro com Júlio, marido e pai da pequena Ashley, que ele nem viu nascer. O casal de surdos chegou ao Brasil vindo do estado de Bolívar, na Venezuela, buscando novas oportunidades em função da crise humanitária no país vizinho. Com dificuldade para encontrar emprego, Júlio optou por embarcar para o Rio Grande do Sul. Quando deixou a esposa em Pacaraima (RR), cidade na fronteira brasileira, ele nem sabia que Laura estava grávida.
Em função da crise sanitária, os deslocamentos ficaram ainda mais complexos. Semanas atrás, contudo, Júlio conseguiu um trabalho mais fixo em São Leopoldo (RS) e, se comunicando por um aplicativo de celular, inscreveu a mulher e a filha na Estratégia de Interiorização do Governo Federal, na Operação Acolhida. Depois da papelada preenchida, no fim de fevereiro, houve o esperado reencontro.
A história do casal não é pontual. Mesmo durante esse período do novo coronavírus, a Operação Acolhida segue ativa no atendimento, na assistência humanitária e no suporte para a reinserção dos venezuelanos que chegam ao Brasil em busca de um recomeço. O Ministério da Cidadania atua diretamente na operação como responsável pela coordenação do Subcomitê Federal para Interiorização.
Operação Acolhida
Entre janeiro e fevereiro de 2021, foram 2.469 deslocamentos de refugiados e migrantes venezuelanos operacionalizados pelo Governo Federal com o apoio de organizações das Nações Unidas, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e entidades da sociedade civil que contribuem para a integração local dos imigrantes.
Ao todo, desde o início da ação, em 2018, são 49.058 beneficiários. Desse total, mais de 44 mil na atual gestão do Governo Federal. Os municípios brasileiros que mais receberam venezuelanos são Manaus (4.939), Curitiba (3.352), São Paulo (3.141), Dourados (2.501) e Porto Alegre (1.868).
No caso de Júlio e Laura, finalizada a etapa de transição, abriu-se um novo capítulo na vida do casal e da filha. Júlio iniciou um trabalho com carteira assinada em São Leopoldo. A família, agora reunida, vive num apartamento alugado e pode acompanhar os primeiros passos de Ashley.
Com informações do Ministério da Cidadania