A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) está autorizada a repassar R$ 20 milhões do Fundo Especial do Parlamento Fluminense à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para revitalização e reforma do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio, destruído por um incêndio no dia 2 de setembro de 2018. A lei foi sancionada pelo governador Wilson Witzel e publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (10). Em setembro de 2018, um incêndio destruiu o Museu Nacional, que guardava o maior acervo de história natural e de antropologia da América Latina. A instituição é uma unidade da UFRJ, a primeira e maior universidade do país que, neste mês, completa 100 anos.
O repasse será efetivado com a apresentação à Alerj de um plano de trabalho executivo, detalhando as ações e objetivos, além dos itens de despesa e o cronograma de desembolso. A universidade também deverá se comprometer a divulgar todas essas informações online, garantindo a transparência e favorecendo a fiscalização.
A reitora da UFRJ, Denise Carvalho avaliou a importância dessa doação. “A UFRJ agradece muito à Alerj, aos parlamentares, na figura do seu presidente, o deputado André Ceciliano, pela concessão de R$ 20 milhões do Fundo Especial do parlamento fluminense para a reforma das instalações do nosso Museu Nacional. É muito importante que possamos voltar a mostrar a história do Brasil através do nosso museu”.
O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano explicou que o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil e era um dos maiores museus das Américas. Ele lembrou que o incêndio destruiu quase todo o acervo da instituição. “O museu vem sofrendo com a falta de recursos e ainda não recebeu parte das verbas prometidas por alguns órgãos. O custo estimado para a reconstrução do palácio é de R$ 300 milhões, sendo que os valores que a instituição recebeu desde a tragédia somam cerca de R$ 160 milhões, que foram distribuídos em obras emergenciais do edifício, a construção de um novo campus acadêmico e administrativo, o resgate do acervo atingido pelo fogo e reformas de outros prédios”, explicou.
De acordo com o diretor do Museu, Alexander Kellner, o projeto inicial já foi enviado para a Alerj e aprovado. “Felizmente, tudo está tramitando como esperado. Só precisamos acertar o detalhamento de como vamos utilizar os recursos e como será feita a arqueologia do Museu durante as obras. Muita gente não se dá conta, mas ele é um site arqueológico. Toda vez que se faz uma escavação no espaço é necessário que tenham arqueólogos no local. Quando fecharmos esses pontos, vamos encaminhar o projeto ao Parlamento e começar o processo licitatório”, explicou.
Reabertura
Para Kellner, com a chegada desse aporte será possível começar as obras de restauração da fachada e dos telhados ainda esse ano. “É justamente com essa verba da Alerj que a gente chega perto da metade da nossa necessidade. Temos certeza de que esse exemplo do Parlamento Fluminense será seguido por outras instituições”, afirmou o diretor.
O diretor do Museu também antecipou que o Museu deverá ser reaberto parcialmente em 2022, quando se comemora os 200 anos de independência do Brasil. “É inconcebível não termos aberto pelo menos parte do local onde tudo aconteceu. Vamos trabalhar para isso e a nossa projeção de abertura definitiva e total está para programada 2025”, revelou Kellner.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira