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Conder executa maior programa de contenção de encosta da capital baiana​

Quando se trata de preservar vidas, a solução tem que ser definitiva. Esse é o diferencial que a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), vem colocando em prática desde 2014 ao iniciar o Programa Estadual de Prevenção de Desastres Naturais voltado para as áreas específicas de Salvador, onde se encontram encostas com grandes riscos de desabamento. Do total de 109 áreas mapeadas, 69 já foram concluídas, beneficiando um contingente de 156 mil pessoas. Trata-se do maior programa de estabilização em áreas de risco já realizado na capital baiana.

Os locais escolhidos foram mapeados de acordo com o Plano Diretor de Encosta (PDE), realizado pelo município, e tiveram como foco as áreas de risco alto e risco muito alto e as regiões em que não cabem soluções paliativas como o uso de lonas ou mantas de concreto – conhecidas como geomantas – que devem ser utilizadas apenas em situação de emergência, por não terem durabilidade e, com isso, não assegurarem a estabilidade da encosta.

Inicialmente, foram garantidos valores na ordem de R$ 156 milhões para 98 pontos da capital baiana. Contudo, o Governo do Estado estendeu os benefícios para mais outros 14 locais vulneráveis, sendo 3 em Candeias e mais 11 pontos de Salvador, onde há registros de ocorrências de deslizamentos de terra ou está sendo executado projeto de urbanização integrada, que incluem serviços de estabilização. Com esse acréscimo na quantidade de locais a serem beneficiados, foram captados mais R$ 56 milhões em recursos.

Técnicas utilizadas

“A partir do diagnóstico contido no Plano Diretor do projeto, entramos em campo para realizar um minucioso estudo do solo e da topografia, respeitando as características de cada local, inclusive da comunidade local”, explica Maurício Mathias, diretor de Habitação e Urbanização Integrada da Conder.

De acordo com Mathias, o tipo de técnica escolhida é definido com base na característica de cada encosta e da sua extensão. As intervenções utilizam, principalmente em áreas extensas, a tecnologia conhecida como solo grampeado, com a instalação de grampos, aplicação de concreto e realização da drenagem. Mas, existem outras soluções, como a cortina atirantada, que tem grande aplicabilidade e consiste numa placa de contenção suportada por tirantes ancorados no maciço. Além disso é utilizada também a alvenaria de pedra e o retaludamento com cobertura vegetal.

Em alguns casos, numa mesma contenção, são utilizadas mais de uma técnica, como ocorreu na encosta São José, localizada no bairro da Liberdade, considerada a maior obra de estabilização executada e entregue, em 2020, à população, pelo Governo do Estado. Numa área de 20 mil metros quadrados (equivalente à três campos de futebol), prevaleceu o uso de três recursos: solo grampeado, cortina atirantada e alvenaria de pedra.

“Em 2020, ano em que a capital baiana registrou o primeiro semestre mais chuvoso das últimas três décadas, o fenômeno, para mais de duas mil pessoas, não trouxe riscos graças ao trabalho que realizamos na encosta São José”, ressalta Maurício Mathias. (aqui pode ser a legenda de uma foto da São José)

Lobato

As áreas mais afetadas estão localizadas no miolo da cidade e no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Em 2016, por exemplo, a Conder concluiu a contenção na Rua Carlos José da Silva, Alto do Cabrito/Bela Vista do Lobato, onde foram investidos R$ 2,3 milhões para beneficiar mais de mil moradores. Três anos depois, em 2019, foi a vez da população da Alameda A-5, também em Bela Vista do Lobato/Alto do Cabrito, comemorar a estabilização que trouxe tranquilidade para mais de dois mil residentes, incluindo as áreas de seu entorno, com recursos de R$ 3,4 milhões.

Este ano, com as estruturas finalizadas nas ruas Rocinha dos Fiais e Maria Isabel, o Governo do Estado amplia os benefícios para mais de 1.500 soteropolitanos, totalizando mais de seis mil moradores nessas quatro localidades de Lobato, que também repercute positivamente nas áreas do seu entorno.

“Não se trata só de contenção de encostas. Executamos também toda uma infraestrutura para oferecer mais dignidade para essas famílias como drenagem, acessibilidade e urbanização, pavimentação de vias, implantação de escadarias, guarda-corpo, passeios e, quando possível, equipamentos comunitários, como praças, academias ao ar livre, quiosques e parque infantil. Hoje, mesmo com a quantidade de chuva que cai na cidade, nesta época do ano, com certeza essas pessoas estão dormindo com mais tranquilidade”, declara Mathias.

Serviços complementares

Para proporcionar estabilidade em uma encosta, é necessário tratar o problema como um todo, desde o detalhamento do projeto, passando pelo planejamento e operação, não só combinando as técnicas estruturais, mas oferecendo um serviço que leve em consideração fatores como segurança e bem-estar da população, produtividade e preservação do meio ambiente.

“O entorno dessas encostas de alto risco são alarmantes para a população, pois coloca em risco não só a propriedade, mas a vida de muitas pessoas. Por isso, nosso serviço social é muito atuante na área que circunda nossas obras. Sempre buscam dialogar e achar o denominador comum para resolver as questões que surgem no decorrer das intervenções, explica Maurício Mathias, referindo-se ao acompanhamento que é oferecido à população, paralelo à execução da obra, por meio de equipes da área Social da Conder.

Cada obra em curso realizada pela companhia tem uma equipe do Social atuando para cadastrar as famílias, acompanhar a execução dos serviços, esclarecendo dúvidas, realizando atividades socioeducativas, oferecendo cursos para geração de emprego e renda, além de estar sempre informando cada passo do projeto e verificando a necessidade ou não da transferência temporária de algum morador.

Fonte: Ascom/Conder

Fonte: Portal Oficial do Estado da Bahia

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