O governador Wilson Lima recebeu, nesta quinta-feira (04/03), na sede do Governo, no bairro Compensa II, zona oeste da capital, o diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecon), Gerson Antônio dos Santos Mourão, a gerente do serviço de Ginecologia da fundação, Monica Bandeira de Melo, e a deputada estadual Nejmi Aziz, para discutir a ampliação da política de prevenção do câncer de colo do útero no Amazonas.
Neste mês é realizado o movimento estadual “Março Lilás”, que alerta para a conscientização e combate a esse tipo de câncer, o de maior incidência no estado. O governador defendeu o avanço da vacinação contra o Papilomavírus humano (HPV), que previne a doença, bem como a ampliação dos serviços de exames oferecidos na rede de saúde.
“Nossas ações de saúde estão concentradas no coronavírus, mas não podemos esquecer outras áreas, porque temos outras doenças que matam e estamos trabalhando para avançar na política de assistência e saúde da mulher, na capital e no interior. Estamos tocando projetos para ampliar serviços e essa reunião aqui foi importante para que possamos alinhar isso”, afirmou o governador.
A gerente do serviço de Ginecologia da fundação, Monica Bandeira de Melo, destacou a importância da vacina contra o HPV, principalmente nas escolas. “O HPV é um vírus adquirido sexualmente que causa câncer de colo uterino, câncer de pênis, câncer de ânus, câncer de vagina e orofaringe, e a gente tem como evitar”, disse a médica, que, juntamente com a deputada Nejmi Aziz, apresentou projeto para resgatar a vacina contra o HPV nas escolas, tendo em vista a baixa procura nos postos municipais de vacinação, não só no Amazonas, mas em todo o país.
Meninas dos 9 aos 14 anos e meninos dos 11 aos 14 anos podem ser vacinados. Hoje, essa imunização gratuita é oferecida nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em duas doses.
Exames – O tratamento das inflamações pré-cancerosas também precisa ser incentivado, segundo Monica Bandeira de Melo. Essas inflamações vêm antes do câncer e são detectadas no exame preventivo Papanicolau, um procedimento indicado a toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que tem entre 25 e 64 anos de idade.
Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos. Através do preventivo, são descobertas alterações no colo do útero da mulher, as lesões precursoras do câncer. Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%.
Outro exame é o conização, procedimento no qual se coleta amostra para biópsia, mas que também é empregado para remover lesões pré-cancerígenas, que foram diagnosticadas previamente no Papanicolau, oferecido pela rede de Atenção Básica. Em 2019, a Fcecon realizou 575 procedimentos desse tipo, 234 a mais que a quantidade realizada em 2018. Ano passado, o setor que realiza o procedimento ficou três meses e meio sem realizar conizações, devido à pandemia de Covid-19 e, em função disso, o número de procedimentos teve redução.
Policlínicas – A rede estadual de saúde conta com três policlínicas que atendem pacientes encaminhadas pelas UBSs, quando o Papanicolau detecta alguma alteração: Policlínica Gilberto Mestrinho, Codajás e João dos Santos Braga. Nessas unidades há outros exames disponíveis como o colposcopia, que é mais completo que o Papanicolau. No interior, geralmente, as prefeituras têm suas policlínicas e, quando necessário, as pacientes são encaminhadas para a Rede Estadual. A Policlínica Gilberto Mestrinho é referência para o atendimento aos pacientes do interior.
Março Lilás – A previsão é de 700 novos casos do câncer do colo do útero para 2021, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde (MS). De acordo com o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, o movimento Março Lilás é voltado para incentivar as mulheres a realizarem o exame preventivo Papanicolau de forma regular, estimular mulheres e homens a utilizarem preservativo nas relações sexuais e alertar pais e mães a vacinarem seus filhos contra o papilomavírus humano (HPV).