Uma ampla e densa plataforma colaborativa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) projetada para o fortalecimento dos ecossistemas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), com o objetivo de atuar primeiramente no Estado do Amazonas e, posteriormente, em toda a Amazônia Legal. Assim foi apresentada a Rede de Recursos Humanos e Inteligência para Sustentabilidade na Amazônia (Rede Rhisa), durante o webinário “Mulheres contra o coronavírus: Contribuições de Cientistas do Amazonas no Enfrentamento à Pandemia”.
O webinário foi promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), na manhã desta quinta-feira (11). O anúncio foi um pré-lançamento da Rede Rhisa, que aconteceu em formato on-line para celebrar o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, com painéis apresentados por cientistas do Amazonas.
O coordenador técnico da Rede Rhisa, professor doutor Henrique Oliveira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), explicou que a rede é formada inicialmente pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Acariquara, Geodatin, além da Sedecti, por meio da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
A Rede Rhisa se consolida em função de um diagnóstico feito inicialmente pela Secti que mapeou, no início de 2020, o quantitativo de mestres e doutores no Estado do Amazonas; e apresentou o trabalho em fóruns internacionais, fato que chamou a atenção de outros atores em CT&I. Além disso, um diagnóstico do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) mostra que a região Norte é a que possui o menor investimento em pesquisa científica, com menos de cinco mil pesquisadores cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2010.
“Entendemos que o fortalecimento dos ecossistemas de CT&I é uma forma que irá contribuir para a elaboração de políticas públicas, de maneira mais assertiva e participativa, junto com a sociedade para o desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia Legal”, destacou a secretária executiva de CT&I, Tatiana Schor.
Metas para o Rhisa – O coordenador técnico do projeto Rhisa, Henrique Pereira, ressalta que a rede colaborativa tem a proposta de auxiliar com dados e informações para o desenvolvimento social, econômico, autônomo e equitativo da Amazônia Legal, uma vez que, hoje, as informações sobre esses ecossistemas de CT&I estão dispersos e desarticulados, fato que dificulta um planejamento mais estratégico para elaboração de políticas públicas.
“Foi um pré-lançamento e o nosso objetivo foi difundir o conceito e, assim, iniciar o longo processo de sensibilização e mobilização, até chegarmos no engajamento dos atores sociais desse grande ecossistema de CT&I; e das cadeias de valor da sociobiodiversidade da Amazônia legal”, explicou o pesquisador.
A coordenação ainda estuda a data do lançamento oficial e funcionamento de 100% da Rede Rhisa. As metas do projeto têm como mecanismos facilitadores a troca de informações e experiências, apoio mútuo a projetos e interlocução com setores da sociedade, empresas e governos.
Mulheres e Meninas na Ciência – O webinário que celebrou o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve a participação da pesquisadora Maria Paula Gomes Mourão, da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que foi a primeira palestrante a contribuir com os debates. Ela explanou sobre os ”Estudos Clínicos na Covid-19″.
“Nós procuramos testar as duas doses de cloroquina, porque as atividades que se tinham com o remédio para o vírus reportavam menores resultados com dosagens mais altas. Então, buscamos, a partir de referências na literatura, essas duas dosagens e fizemos os testes identificando, com o nosso estudo médico contra a Covid, que tinha uma superioridade técnica; e mostrava que o tratamento não tinha benefício que fosse realizado por um curto espaço de tempo”, disse a médica infectologista ao utilizar gráficos da pesquisa.
A palestrante Natacha Cíntia Regina Aleixo, da Ufam, falou sobre o estudo “Espaço-Tempo Pandêmico: Uma Contribuição Geográfica para o Estado do Amazonas”.
“O objetivo desse trabalho era entender a difusão espaço temporal da Covid-19 no território nacional e, especificamente, nos municípios do Amazonas. Foram por meio de trabalhos com o uso da tecnologia que pudemos gerar representações cartográficas e, também, analisar o fenômeno da propagação da pandemia, na escala estadual. Ainda hoje, estamos trabalhando com dados, gerando cartógrafos que possam ajudar também em uma discussão maior, tanto na parte da gestão pública, quanto para entendermos melhor a pandemia”, resumiu Natacha.
A terceira participante foi a professora doutora em Sociologia e Antropologia, Katia Helena Serafina Cruz Schweickardt, ex-secretária municipal de educação de Manaus. Ela exemplificou as “Estratégias Educativas para Enfrentamento da Covid-19 em Manaus”, com destaque para os excelentes dados alcançados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos últimos anos. Para Katia, é preciso repensar o papel do professor, além de salientar que a educação integral trazida pela pandemia, precisa se consolidar.
“Tudo que a gente conseguiu fazer em relação ao enfrentamento da Covid, com estratégias educacionais, tem a ver com o trabalho de gestão integrada participativa e muito compartilhada. Mas, mesmo tendo conseguido chegar no final do ano com mais 185 mil alunos engajados no ‘Aula em Casa’, tínhamos mais 35 mil completamente ausentes e por isso tivemos que desenvolver outras estratégias com dispositivos tecnológicos”, revelou Katia.
Todo o conteúdo do webinário está disponível no canal da Sedecti Amazonas no Youtube.