Empenho de profissionais de saúde se multiplica para reabilitar jovens acometidos pela doença
Acompanhar um paciente em estado grave de Covid-19, seja qual for a faixa etária, é um desafio para os profissionais da linha de frente do Governo do Amazonas. Quando se trata de crianças e adolescentes, o trabalho é ainda mais árduo nas unidades. A missão de cuidar, acompanhar, reabilitar e devolver a saúde àquele pequeno ser acometido pela doença envolve uma mistura de sentimentos.
No Hospital Infantil Dr. Fajardo, na avenida Joaquim Nabuco, Centro, zona sul da cidade, as equipes comemoraram a alta do João Miguel, de apenas dois meses, nesta sexta-feira (12/02). O menino deu entrada na unidade hospitalar no dia 14 de janeiro e passou vários dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ter sido transferido do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam). Somente na última segunda-feira (08/02), o bebê teve condições de ser levado para a enfermaria clínica, após apresentar uma melhora no quadro de saúde.
O gerente de enfermagem do Hospital Dr. Fajardo, Isac Silva, explica que os bebês recém-nascidos, assim como adultos na UTI, aumentam a preocupação em torno de possíveis infecções hospitalares, acendendo o alerta para todos os profissionais.
“A gente tem a preocupação do risco relacionado com o sistema imunológico. É uma criança muito jovem que estaria numa fase inicial de amamentação, ainda criando, amadurecendo o seu sistema imunológico; e que já estava sendo exposto a uma doença infecciosa e que assusta todo mundo”, disse Isac.
Ele considera a alta médica um momento coletivo de gratidão, principalmente porque além do esforço despendido pelos profissionais de saúde com João Miguel, também existe a relação com os pais da criança, no momento tão envolvidos quanto a própria equipe.
“A mãe se manteve esperançosa e isso sem dúvida vai incentivando a equipe, também, a continuar insistindo com aquele paciente. E graças a Deus, hoje, ele já está se preparando para voltar para casa, como a gente gosta de ver todas as crianças que entram aqui. A gente não gosta que a história se encerre no hospital, mas que seja só um trânsito para que a criança volte para casa e siga com sua vida”, enfatizou o enfermeiro.
A mãe, Ederlane Viana, 34, agradeceu por todo o empenho dos profissionais de saúde. “Sou grata a todos os médicos desse hospital, porque trataram muito bem o meu filho. Os enfermeiros estão de parabéns mesmo e que Deus venha a abençoar todos eles. A gente sente essa dor e eles também estão sentindo e fazendo de tudo pra salvar todas as pessoas”.
Esperança – Infectado pelo coronavírus e já com uma doença de base, a neuropatia, o jovem Gabriel Souza, de 17 anos, deu entrada no dia 17 de janeiro com estado grave no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste, no bairro Compensa, zona oeste da capital.
Gabriel é um paciente especial para as equipes, primeiramente pela força mostrada nos 26 dias de internação em UTI, sendo paciente com comorbidade. Segundo, porque Gabriel está a poucos dias de deixar o hospital e voltar para casa. A expectativa é que o adolescente receba alta médica em no máximo uma semana.
“O Gabriel é um paciente especial. É um paciente que já era atendido pelo programa ‘Melhor em Casa’ e pegou Covid. Ele chegou muito grave aqui na nossa unidade, precisando ser intubado no setor de reanimação e transferido para UTI. Ele ficou internado com uma pneumonia grave correndo risco de vida, mas graças a Deus ele evoluiu satisfatoriamente e hoje, com a ajuda de toda a equipe multidisciplinar, ele consegue ter alta para a enfermaria”, explicou o diretor clínico da unidade, Luiz Afonso Brito.
Úrsula Souza, 44, afirma nunca ter desistido da vida do filho. “Estou muito emocionada. Meu filho entrou desacreditado, praticamente morto. Pela patologia dele, essa doença matou muita gente que não tinha a mesma doença que ele, e meu filho está aí, guerreiro, conseguindo sair dessa. Não vejo a hora de levar ele para casa”.