Consultas públicas: Parque Estadual Sucunduri autoriza avanço de tratativas para implementação de projetos de REDD+

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Diálogo ocorreu durante a 22ª Reunião do Conselho Gestor Consultivo do Mosaico do Apuí

Foto: Divulgação/Sema

O Parque Estadual Sucunduri, situado no município de Apuí (a 453 km de Manaus), avançou nas discussões para propostas de projetos de carbono na Unidade de Conservação (UC). Nesta quarta-feira (14/05), representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) participaram da 22ª Reunião do Conselho Gestor do Mosaico do Apuí, onde dialogaram com lideranças locais e instituições parceiras.

Durante o encontro, os conselheiros autorizaram o avanço das tratativas com o Agente Executor de Serviços Ambientais responsável por implementar as ações do projeto. Segundo a secretária executiva adjunta da Sema, Fabrícia Arruda, a reunião foi uma continuidade do diálogo iniciado em dezembro de 2024, reforçando o compromisso com a transparência e com o diálogo entre poder público e sociedade civil.

“Nós tivemos a aceitação por parte dos conselheiros em dar continuidade às tratativas. A participação do conselho nesse processo é muito importante, então a gente tem envolvido eles nesse diálogo, demonstrando a transparência do processo, e também mostrando que o Estado tem avançado na implementação de políticas públicas de um modo geral”, afirmou a secretária.

Foto: Divulgação/Sema

O encontro integrou o calendário oficial do Conselho, destacando o Parque Sucunduri como uma das 21 áreas protegidas do Amazonas selecionadas para desenvolver iniciativas de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

“O que é legal de todo esse projeto é que ele vai ser construído com a sociedade, através do conselho, que vai começar a partir desse momento a construir o seu Plano de Trabalho, onde vão ser estudados todos os segmentos, as comunidades tradicionais, as partes governamentais, a sociedade em geral, e a gente vai poder construir juntos o programa”, explicou a gestora do Mosaico do Apuí, Aldeíza Lago.

Alcance dos projetos

A área protegida é parte do Mosaico do Apuí, composto por nove Unidades de Conservação no sudoeste do Amazonas. No Mosaico, duas UCs foram selecionadas para iniciativas de projetos de carbono, sendo o Parque e a Floresta Estadual do Sucunduri.

Apenas nestas duas áreas, a capacidade de geração de créditos a partir de projetos de REDD+ é superior a 1,3 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO₂e) em 30 anos.

Dos recursos captados, o Agente Executor pode reter até 15% de taxa administrativa, conforme o Edital nº 002/2023. Do restante, 50% serão obrigatoriamente investidos na UC onde os créditos foram gerados.

Os outros 50% serão destinados ao Fundo Estadual de Mudanças Climáticas (Femucs), para melhorar as estruturas da gestão ambiental e, custear outros projetos submetidos por entes estaduais.

Foto: Divulgação/Sema

Desenvolvimento do projeto

A proposta de projeto de REDD+ no Parque Sucunduri será estruturada com base em seu Plano de Gestão. O objetivo da consulta ao Conselho é, além de garantir transparência e autonomia de decisão para os representantes comunitários e instituições parceiras, mapear estratégias para estimular a conservação florestal e aumentar os estoques de carbono na região, fortalecendo o compromisso ambiental do parque.

“Esse projeto pode agregar inúmeras possibilidades, direta e indiretamente, no sentido de bioeconomia, além de outras atividades voltadas principalmente para a redução de emissões”, afirmou o presidente da Associação Agroextrativista e Turística Barra do Tapajós (AATBT), José Manoel.

O encontro contou com a presença de representantes governamentais, municipais e lideranças comunitárias, todos com participação ativa no Conselho Consultivo. Para Renato Frozzi, gerente da unidade local do Instituto de Desenvolvimento Ambiental do Amazonas (Idam), esta é uma parceria que pode gerar frutos positivos para a Unidade de Conservação.

“A comunidade ansiava, foi uma demanda do conselho, e hoje temos uma resposta muito rápida pelo Governo do Estado, trazendo essa resposta para que a gente consiga avançar no crédito de carbono dentro das Unidades de Conservação. Tem como hoje a gente trazer muitos benefícios para os nossos comunitários, principalmente, em parcerias com o Município e com as entidades aqui”, declarou.

Fonte: Agência Amazonas de Notícias