Após a identificação do que gerou a mudança de coloração do Rio Cupixi, no município de Porto Grande, pelos técnicos da força-tarefa montada pelo Governo do Amapá, a Polícia Civil (PC) iniciou diligências e investigações para chegar até os possíveis responsáveis pelo garimpo clandestino e dano ambiental causado na região.
De acordo com os profissionais, a mudança nas águas se deu pelo rompimento das barreiras de terra feitas para acumular os sedimentos provenientes da atividade garimpeira ilegal, em área do município de Pedra Branca do Amapari.

O delegado Walter Ferreira, titular da Delegacia de Pedra Branca do Amapari, está no local e constatou, durante o primeiro sobrevoo da equipe, na quarta-feira, 12, indícios de uma barreira recém construída no local. No mesmo dia, no período da tarde, juntamente com o Grupo Tático Aéreo (GTA) e peritos da Polícia Científica, o delegado retornou ao local e encontrou supostos trabalhadores do garimpo ilegal.
“Foram colhidas informações sobre o suposto dono da área e agora aguardamos os resultados das perícias para andamento e a conclusão do respectivo inquérito policial”, pontuou Ferreira.

O delegado geral da Polícia Civil, Cezar Vieira, explica que todos os esforços estão sendo feitos para chegar aos responsáveis pelo crime ambiental, inclusive a Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), também já está atuando no caso.

“Sabemos que a atividade mineradora no estado é muito importante para a economia, e que estando legalizada dentro daquilo que a lei prevê é bem-vinda. A Polícia Civil vem contrapor aqueles que usando da clandestinidade e da ilegalidade praticam a extração ilegal de minério, causando um prejuízo, não apenas ambiental, mas também à população que acaba sendo afetada”, relatou o delegado geral.
População afetada
De acordo com a Defesa Civil do Amapá, que trabalha em conjunto com a prefeitura de Porto Grande, em números preliminares, cerca de 4 mil pessoas estão sendo afetadas pelo dano ambiental. A área impactada está localizada no Igarapé Água Preta, que deságua no Rio Cupixi e também atinge comunidades às margens do Rio Araguari prejudicando a pesca e o abastecimento de água potável na região.

“Estamos fazendo esse levantamento junto aos órgãos municipais e monitorando o deslocamento da pluma de sedimentos, ou seja, da massa de resíduos que se desloca na água. Estamos também focados na elaboração dos relatórios que subsidiam a decretação de situação de emergência pelo Estado”, explicou o secretário executivo da Defesa Civil, coronel Vilmar Laurindo
Força-Tarefa
A Força-Tarefa do Governo do Amapá, que está atuando na região, é composta por representantes das secretarias de Meio Ambiente (Sema), Saúde (Sesa), Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Assistência Social (Seas), Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Polícia Científica e Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), com participação da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Fonte: Agência de Notícias do Amapá