O primeiro palestrante da manhã no II Seminário Recicla Goiás, com o tema “Reciclar é Transformar”, foi o especialista em Direito dos Resíduos, Ambiental e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), Fabrício Soler. Ele frisou que Goiás, de fato, está na frente no que diz respeito à sustentabilidade, políticas públicas voltadas ao meio ambiente e reciclagem e os números apontam isso.
Ele também discorreu sobre o cenário nacional. “No Brasil 38% de lixões são inadequados, 61% de disposição adequada de lixão e aterro controlado. Sendo estes de 45% de produção orgânica. Para melhorar o cenário nacional devemos primeiro acabar com os lixões, depois trabalhar com os orgânicos e também valorizar os recicláveis como a coleta seletiva, com a realização de liga como foi firmada nesta manhã e outros trabalhos. Além disso, é preciso melhorar o sistema de logística reversa de embalagens que consiste no retorno das embalagens pós consumo às indústrias para reciclagem. Goiás, por exemplo, é um dos estados que regulamentou o sistema de logística reversa.”
A jornalista Giuliana Morrone, reconhecida por sua experiência em práticas ESG (Environmental, Social, and Governance), que também palestrou no evento, evidenciou a necessidade de unir práticas empresariais e comportamentos individuais em prol de um futuro mais equilibrado e justo.
Morrone compartilhou suas reflexões sobre a sustentabilidade e a importância de um olhar mais profundo e essencial para as questões ambientais, especialmente no contexto brasileiro. “Eu estou me sentindo tão bem aqui. Eu estou me sentindo em casa. Muito obrigada pelo convite,” disse a jornalista, relembrando suas raízes goianas. Com uma carreira de mais de 30 anos no jornalismo, principalmente na cobertura política, a profissional destacou que, embora seu rosto seja conhecido pela atuação nas urgências do noticiário, sua relação com a terra e a natureza sempre esteve presente.
A jornalista trouxe um enfoque particular na prática ESG, e explorou o papel dessas diretrizes na construção de um futuro sustentável. Morrone enfatizou a necessidade de um olhar que vá além do imediatismo das notícias. “Tem uma frase do filósofo Edgar Morin que diz muito para mim, ao afirmar que, quando a gente troca o essencial pelo emergencial, estamos nos esquecendo da urgência do essencial,” refletiu, sugerindo que a sustentabilidade precisa ser vista como uma prioridade essencial e não apenas como um tema secundário.
Giuliana Morrone também compartilhou sua própria jornada na sustentabilidade, que começou há cerca de 15 anos, quando passou a estudar mais profundamente o impacto das práticas sustentáveis nos negócios e na vida cotidiana. “Essa minha jornada na sustentabilidade vem de muito tempo. Mais ou menos 15 anos atrás, quando eu realmente me interessei por esse foco nos negócios. Até então, sempre foi esse olhar para a natureza, um olhar sustentável que partia de dentro para fora”, afirmou.
Ela ressaltou a importância de práticas como a economia circular e destacou que, em sua vida pessoal, adota o conceito de “lixo zero”. “Na minha casa, na minha intimidade, é lixo zero, eu não faço lixo. Quando eu vejo a lixeira com um pouquinho de lixo, aquilo me faz mal,” revelou.
A jornalista também abordou a complexidade dos desafios relacionados à sustentabilidade, usando como exemplo a recente crise de abastecimento de energia em São Paulo e a falta de diálogo entre concessionárias, agências reguladoras, governos e a comunidade, o que para ela é um entrave para a resolução de problemas que exigem uma abordagem integrada e colaborativa.
A jornalista deixou um recado claro: “Para mim, o essencial hoje é urgente,” ressaltando a importância de priorizar ações que contribuam para um mundo mais sustentável e socialmente responsável.
Fonte: Portal da Alego
Fonte: Agência Assembleia de Notícias
