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Proposta por Cairo Salim, Alego realizou audiência publica nesta 4ª-feira, 27, para debater os caminhos da Educação no Brasil

O deputado Cairo Salim (PSB) promoveu, na manhã desta quarta-feira, 27, audiência pública com o tema: Alerta à destruiçao do Brasil por meio da educação. O evento foi realizado no auditório da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).

Além do parlamentar, compuseram a mesa de trabalhos o advogado e presidente do Instituto Liberdade e Justiça, Giuliano Miotto e o médico pediatra e gestor educacional da Interschool Brasil-Goiânia, Fernando Rassi Nader.

Em seu discurso, Cairo Salim afirmou que o objetivo da audiência é permitir que a população, juntamente com especialistas, debata o futuro da educação brasileira, abordando questões importantes, como as diretrizes definidas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), cuja etapa final aconteceu em janeiro deste ano e construiu um documento, com propostas para o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que vai estabelecer as principais metas para área até 2034. “Fui instigado a realizar essa reunião. É crucial abordarmos essa pauta de maneira séria, relevante e impactante, convidando profissionais verdadeiramente capacitados e engajados na prática educacional”.

Salim expressou sua apreensão em relação ao panorama da educação no País, destacando que, anteriormente, as preocupações se concentravam apenas na rede pública de ensino, mas agora também é necessário considerar a rede particular. “Enquanto não houver conservadores cristãos ocupando esses espaços, estaremos trilhando um caminho indesejado. Precisamos ocupar esses espaços”, conclui Salim.

Debate

A historiadora e mestre em educação patrimonial e gestão de patrimônio, professora Cássia Queiroz, discursou sobre a tomada do poder por meio do sistema educacional, com ênfase na Conferência Nacional de Educação (Conae). A professora expressou sua insatisfação com a Conae de 2024, pois no eixo um, figura o Sistema Nacional de Educação e a Pactuação Federativa, ou seja, o que foi firmado agora é obrigatório de ser cumprido, sem direito a discussão, e podendo ser inflacionado caso haja descumprimento. “Os conselhos de educação ficam sem o direito de fazer questionamentos e expor suas opiniões”.

A pós-doutora em Educação, Inez Borges, agradeceu a oportunidade e explicou que trouxe a pauta “A destruição do ser humano como alvo educacional na Conae” devido a esse tema ser um alvo delineado há tempos na sociedade. “Essa pauta vem atuando no mundo em prol de um governo global e devemos avaliar o impacto das políticas educacionais e práticas pedagógicas na formação integral dos indivíduos”.

Segundo a pós-doutora, esse movimento defende o ensino de conteúdo de aprendizagem e opõe-se à defesa dos tempos, ritmos e processos de educação infantil propostos pelos criadores da pedagogia. Inez explicou que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) vem defendendo essa implementação de ensino, no qual o intuito é evitar o desvirtuamento de alguns princípios pedagógicos e a antecipação dos processos e conteúdos curriculares.

A advogada e mestranda em psicologia social, Adriana Marra, compareceu de forma híbrida e falou sobre o controle social e as estratégias para validação na educação. Adriana ressaltou que nas últimas décadas muito se discutiu sobre educação, com o objetivo de garantir acesso, permanência e qualidade de ensino para os alunos que frequentam diariamente as escolas públicas em nosso país. Ela frisou que é impossível discutir a qualidade de ensino sem associá-la à discussão de controle social.

A advogada destacou a importância de considerar os Conselhos das escolas como espaços importantes de participação, para que os pais e toda a sociedade possam acompanhar de perto as ações realizadas para uma educação inclusiva de qualidade. “Atualmente, novas ideologias estão sendo implementadas e as escolas estão matriculando crianças cada vez mais novas, afastando-as do convívio familiar, além de implementar ações que vão contra os princípios da família. É preciso acompanhar de perto tudo que vem sendo implantado na educação de nossas crianças”.

Princípios

O médico pediatra e gestor educacional da Interschool Brasil/Goiânia, Fernando Rassi Nader, trouxe para discussão a temática “Escravidão da Mente imposta pelos Direitos Humanos e Pseudocombate às Desigualdades”. O médico explicou que os resultados da educação no Brasil são insatisfatórios, e o plano educacional difundido pelo Ministério da Educação não promove uma alfabetização adequada. “Esse sistema finge que alfabetizou os alunos; a criança sabe escrever o nome, consegue fazer uma operação mínima, mas ela não evolui além disso, é o famoso analfabeto funcional. Como esses alunos vão fazer diferença na sociedade depois de formados?”, questionou Rassi. Fernando ressaltou que a criança está em fase de desenvolvimento e precisa da família como base para sua inteligência emocional e construção de caráter. “Eles distorcem a figura de autoridade dos pais; o que eles querem é o estado como controlador social”.

Ele finalizou com a frase de Lew Rockwell, consultor político e escritor: “Se toda a propaganda governamental inculcada nas salas de aula conseguir criar raízes dentro das crianças à medida que elas crescem e se tornam adultas, estas crianças não serão nenhuma ameaça ao aparato estatal. Elas mesmas irão prender os grilhões aos seus próprios tornozelos”.

A pastora e diretora da Escola Videira, Valéria Tocantins, falou sobre a educação cristã conservadora como resposta ao descaso na formação plena do indivíduo. A diretora ressaltou sobre o modelo “formação plena”, baseado nos princípios bíblicos aplicados no colégio Videira. Ela enfatizou que esse método de educação, que vem crescendo, ensina sobre a importância de valores como família e amor ao próximo, indo além da transmissão dos conteúdos tradicionais. “Lutamos por uma educação sólida, com ênfase no caráter cristão; a educação é uma boa obra e eu luto por ela”, concluiu.

A psicopedagoga e diretora pedagógica, Lilian Ribeiro, refletiu sobre o legado pedagógico que deixaremos para o Brasil. Ela destacou que poucas pessoas concluem o ensino médio completo no País e que a maioria da população não consegue compreender um simples texto. “É preciso mudar essa realidade, defender princípios democráticos, humanos e promover uma educação inclusiva”. Lilian explicou que a escola é o primeiro espaço de relação da criança com o mundo para além da família, e por isso as escolas de diversas partes do mundo estão buscando alternativas para a construção de um melhor caminho para a educação, que valorize a família, o respeito e os princípios. “Estou defendendo uma educação que luta pelos valores que possam trazer resultados acadêmicos positivos, para deixarmos um legado que seja referência”.

Por fim, o doutor em Ministério de Ensino e Geografia, professor Emerson Martins, abordou a expectativa educacional confessionalista para a educação brasileira, na qual a escola baseia seus princípios, objetivos e forma de atuação em uma confissão religiosa, tendo como primeiro objetivo do trabalho educacional o desenvolvimento do sentimento religioso e moral nos alunos. “É preciso trazer esse objetivo para a prática, pois as novas gerações não vão se apropriar das riquezas e conhecimentos produzidos pela sociedade ou pela ciência, mas sim do conhecimento de relações interculturais. O saber estará voltado para relações interpessoais, uma transferência de aprendizado pela ‘tela’,um sistema que já vem dominando a população”.

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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