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Prevenção contínua à dengue

Neste sábado, 20, é comemorado o Dia Nacional de Combate à Dengue. A data foi instituída pela Lei nº 12.235/2010, que determina que o penúltimo sábado do mês de novembro seja destinado para mobilizar iniciativas do poder público e a participação da população para a realização de ações destinadas a enfrentar o vetor da doença.

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Gustavo Sebba (PSDB), afirma que a dengue é uma vilã constante da saúde pública no Brasil. “São inúmeras as dificuldades que enfrentamos como sociedade para combater a proliferação do mosquito vetor. Porém, como essa é uma batalha antiga, o brasileiro já sabe o que fazer, mas a população ainda precisa ser incentivada a fazer a sua parte e o Dia Nacional de Combate à Dengue é uma das ferramentas do poder público para estimular isso”, tratou o parlamentar.

Gustavo frisa que a pandemia de covid-19 desviou as atenções da população para um problema mais urgente. “O que se viu foi uma lamentável negligência geral do combate à dengue. Dos gestores públicos à população, todos deixamos de lado essa questão para concentrarmos esforços e investimentos na pandemia e, infelizmente, a dengue fez muitas vítimas em decorrência dessa negligência”, afirmou.

Ademais, o presidente do colegiado acredita que, com a vacinação avançando e a Medicina aprendendo a tratar a covid-19 com mais precisão, o que se espera é que a dengue retome um pouco do protagonismo que sempre teve nas políticas sanitárias. “A estiagem era um problema e, felizmente, já voltou a chover em Goiás, mas as chuvas também representam que o mosquito terá melhores condições de reprodução. Precisamos investir em vigilância sanitária, campanhas informativas e estrutura para acolher os pacientes, reduzindo os riscos, pois a demanda nessa época do ano que se aproxima é sempre grande”, sustentou Gustavo Sebba.

De acordo com a última edição do Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Arboviroses Urbanas transmitidas pelo Aedes (dengue, Chikungunya, zika e microcefalia) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, até o dia seis de novembro desse ano, ocorreram 6.231 casos prováveis de dengue na Capital, apresentando uma taxa de incidência de 405,6 casos por 100 mil habitantes e uma proporção de casos graves de 1,1 casos/1000 habitantes.

“Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 52,2 % de casos prováveis registrados no mesmo período analisado. No ano de 2020, apenas duas semanas (27 e 28) apresentaram pequenos picos epidêmicos, ultrapassando o limite superior, e em 2021, não houve registro de epidemia até o momento”, informa o documento.

Ainda segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde da Capital, a região Noroeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 773,6 casos por 100 mil habitantes, seguida das regiões Sudoeste (651,1 casos/100 mil hab.), Oeste (616,6 casos/100 mil hab.), Norte (526,8 casos/100 mil hab.), Leste (454,6 casos/100 mil hab.), Sul (265,1 casos/100 mil hab.) e Campinas Centro (259,8 casos/100 mil hab.).

Percebe-se que as regiões Noroeste, Sudoeste, Oeste, Norte e Leste registram incidências acima de 300 casos por 100 mil habitantes indicando alto risco para a ocorrência de dengue, conforme parâmetros estabelecidos pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS). “A situação do município de Goiânia é de alerta, com Índice de Infestação Predial (geral) de 2,1%, sendo que 71,72% do total de estratos está em alerta e 6,76% estão em risco. Ressalta-se que os criadouros predominantes são passíveis de remoção: latas, frascos, embalagens plásticas, lonas, material de construção, barril, tonel, tanque, bebedouros de animais, entre outros”.

Já em relação às taxas de letalidade, foram registradas nos anos de 2012 (78%) e 2014 (57,1%), apresentando um decréscimo significativo nos anos seguintes. Em 2020, a taxa de letalidade foi de 30% e, em 2021, de 20%, baseada na quantidade de casos graves registrados. “Até o momento, não há confirmação da ocorrência de óbito por zika, chikungunya e febre amarela no município de Goiânia”, conforme o informativo.

Casa de Leis atuante no combate à doença

Na Casa de Leis, projetos tramitam em prol do combate à dengue – doença febril grave, causada por um arbovírus, vírus transmitido por picada de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti.

Um exemplo de propositura nesse sentido foi apresentada, em 2019, pelo então deputado Diego Sorgatto (DEM), atual prefeito do município de Luziânia. Ela se encontra protocolada com o nº 3793/20, e fala sobre a obrigatoriedade de todas as empresas fabricantes de caixas d’água, escreverem aviso nas tampas e laterais das caixas em Goiás. Atualmente, o projeto está em fase de primeira discussão e votação pelo Plenário da Casa.

Se a proposta for aprovada, as empresas fabricantes de caixa d’água em Goiás serão obrigadas a escreverem nas tampas e laterais das caixas o seguinte aviso: “O mosquito da dengue mata, tampe a caixa d’água”. O aviso não poderá ser menor que 1/5 da área da tampa e da caixa d’água e a tinta usada no aviso será de alta qualidade e durabilidade, à prova d’água e resistente a exposição da luz solar, estando escrito de forma legível e clara. 

O descumprimento da proposta acarretará em sanções dispostas no art. 56 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), sem prejuízo das penalidades de natureza civil e penal. “É preciso fazer a limpeza de caixas d’água e reservatórios, pois os ovos do mosquito Aedes Aegypti são resistentes e podem se manter viáveis por mais de um ano sem a presença de água. Assim, considerando que muitas caixas d’água ficam visíveis à população, essas podem servir de instrumento de conscientização, por meio do aviso proposto, em especial em comunidades de baixa renda”, expôs Sorgatto.

A doença e seus sintomas

Após o mosquito picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, em populações vulneráveis como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa. O risco de gravidade e morte aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo que tratadas.

A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a infecção por dengue pode ser assintomática, ter sintomas leves ou graves, podendo levar à morte. Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Prevenção

Ainda de acordo com informações do Ministério da Saúde, a melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e, até mesmo, em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

Medidas simples podem ser adotadas, como, por exemplo, substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia; deixar a caixa d´água tampada; cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas; remover do ambiente todo material que possa acumular água.

Além disso, roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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