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No Dia Mundial da Ciência pela Paz debate de autoridades busca aproximar o cidadão das questões científicas

No calendário da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), 10 de novembro é uma data para celebrar o importante papel da ciência para a construção de um mundo mais seguro e igualitário. A campanha internacional realizada por meio dessa comemoração pretende envolver a ciência no cotidiano dos cidadãos, aproximando a sociedade dos debates em torno das questões científicas. 

Doutora em Ciência da Informação, a professora Maria Nélida González faz um recorte histórico no qual enfatiza a relevância de instituições que buscaram difundir a pesquisa científica no País. “No Brasil, a relação entre o desenvolvimento científico-tecnológico e sua associação a ações promotoras de informação científico-tecnológica tem um marco de referência, na década de 50, com a criação do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD). A partir da década de 60, seria intensificada a intervenção da Unesco na promoção de políticas e ações de informação científico-tecnológica, visando a superar o gap informacional entre países ricos e países pobres em ciência e tecnologia”, rememora a pesquisadora. 

O desequilíbrio dos recursos para pesquisas e a falta de divulgação científica entre os cidadãos é um dos tópicos abordados pela campanha anual da Unesco, já que, nessa perspectiva humanitária de ciência, o conhecimento deve ser voltado para o bem-comum da população, ou, nas palavras do slogan do ano passado, “ciência para e com a sociedade”.  

Um dos pilares desse debate é o envolvimento da comunidade científica internacional para a garantia de recursos básicos à população mundial, no enfrentamento à insegurança alimentar e às condições precárias de saneamento e saúde. Dessa forma, a Unesco propaga a ideia de que a ciência é um vetor fundamental para a recuperação econômica do mundo. Koichiro Matsuura, que já foi diretor-geral da Unesco, opina que os esforços da comunidade internacional devem ser constantes nessa direção. “Que persista a busca por uma economia ecológica por meio da ciência e da tecnologia, trabalhando conjuntamente com o objetivo de mudar mentalidades, superar os desafios econômicos e ambientais do momento e estabelecer bases para um futuro sustentável e pacífico”, reitera.

A cooperação científica internacional para as questões ambientais e para a proteção aos direitos humanos e à biodiversidade também são questões prioritárias nessa agenda da Organização das Nações Unidas (ONU). “É imperativo fortalecer a cooperação científica internacional e nacional, bem como o diálogo entre cientistas, formuladores de políticas, médicos privados, indústrias e profissionais de saúde, sociedade civil e o público em geral. Isso exige acesso aberto ao conhecimento científico e know-how, compartilhamento de dados e políticas e tomadas de decisão baseadas em evidências, além de uma transição urgente para a ciência aberta em todo o mundo”, elenca o portal oficial da Unesco. 

Para a pesquisadora González, o alcance dessas metas demanda mudanças significativas na própria metodologia científica e na produção de conhecimentos. “Qual é o lugar das pessoas em nosso conhecimento?  As pessoas reais, com as quais cruzamos nas ruas todos os dias, as quais sustentam a produção dos conhecimentos científicos, de modo direto ou indireto”, indaga a professora para apontar que a ciência precisa ser transformadora e engajada na construção de um mundo mais pacífico e coerente. 

O divulgador científico aposentado José Monserrat Filho destacou a construção de uma paz permanente e sustentável entre as nações como um dos principais desafios do século XXI. Ele também aponta para a necessidade de democratizar o acesso à ciência. “A grande revolução da divulgação e da popularização da ciência no Brasil, a meu ver, é tornar-se um fenômeno de massa. Esse é um desafio histórico, é a inclusão social na área. Nossos cientistas ainda têm muita dificuldade para se comunicar. É preciso que se crie um programa especial na formação dos mestres e doutores brasileiros, para que eles não só realizem seu trabalho primordial de pesquisa, mas que sejam também preparados, estimulados e incentivados a pensar também no grande público. Um dia, o trabalho de quem dedica especial atenção à popularização da ciência será valorizado nesse País. E cada auxílio à pesquisa vai reservar um percentual à atividade de divulgação. Tomara que isso ocorra o mais rapidamente possível”, almejou Monserrat. 

 

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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