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Data foi criada para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares, principalmente o infarto e o acidente vascular, já que o colesterol é uma dos fatores de risco para essas enfermidades, que podem levar à morte. Mudanças no estilo de vida aumentaram, exponencialmente, o número de pessoas com taxas preocupantes do chamado colesterol ruim. E o cenário, que já era ruim, piorou com a pandemia. 

Depois do casamento, em 2006, o radialista Genésio Carneiro, que era magrinho, começou a engordar. Em 15 anos, saltou de 70 para 90 quilos. Com 1,60 de altura, o aumento de peso não foi percebido só na aparência: a saúde também começou a dar sinais de que o corpo estava sentindo os reflexos desse desequilíbrio.

As taxas de glicemia, de colesterol e outras de Genésio começaram a subir. O médico avisou que ele precisava mudar o comportamento. “Eu sou meio desleixado. Meu médico já me disse para me cuidar, mas eu começo a fazer caminhada, aí as taxas melhoram, aí eu paro. Depois volto, paro novamente, mas eu sei que eu não me cuido direito”, admite.   

Além de não manter uma atividade física rotineira, a alimentação do radialista não é das mais saudáveis e ele sabe disso: “O meu problema é que eu gosto muito de massa, de arroz, essas coisas que não fazem muito bem”, confessa. 

Genésio não está só. As mudanças no estilo de vida verificadas nas últimas décadas levaram o brasileiro a hábitos que refletem negativamente na saúde. As pessoas passaram a se movimentar menos e a comer mais e, pior: muita gordura, açúcar e carboidratos, presentes, principalmente nos fast foods.

O aumento do número de pessoas com taxa de colesterol elevado é uma das consequências desse comportamento. E as estatísticas são preocupantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 18 milhões de pessoas no País estão, comprovadamente, com o nível de colesterol elevado, ou seja, quatro em cada dez adultos. Mas esses números, apesar de altos, não refletem a realidade: o número de casos deve ser muito maior. “A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que 67% das pessoas que têm colesterol alto não sabem que estão com essa elevação. É uma doença assintomática”, informa o cardiologista Vinícius Marques Rodrigues.
 
Essa falta de sintomas é um dos maiores riscos para o agravamento da doença, podendo levar, inclusive, ao óbito. O médico explica que o aumento do colesterol no sangue leva à formação de placas de gordura que vão sedimentando nas “paredes” das artérias. “Quando essas placas obstruem os vasos e impedem a circulação sanguínea, pode acontecer um AVC, o acidente vascular cerebral ou até mesmo, um infarto, uma morte súbita.”

Apesar de ser visto como um grande vilão, o colesterol não é o culpado pelas doenças. O cardiologista ensina que o colesterol é uma lipoproteína, uma gordura, produzida no fígado e essencial para o bom funcionamento do nosso organismo. A causa dos problemas na saúde advém do excesso de colesterol no organismo, que provoca esse acúmulo de gordura nas artérias. 

Segundo o médico, o aumento da taxa de colesterol ocorre por dois motivos: por uma herança genética ou pela causa preponderante, que são os hábitos de vida, aqueles mesmos que provocaram a doença no radialista Genésio. “O sedentarismo, a ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas e o cigarro, que tem relação direta com o metabolismo, são hábitos que levam ao aumento do colesterol LDL”, afirma o cardiologista.  

O colesterol LDL é o que comumente chamamos de mau colesterol. É esta lipoproteína que causa as complicações, que podem levar à doenças coronárias. De acordo com o médico isso acontece porque o LDL carrega o colesterol para a corrente sanguínea, onde a gordura se deposita. Já o HDL, conhecido como bom colesterol, faz o movimento contrário. “O HDL tira o colesterol do sangue e coloca de volta no fígado, onde ele é metabolizado e excretado pela bile nas fezes. Por isso quanto mais alto o HDL, melhor para o organismo.”  

Mudança de hábitos 

Se os hábitos de vida são os responsáveis pelo aumento das taxas de colesterol, fica fácil concluir que é preciso mudar alguns comportamentos para reduzir os níveis e, consequentemente, os riscos associados a esse descontrole. Investir em uma alimentação saudável, com a redução da ingestão de alimentos ricos em gordura saturada, combater o sedentarismo e incorporar a atividade física de forma rotineira é fundamental para reverter o quadro. Para os fumantes, abandonar o tabagismo também faz parte do programa de redução do colesterol. 

Segundo Vinícius Marques, o ideal é que os hábitos de vida saudável acompanhem o indivíduo desde a infância, para que ele nem chegue a desenvolver a dislipidemia, mas como nem todos têm essa preocupação, pelo menos quando o problema for detectado, a mudança se torna inadiável. Isso vale tanto para quem desenvolveu a doença pela falta de cuidados e, mais ainda, para aqueles que já têm histórico de colesterol alto na família. O médico explica que se essas medidas não forem suficientes, é preciso adar início a administração de medicamentos, como as estatinas.  

Outra orientação do especialista para a prevenção é a visita periódica ao médico. “Como a dislipidemia é um mal silencioso, nós somos podemos saber que os níveis estão elevados com o exame de dosagem do colesterol. Principalmente pessoas com mais de 40 anos devem fazer a dosagem sanguínea, pelo menos uma vez por ano.”

o médico ainda chama a atenção para o crescente número de adolescentes e crianças que têm apresentado altas taxas de colesterol. O motivo não difere daquele que atinge os adultos: eles estão mais tempo parados na frente das telas e com uma alimentação inadequada. “A Sociedade Brasileira de Cardiologia tem dados que mostram que crianças de até 5 anos já apresentam quadros de dislipidemia. Isso é muito preocupante”, alerta o especialista. 

Se toda essa situação já era desafiadora por si só, no ano passado, ela ganhou mais um ingrediente: a pandemia de covid-19. O isolamento social, somado ao fechamento de escolas e de espaços de lazer, agravaram ainda mais o quadro. Para completar o cenário, o medo da contaminação com o coronavírus, afastou as pessoas dos consultórios médicos. “Ano passado, houve uma queda considerável. Este ano, com a vacinação, as pessoas estão voltando aos consultórios. Agora é que nós estamos vendo o tamanho do prejuízo desse afastamento”, relata o médico.

Ele dá um conselho para ajudar a minimizar a situação: “Busque formas de se movimentar. Vá para um parque, para áreas abertas, tome todos os cuidados, especialmente o uso correto da máscara, mas se movimente!” 

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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