Escola do Legislativo promove curso sobre simplificação da escrita para assessores

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Por iniciativa da Escola do Legislativo da Alego, cerca de 30 servidores tiveram acesso, na tarde desta segunda-feira, 27, a um curso com foco na simplificação da escrita. Diariamente, assessores legislativos elaboram documentos oficiais que tramitam na Casa de Leis e, por vezes, fora dela. Diante da necessidade de aprimoramento desse processo produtivo, o professor Wellington Lemes apresentou aos alunos o manual de redação do Governo goiano, na tarde desta segunda-feira, 27.

No material distribuído aos servidores, uma frase chamou a atenção: “Os erros são como as doenças: fáceis de contrair difíceis de curar”. A declaração é do gramático Silveira Bueno e logo foi justificada pelo professor. “Precisamos falar a respeito de coesão, coerência, estrutura, organização. Sem isso não podemos tornar as ideias claras dentro de um texto”.

E continuou: “Qual a regra hoje? Limpar o texto, simplificar ao máximo. Precisamos colocar apenas o essencial. Vemos um excesso, por exemplo, de vírgulas nos materiais. Isso contribui com uma poluição visual do seu material. A orientação para simplificar é tirar, não acrescentar. Mas isso deve ser feito da maneira correta. Não existe boa escrita sem planejamento”.

O objetivo das aulas é fazer com que o grupo alcance uma linguagem simples e uma comunicação eficiente. Para isso, foi ensinado, especialmente, sobre clareza. “A linguagem complicada ou descuidada é também, na maioria dos casos, nociva ao próprio empregador dela, já que as chances dos desvios gramaticais e de sentido aumentam enormemente”, diz um trecho do material ministrado na aula desta segunda. 

“A identificação dessas falhas por pessoas com razoável conhecimento linguístico afeta a própria imagem de quem quis impressionar ao usar vocábulos e construções frasais empolados ou de quem não se vale do zelo necessário ao escrever”, alerta. Ser claro, segundo o professor, significa escrever de forma transparente. “Quem quer escrever com clareza tem que escolher palavras que sejam de domínio amplo, de conhecimento geral”. 

Ganho de cidadania

Em entrevista à Agência Assembleia de Notícias, Wellington Lemes explicou a importância de encontros como o de hoje para a rotina produtiva de um Poder. “Qualquer atividade pedagógica voltada para a redação oficial, objetivando dinamizar os serviços prestados por qualquer Poder à comunidade, é bem-vinda. O que se espera é que o envolvimento dos servidores, dos participantes, seja o maior possível, seja total, para que daqui saiam, realmente, projetos de aprimoramento da escrita para evitar a obscuridade, a prolixidade”. 

Essas características trazem prejuízos, segundo ele, não apenas aos próprios servidores como também aos cidadãos goianos. “O que se quer é qualificar a escrita. Assim, teremos um ganho, sobretudo, de cidadania. Há o princípio da publicidade, um princípio constitucional que é importantíssimo. O que se quer hoje é que os textos sejam verdadeiramente públicos, que eles não tenham um nível de rebuscamento que impeça a compreensão do que neles está escrito”, pontuou. 

O encontro será dividido em duas partes. Serão, ao todo, 10 aulas de 45 minutos. As cinco primeiras foram ministradas nesta segunda-feira. “Na próxima semana, também na segunda, teremos outras cinco aulas. Da mesma forma, para os servidores do período matutino”, explicou o professor ao comentar o cronograma.

O profissional espera retornar em 2024 com novas aulas sobre o assunto. “Se houver um novo convite, certamente iremos preparar um material que atenda às necessidades linguísticas dos servidores e, consequentemente, do Parlamento”. 

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias