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Debate na Casa amplia discussão sobre prematuridade e desafios para redução dos indicadores

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sediou, na tarde desta segunda-feira, 4, um encontro para tratar da prematuridade, em alusão Novembro Roxo, mês internacional de sensibilização sobre o assunto. A audiência pública teve lugar no Auditório Francisco Gedda, por iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT).

Na abertura da reunião, o deputado destacou sua preocupação em dar visibilidade ao tema. “Precisamos abrir diálogo. O Parlamento tem essa característica e nós queremos dar voz para esse debate”. E continuou: “Quero aproveitar para dizer a todos que o nosso mandato tem um compromisso com vários assuntos, em especial com os ligados à saúde. Sou servidor dessa área há 40 anos e tenho essa como uma das minhas principais bandeiras”. 

Na sequência, a representante da Sociedade de Pediatria, Daniela Carvalho, chamou atenção para a necessidade de uma visão “aberta e contemporânea” que busque a melhoria de todos os cenários. “Goiás cresceu muito e conseguimos avançar em vários pontos, mas almejamos mais. Queremos alcançar a redução da mortalidade. Esse é o nosso principal objetivo”. 

Já a representante da ONG Prematuridade, a fonoaudióloga Juliana Menezes, acrescentou que a entidade participa de várias ações, tanto em Goiás quanto fora do Estado. “Somos a única no Brasil que trata exclusivamente sobre a prematuridade”. Segundo a técnica, o Brasil está entre os dez países com maior índice de nascimentos prematuros.

“Já tivemos várias vitórias e diminuímos muito esse indicador graças às ações que desenvolvemos. Mas apesar das várias conquistas, estamos buscando outras muito importantes como, por exemplo, a equidade na vacinação. Queremos uma vacinação ampliada da hexavalente para os prematuros. Essa, nesse momento, é a nossa principal luta.”

Desde 2014, a ONG atua para prevenir o parto prematuro e para garantir os direitos dos bebês nascidos nessas condições. Os números apontam que 12% dos bebês brasileiros nascem antes de 37 semanas de gestação. Um outro detalhe destacado pelos debatedores é que a prematuridade representa a principal causa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos de idade.

Na tentativa de colaborar com a redução desses indicadores, a ONG Prematuridade leva informação e acolhimento às famílias e profissionais, busca o letramento da população em temas ligados à prematuridade e trabalha por políticas públicas voltadas ao assunto.  E não é só. A ONG também executa projetos de educação em saúde e assistência social, desenvolve atividades acadêmico-científicas e destina doações para famílias em situação de vulnerabilidade. 

Goiás em foco 

Representante da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a médica Ana Cecília Rodrigues elencou, primeiro, os avanços alcançados pelo Estado, dentre eles a qualificação dos profissionais e da rede de assistência à saúde. Ela destacou que, apesar dos avanços pontuados, os índices de mortalidade materna estão voltando à tendência observada no período pré-pandemia, “mas não deixam de ser elevados”. 

Quanto à taxa de mortalidade infantil, a especialista destaca que não foram apresentadas reduções significativas. “Goiás tem seguido a tendência nacional, com um leve aumento nos últimos anos. Isso é ruim. Em outras palavras, não estamos observando grandes avanços em relação a esses números”. 

Vale lembrar que 17 de novembro também marca o Dia Mundial da Prematuridade, sendo o mês como um todo voltado à sensibilização para causas e consequências do parto prematuro. Nesse contexto, o encontro se revelou oportuno para mostrar ao público presente que a conscientização sobre prematuridade é fundamental para promover a saúde e o bem-estar dos bebês e, em alguns casos, também os da mãe.

Conforme desmontado pelos técnicos presentes no encontro, a prematuridade pode levar a complicações de saúde em longo prazo, como problemas respiratórios, cardíacos, visuais e auditivos, além de dificuldades de desenvolvimento cognitivo e motor.

Nesse sentido, a ginecologista Rosicleia de Vlieger enfatizou os principais métodos de prevenção. Segundo a especialista, uma das formas mais eficazes de evitar partos prematuros é a realização de uma gestação planejada, acompanhada de um pré-natal adequado, com um número mínimo de consultas e, sobretudo, com qualidade.

“Estatisticamente, em Goiás, 27% das gestantes realizam menos de seis consultas de pré-natal, o que compromete a saúde tanto da mãe quanto do bebê”, explicou. Além disso, ela ressaltou a importância de uma rede de apoio especializada, composta por obstetras capacitados, para que as gestantes possam ter um acompanhamento completo e preventivo durante toda a gravidez.

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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