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Cuide da saúde da boca

O Dia Nacional da Saúde Bucal foi instituído pela Lei Federal 10.465/22 com o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade para a importância da saúde da boca. Negligenciar a higiene bucal pode abrir portas para enfermidades que afetam não só os dentes e gengivas, mas também outras partes do corpo. Uma boa higiene da boca diminui o risco de desenvolvimento de problemas bucais e dentários, como cárie, lesões bucais, aftas, mau hálito, gengivite, placa bacteriana e tártaro. 

A data também é uma oportunidade para incentivar a população, famílias, comunidades e governos a tomarem medidas para prevenir, diagnosticar e tratar as doenças bucais, entendendo que a assistência odontológica deve ser uma realidade desde a primeira infância, já que ela tem um papel fundamental na saúde por repercutir no organismo como um todo.

No Brasil, o primeiro movimento a favor da saúde bucal em âmbito Federal ocorreu em 1974, quando a água fluoretada passou a ser adotada como uma política pública de prevenção de cáries.

As mudanças mais significativas em termos de saúde bucal pública só foram registradas após a promulgação da Constituição Federal de 1988, pois graças ao surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS) acabou por democratizar o acesso do povo aos serviços de saúde, inclusive aos serviços odontológicos.

Utilizando dos três pilares básicos da saúde pública, equidade, universalização e integralidade, o País também assistiu a criação do Programa Brasil Sorridente. Criado em 2004, ele se tornou a maior política pública de saúde bucal do mundo, mas ainda assim, a cobertura dos serviços odontológicos no SUS é pequena e exige melhorias.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o País registra atualmente cerca de 45% de cobertura em saúde bucal, mas a meta do Governo Federal é alcançar pelo menos 70%. Para isso, neste ano de 2024, o Governo Federal vai dispor de 4,3 bilhões de investimento, o que representa crescimento de 123% em relação ao ano passado. 

Quando se analisa a situação da saúde bucal na infância, estudos divulgados pelo órgão federal indicam que 53% das crianças brasileiras de 5 anos já não têm cárie. O índice é 14% maior do que o resultado da última pesquisa, em 2010, quando 46,6% das crianças entrevistadas estavam livres da doença. Os números mostram que o pior desempenho foi o da região Centro-Oeste que apresentou pequena diminuição na proporção, passando de 38,8% para 37,9%, seguida de outras regiões que registraram aumentos:  Sul (40,7%), Sudeste (21,9%), Nordeste (17,1%) e Norte (11,2%).

Parlamento goiano

Na Assembleia Legislativa do Estado, dentre os 41 deputados estaduais que compõem a atual legislatura, três são odontólogos e todos eles compõem a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Bucal: Mauro Rubem (PT), Rosângela Rezende (Agir) e Dra Zeli (UB). Eles foram ouvidos pela equipe de reportagem da Agência de Notícias para falar sobre as questões que cercam essa data. 

De acordo com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Bucal, o deputado Mauro Rubem (PT), existe muito para comemorar e, ao mesmo tempo, muito para avançar. Nesse sentido, ele entende que aquilo que se espera é que os municípios e o Estado possam ao menos aderir ao programa do Governo Federal. 

“Esperamos que os novos prefeitos eleitos tenham uma atenção maior com a saúde bucal e utilizem o Brasil Sorridente para implantar as suas diretrizes, entretanto, nada impede também que o município possa ir além e fazer muito mais”, destacou Mauro Rubem. 

Ele enfatizou que o Parlamento goiano e a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Bucal podem  ajudar estimulando as prefeituras a aderirem ao Programa Nacional da Saúde Bucal – Brasil Sorridente. Esse referido programa já conta com incentivos federais, mas as prefeituras e o Estado precisam oferecer uma contrapartida. 

Demonstrando preocupação, o petista falou que apesar do Governo Federal ter criado em 2004 o Programa Brasil Sorridente, parte da população sequer busca ter acesso às informações básicas sobre a saúde bucal. Quando se olha para a população mais envelhecida é possível perceber o quanto de desdentados existem precisando de reabilitação, situação que pode inclusive provocar a desnutrição devido a falha na  mastigação. 

Já a deputada Rosângela Rezende, também odontóloga de formação e com longa experiência na área, falou que entende a saúde bucal como algo essencial que está diretamente ligado à qualidade de vida e ao bem-estar de todas as pessoas, sendo dessa forma fundamental que o acesso seja universal. “Luto por uma saúde única para todos, que inclua a saúde bucal como uma parte essencial ao cuidado integral do cidadão”, considerou.

De acordo com a parlamentar, os principais desafios envolvem a ampliação do acesso aos serviços odontológicos, especialmente nas áreas mais remotas e vulneráveis. Além da falta de profissionais em algumas regiões, ela considerou como entraves, os conflitos na área de atuação, como a prática na realização de procedimentos estéticos na região da face, e ainda, a desvalorização da categoria.

Por último, a deputada Dra Zeli ratificou a fala dos seus colegas de profissão reforçando que, “embora a conscientização tenha aumentado, muitos ainda não adotam hábitos adequados e a saúde bucal ainda enfrenta disparidades significativas, especialmente em comunidades de baixa renda, áreas rurais e entre populações vulneráveis”.

Ela pontuou que os custos dos tratamentos odontológicos ainda são altos, o que limita o acesso a cuidados adequados em clínicas com estrutura completa. “Então, muitas pessoas ainda sofrem de doenças bucais, como cáries e doenças periodontais, que podem levar a problemas de saúde mais sérios se não forem tratadas. Há uma necessidade constante de educar a população sobre a relação entre saúde bucal e saúde geral, incluindo seu impacto em doenças crônicas como diabetes e doenças cardíacas”, comentou.

Zeli disse que devem ser mais divulgados os aspectos relacionados à prevenção, tais como:  uma boa escovação, o uso do fio dental, check-ups regulares, para exames de rotina e limpezas profissionais, e até uma alimentação balanceada, rica em nutrientes e evitando consumo excessivo de açúcar. “Essas são as medidas mais essenciais para manter a boa saúde, mas se algo incomodar ou evoluir para um problema mais sério, é importante realizar radiografias conforme indicado pelo dentista para monitorar a saúde dental e detectar problemas precoces”, arrematou a parlamentar.

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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