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A hora da retomada

Celebrado no dia 27 de setembro, o Dia Nacional do Turismo e do Turismólogo foi instituído em 1980 pela Organização Mundial do Turismo (OMT), uma instituição que compõe o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Goiás, a Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, juntamente com entidades do setor que congregam todo o trade turístico, aproveitaram as comemorações para fazer um balanço geral acerca dos grandes desafios que essa importante atividade econômica vem enfrentando em tempos de pandemia de covid-19.

O turismo foi um dos setores da economia que mais sofreram com as consequências negativas provocadas pela epidemia do novo coronavírus. Fronteiras fechadas, aviões no solo, ônibus nas garagens, hotéis e restaurantes de portas fechadas, atrações turísticas canceladas, pacotes suspensos e um milhão de vagas de empregos perdidas, incluindo funcionários diretos e indiretos, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), no fim de fevereiro deste ano.

Acrescenta-se a esse triste cenário uma perda na ordem de R$ 55 bilhões no faturamento, em comparação com o ano anterior, de acordo com a pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP).

Pressionados pela situação de emergência imposta pelas circunstâncias, os representantes do setor em Goiás encontraram na união a melhor resposta na busca conjunta de algumas saídas. A ação é no sentido de salvaguardar empresas que compõem o setor em todo o estado, frente à dura realidade que afetou muitas delas.

“Desde o início da pandemia, estamos trabalhando com afinco para alavancar a atividade turística que é uma das mais importantes para muitos municípios goianos”, frisa o presidente da Comissão de Turismo da Alego, deputado Coronel Adailton (Progressistas). O colegiado, junto ao Sindicato do Turismo e Hospitalidade (Sindtur-GO), a Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo (Abbtur-GO) e demais entidades do setor, vem buscando encabeçar diversas demandas.

Se foi difícil para as empresas, não seria diferente para os profissionais assalariados que viram uma infinidade de postos de trabalho serem cortados devido a paralisação do setor. Ciente de todas as contingências, a presidente da Abbtur, Giovanna Tavares, ressalta, em entrevista à Agência Assembleia de Notícias, que o setor do turismo enfrentou um momento crítico em função da pandemia de covid-19, sendo apontado pelo Ministério da Economia como um dos mais afetados.

Segundo ela, em Goiás, as categorias consideradas mais prejudicadas foram o segmento de alimentação, alojamento, transporte rodoviário e atividades culturais.

Maiores desafios 

Para Coronel Adailton, ainda há muito para se fazer até que o turismo se restabeleça e deslanche novamente, mas ele observa que, inicialmente, os maiores desafios a serem enfrentados pelos empreendimentos e empreendedores do setor é a adequação das atividades turísticas aos novos padrões de segurança sanitária. Na perspectiva dele, essa é a única garantia para que a reabertura possa acontecer com segurança e agilidade.

O parlamentar reitera que a espera pela reabertura foi longa e somente possível graças ao avanço da vacinação contra a covid-19, a redução da transmissão da doença e das mortes, instituição dos protocolos e manutenção das normas sanitárias. “Aspectos considerados fundamentais, inclusive para que o segmento continue operando.”

A presidente da Abbtur, Giovanna Tavares, também destaca a importância da manutenção das medidas sanitárias para que, tanto o turista quanto o trabalhador do sistema, estejam devidamente protegidos. Ela ressalta a necessidade de que todos os protocolos sejam seguidos à risca, visando a retomada das atividades turísticas de maneira gradativa, pois à medida em que a vacinação avança é que os destinos goianos se sentem mais preparados para sua reabertura, com total segurança para suas comunidades e turistas.

Entretanto, parece ser essa, apenas a ponta do iceberg, pois há muito mais para ser revisto e adequado, dada a importância do setor para o desenvolvimento da economia, já que, pela sua natureza, movimenta diversas outras cadeias de negócios que também impactam diretamente nos índices de crescimento.

“O turismo gera emprego e renda para uma série de segmentos econômicos, sendo uma atividade que impacta 571 ramos da economia, a partir do critério relacionado ao dinheiro gasto por turista ao longo da viagem. E essas 571 atividades representam 42,97%, das 1.329 classificadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, frisa Coronel Adailton.

Frente a tantos números negativos, o Parlamento goiano, por meio da Comissão de Turismo, o Sindtur, a Abbtur e as entidades que compõem o segmento, vêm trabalhando de maneira uníssona, buscando mitigar as consequências dessa crise sanitária que acabou resultando, também, em uma crise econômica.

O intuito é dar um fôlego para aqueles negócios desse segmento que resistiram aos impactos negativos da covid-19. “As maiores sequelas são com relação ao crédito, pois muitos estabelecimentos acumulam dívidas que precisam ser quitadas para que os empregos possam continuar sendo mantidos”, relata o presidente do Sindicato de Turismo e Hospitalidade no Estado de Goiás, Ricardo Rodrigues.

Governo anuncia R$ 84 milhões para o setor 

Mais do que em boa hora, no mês de agosto, o governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou um importante repasse do Governo federal, no valor total de R$ 84 milhões, que serão destinados a uma linha de crédito para micro e pequenas empresas do setor. Esse recurso vai aliviar a situação das empresas e preservar postos de trabalho. O anúncio foi feito junto aos ministros João Roma (Cidadania)  e Gilson Machado (Turismo) e ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos).

“Estamos escrevendo um momento histórico ao impulsionar a cadeia produtiva do turismo em Goiás”, declarou o governador, na ocasião. Desse montante, a Agência de Fomento de Goiás (GoiásFomento) já liberou parte do recurso e ainda disponibiliza de R$ 54 bilhões no caixa, aguardando por análise e aprovação. Isso pode trazer certo alívio, diante das dificuldades enfrentadas por algumas empresas para reorganizarem as suas finanças.

“Vai turismo” inaugura a retomada do setor 

Para se restabelecer e conseguir fazer uma retomada ampla, além da liberação de recursos já citados, todas as entidades que integram o turismo se movimentam para construírem, juntas, uma proposta de reabertura do segmento, tentando entrar voltar aos trilhos e impor um ritmo próximo do normal.

O presidente do Sindtur, Ricardo Rodrigues, informou que está programado para acontecer, nesta quinta-feira, dia 29, a primeira oficina do projeto Vai turismo, cujo objetivo é inaugurar um fórum de debates com vistas a elaborar um documento de cada estado brasileiro, para, em seguida, compor um documento nacional do setor. “A partir daí, esse documento poderá nortear as políticas necessárias para o fortalecimento das atividades.”

Por sua vez, a turismóloga e presidente da Abbtur disse, ainda, que a retomada das atividades turísticas vem acontecendo gradativamente e que se trata de um grande desafio a ser vencido, à medida que a vacinação avança é que os destinos goianos se sentem mais preparados para sua reabertura, com total segurança para suas comunidades e turistas. Além da retomada, Giovanna Tavares vê com otimismo o futuro do setor em Goiás: “Não há dúvida de que o setor pode alçar voos mais altos, pois o estado detém as condições necessárias para gerar resultados econômicos sociais, de forma sustentável”.

Goiás tem 79 municípios no mapa do turismo

No último ‘Mapa do Turismo Brasileiro’ (2019-2021), documento divulgado pelo Ministério do Turismo no Diário Oficial da União, constam 79 municípios goianos aptos a desenvolverem seu potencial turístico. Para compor esse seleto grupo, os critérios exigidos pelo Governo federal foram ampliados e, atualmente, é necessário que o município tenha um órgão de turismo em atividade e Conselho Municipal de Turismo (CMT) funcionando.

Além desses, o novo mapa considera obrigatório para a participação na plataforma critérios básicos como: orçamento próprio destinado ao turismo; possuir prestadores de serviços turísticos de cadastro obrigatório registrados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo; e apresentação do termo de compromisso assinado pelo prefeito.

“O Mapa do Turismo Brasileiro é uma ferramenta importante de recorte territorial que visa canalizar o uso de recursos públicos por parte do Governo federal, além de ser uma grande vitrine. Infelizmente, quem saiu do Mapa deixou de considerar o turismo como atividade prioritária”, afirma o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, conforme divulgação do Portal Goiás. O mapa é fundamental para o município que pretende desenvolver seu potencial turístico e, também, para tornar prioridade as políticas públicas destinadas a essa cadeia econômica.

Dentre os 79 municípios goianos que fazem parte do ‘Mapa do Turismo Brasileiro” e estão na lista dos destinos turísticos mais visitados em Goiás estão: Goiânia, Caldas Novas, Rio Quente, Pirenópolis, cidade de Goiás, Três Ranchos, Buriti Alegre, Alto Paraíso, Cavalcante, Salto Corumbá, Formosa, Aruanã, São Miguel do Araguaia. O estado conta com dez regiões turísticas: Vale do Araguaia, Ouro e Cristais, Chapada dos Veadeiros, Negócios e Tradições, Pegadas no Cerrado, Estrada de Ferro, Lagos do Paranaíba, Águas e Cavernas do Cerrado, Vale da Serra da Mesa e Águas Quentes.

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

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