O programa Aprender é o Caminho, desenvolvido pelo governo do Acre por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), foi caso de sucesso apresentado no Seminário Nacional Anos Finais do Ensino Fundamental, realizado nesta terça-feira, 9, em Brasília, para debater desafios e perspectivas para fortalecer a aprendizagem dos estudantes em fase final da educação básica no país.
O programa é realizado pelo governo acreano em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e atende estudantes com defasagem entre a idade e a série escolar — a chamada distorção idade–série, quando o estudante cursa uma série com idade acima daquela esperada nessa fase.
A iniciativa visa corrigir essa distorção e atende alunos que chegam aos anos finais do ensino fundamental com dois anos de atraso. “Matricula-se o aluno em uma turma à parte e ele cursa dois anos em um, concluindo a sétima e a oitava séries”, explicou a chefe da divisão de Enfrentamento à Distorção Idade–Série, Hemila Suelen de Oliveira, participante do seminário.

Conforme Hemila, criado em 2019 e com turmas desde 2020, o programa já atendeu a mais de dois mil estudantes com altos índices de aprovação superior a 90%, comprovando principalmente os resultados qualitativos. “Com a aprovação acontece a correção da trajetória escolar dos nossos alunos e isso significa dar uma chance para quem tanto precisa”, afirmou.
Testemunha
Hemila estava acompanhada no evento pela estudante do programa Dandara Vieira Melo, de 13 anos, que participou de painel sobre “A escuta na construção de uma escola feita para e com adolescentes”.
Ela contou que, no seu caso, a defasagem idade–série ocorreu em virtude de constantes mudanças de endereço entre a cidade e a zona rural por parte da avó, por quem foi inicialmente criada. Com a distorção, não acreditava mais ser possível avançar, mas a entrada no programa Aprender é o Caminho mudou a sua vida.

“O programa me mostrou que eu posso ter novas oportunidades, ele me mudou. Antes eu pensava que não teria chances de voltar, de aprender na série certa”, disse a estudante que já mira na formação superior. “Agora eu sei que posso estudar, completar o ensino médio, fazer uma faculdade e me formar para trabalhar, conseguir um emprego na minha vida”, explicou. se adiantando que seu sonho é se tornar policial.
Dandara participou de um painel junto com outros dois estudantes de Sergipe e do Espírito Santo, que avaliaram e sugeriram melhorias para o ensino para esse público incluindo esporte e ações fora de sala de aula. Ela acredita que a sua experiência poderá ajudar outros estudantes que enfrentam problemas como ela enfrentava. “Não está tudo perdido, você tem nova chance de aprender”, afirmou.
Ampliação
O Aprender é o Caminho foi um dos oito programas estaduais selecionados para serem apresentados no seminário, juntamente com programas do Amapá, Tocantins, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santos e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.
De acordo com a representante da SEE no seminário, Hemila Suelen, neste ano de 2025 o Programa acreano conta com 495 alunos matriculados e a previsão é dobrar esse número em 2026. “Um dos nossos maiores desafios é com relação à contratação dos professores, porque precisa ser um quadro específico. Então a gente está com seletivo a caminho e deverá sair no ano que vem”, afirmou.

Além dos debates principais no seminário, Hemila participou do painel sobre “Acompanhamentos de aprendizagens – trajetórias visíveis”, relatando formas de acompanhamento da aprendizagem dos estudantes do programa por meio de dos acompanhantes das aprendizagens de nossos alunos, a partir de indicadores e evidências.
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Fonte: Agência de Notícias do Acre